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AS FINTAS DE 1722

 

LIVRO DE “FINTAS” ANO 1722

Por José Manuel d’Oliveira Vieira

À semelhança do que aconteceu com o livro de “Fintas 1704”, também as “fintas de 1722”, reproduzidas para o “Manuscrito – Abrantes e os Abrantinos”, do Capitão Artur Elias da Costa se deve a um dos seus alunos.

Para saber o que realmente se passou com algum acervo documental referente a Abrantes (finanças), saibamos o pensamento do Historiador:

“… A etmografia duma região não pode aspirar ao título de científica se não fizer primeiro o estudo dos monumentos postos à sua disposição. Sem o conhecimento profundo desses diplomas, a etmografia, incapaz de resistir à seriedade e ao frio da verdadeira ciência, se gastará em pará frases panegíricas, em literatura bairrista e aduladora. Surgirão, como tortulhos em trocos carcomidora de podridão, aqueles ensaios pretenciosos, falsamente populares, que para poesia são de fraca inspiração e para ciência são demasiados pobres de conceitos.

Portanto, para evitarmos as censuras dirigidas aos escritores incriminados de pedantismo e desleixo, faz-se absolutamente necessário aproveitar todos os documentos que nos vierem ter às mãos, decifrá-los, traduzi-los (a diplomática é uma arte muito difícil), e como a maior parte deles estão em péssimo estado de conservação, quase a sumir-se, tirar cópias , com toda a possível brevidade, para que as gerações que aí vêm não possam dizer que por incúria nossa ficaram privados de tão preciosos materiais de estudo.

Aguardaremos, pois, para concluir o presente estudo, as surpresas que os nossos amigos nos forem trazendo, ou ainda alguma novidade avaramente escondida nos arquivos oficiais.

Menos feliz que outros arqueólogos, detentores por ofício de todo o erário municipal de livros antigos, curiosos desenhos e arcaicos pergaminhos, só em raros documentos me foi dado pôr os olhos com vagar. Mas esses poucos, reunindo-os agora em volume, me serviram para precisar esta atitude e esta posição. Ao mesmo tempo que procurava tornar-me digno depositário de tão preciosas relíquias, delas tirei essa fartura de elementos que apoiam as minhas teses, mais úteis certamente que simples indícios e testemunhos muitas vezes sem consistência e sem autoridade.

Começo por um interessante e útil exemplar, único no mundo, que me foi emprestado pelo seu actual possuidor, o snr. José Maria Serigado, de catorze anos, empregado de escritório em Alferrarede, que obteve esta verdadeira raridade bibliográfica a troco de estampilhas, de um filatelista da mesma idade. A este ilustre colecionador de memórias antigas, que foi dos alunos mais distintos que tive o prazer  de ensinar na minha já longa prática de magistério, fiquei devendo mais esta amabilidade, sobre tantas outras, pois foi ele, criança ainda, que me forneceu gentilmente mais larga cópia  de documentos muitos dos quais foram inseridos no texto sem indicação de origem.

Este documento anortográfico, cujo estado de conservação é bastante precário, peca tanto pela deturpação dos nomes por incompetência do redactor como ambiguidade do sentido por imperícia do escriba.

Tem uma capa de carneira já muito surrada, fecha com atilhos de couro, já arrebentados, e é formado por seis cadernos de almaço branco, com as palavras meio apagadas: a tinta, uma mistura muito imperfeita de ferrocia=meto de potássio com sais férricos (eu pasmo de em 1721 já haver tinta desta em Abrantes), está realmente muito decomposta e oxidada.

Nota 1 do Capitão Artur Elias da Costa: Quando os rapazes de Abrantes me encheram a casa de montanhas e montanhas de velhos documentos relativos a Abrantes, eu vi que era impossível copiar tudo. Esta nota era necessária para explicar a pobreza deste arquivo. Eu julgava que Abrantes era falta de pergaminhos quando prometi dar a cópia. Em face de tanta fartura, só uma atitude era admissível; desistir do intento. O que já estava feito mantive apenas ao presente estudo (do Maço 19, Manuscrito – Abrantes e os Abrantinos do Capitão Artur Elias da Costa).

