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A BOMBA!...

José Manuel d'Oliveira Vieira
(Autor Artigo "Jornal de Alferrarede" Setembro2006)

Ao contrário do que sugere o título, esta “bomba” não tem qualquer tipo de explosivo conhecido nem se destina a praticar actividades terroristas.
Esta “bomba”, ao contrário das utilizadas para matar, era usada pelos “Soldados da Paz” e destinava-se a salvar vidas e bens.
Se estiver viva, a “bomba”, terá certamente mais de cem anos e é uma relíquia que Abrantes não pode deixar perder.
A “bomba manual de água”, disso mesmo se trata, desaparecida misteriosamente das instalações da Fábrica de Moagem do Rossio é propriedade dos Bombeiros Municipais de Abrantes e consta ter ficado registado em Acta o empréstimo da mesma.
Consultados alguns livros no Arquivo Histórico da Biblioteca de Abrantes, não consegui localizar a Acta pretendida, cujo objectivo era saber a data efectiva do empréstimo à Companhia de Moagem de Abrantes.
A razão do empréstimo desta “Bomba", pelas entidades responsáveis do Corpo de Bombeiros de Abrantes, está no facto da Fábrica Afonso XIII (Rossio ao Sul do Tejo) conhecida por Companhia de Moagem de Abrantes possuir Bombeiros privativos.
Depois de ter estado mais ou menos cem anos na Fábrica, a “Bomba”, ainda se encontrava no local no dia 18 de Maio de 2000 (fotografia do cartaz).
No dia 9 de Agosto de 2006, o “Jornal de Alferrarede” esteve na “Companhia de Moagem de Abrantes”* e constatou o desaparecimento desta relíquia.
Da pilhagem, ficaram algumas mangueiras, despojadas dos respectivos acessórios.
De dimensões razoáveis e algum peso, a “Bomba de água” teria forçosamente de sair do local num meio de transporte proporcional à dimensão da mesma, pelo que é provável ter sido visto na zona o transporte utilizado.
Desmantelada, a “Bomba” não terá valor algum.
Morrer sem glória às mãos de um qualquer ferro-velho, por um preço insignificante não é a forma mais digna de acabar os seus dias.
Se é que não foi ainda desmantelada e encontra em casa de um qualquer coleccionador, esta apenas serve o próprio em detrimento do colectivo.
Os Bombeiros Municipais possuem muito equipamento antigo.
A ser localizada e recuperada, esta peça, depois de restaurada, poderá ser exposta num futuro “Museu” (novas instalações dos Bombeiros Municipais de Abrantes) e fazer parte da memória viva dos “Soldados da Paz”.
* Devidamente autorizado pelo proprietário, Eng. António Augusto de Figueiredo da Silva Martins. Fotografia (cartaz) gentilmente cedida por, Luís Pombo (ex-Comandante Interino dos Bombeiros Municipais de Abrantes).

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