Nota 2 do Capitão Artur Elias da Costa: Falando sobre este assunto com o Dr. Apolinário Oleiro disse-me que, há bastantes anos já, os arquivos da tesouraria de finanças, foram vendidos em hasta pública com autorização superior; que foram então arrematados pelos pirotécnicos de Alferrarede para fazerem foguetes. Assim explica o facto de eu ter encontrado este interessante documento nas mãos duma criança. Disse que muitos mais pelo menos toda a documentação anterior ao Marquês de Pombal deve andar nas mãos dos rapazes das aldeias (do Maço 19, Manuscrito – Abrantes e os Abrantinos do Capitão Artur Elias da Costa).

 Nota 3 de José Manuel d´Oliveira Vieira: A transcrição dos nomes das freguesias e lugares estão de acordo com o “Manuscrito – Abrantes e os Abrantinos” do Capitão Artur Elias da Costa que se encontra no “Arquivo Municipal Eduardo Campos. Por dificuldade de leitura é provável haver alguma falha ou troca de letras.

Nota 4 de José Manuel d’Oliveira Vieira: Pena é, que apesar das facilidades concedidas pelo Arquivo Municipal Eduardo Campos para consultar o “Manuscrito – Abrantes e os Abrantinos”,  não tive tempo disponível para transcrever o nome e profissões dos fintados por rua. Por esse motivo publico apenas o nome das freguesias e número de fintados por rua (ver fig. 1 e fig. 2).  



AS FINTAS DE 1704

 LIVRO DE “FINTAS” ANO 1704

Por José Manuel d’Oliveira Vieira

Se temos conhecimento de quem foram os pagadores de impostos nos anos 1704, muito se deve à persistência do (professor, historiador, matemático, filósofo, antropólogo) Capitão Artur Elias da Costa em doar à Câmara Municipal de Abrantes, o manuscrito “Abrantes e os Abrantinos - 1948”1.

Para redigir o “manuscrito”, Elias da Costa socorreu-se de documentos encontrados fora do acervo documental (finanças).

Obtido por empréstimo de um seu aluno, o “Livro de “Fintas – Ano 1704”2, foi reproduzido por Elias da Costa para o “Manuscrito – Abrantes e os Abrantinos”.

No fim da página 3, livro XVIII, podemos ler: Este livro pertence ao Diogo. Tendo eu informado os meus alunos que o arquivo histórico abrantino tinha sido vendido em hasta pública e indicado velhos que ainda se lembram de ver os bombistas e merceeiros levá-lo em sacos e carroças, puseram-se em campo, e ainda encontraram muitas preciosidades que me deram a copiar, e que se Deus me der vida e saúde juntarei aqui.

E foi desta forma que os alunos do professor Elias da Costa contribuíram com um manancial de documentos históricos, para que hoje, saibamos quem morava e onde, nome e profissão dos fintados (não publicados aqui), em Abrantes no ano de 1704: 

E por este modo e maneira ouverão o Doutor Juiz de fora prezidente e fintadore esta finta por feita, e acabada de que mandarão fazer este termo de Em sarramento que asignarão Miguel Rebello de Mendoça Reis

1Arquivo Municipal Eduardo Campo (Manuscrito Abrantes e os Abrantinos) Maço 18 Livro XVIII.

2Finta=Contribuição municipal ou paroquial extraordinária, proporcional aos haveres de cada um. = DERRAMA, IMPOSTO (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa). 

Nota 1: a transcrição dos nomes das freguesias e lugares foram transcritas de acordo com o “Manuscrito – Abrantes e os Abrantinos” do Capitão Artur Elias da Costa que se encontra no “Arquivo Municipal Eduardo Campos.

Nota 2: em anexo encontra-se o livro de “FINTAS 1704” que se encontra no Maço 18 de “Abrantes e os Abrantinos” do Capitão Artur Elias da Costa que está no Arquivo Municipal Eduardo Campos. 

 

“ABRANTES E OS ABRANTINOS”



“ABRANTES E OS ABRANTINOS”
MANUSCRITO DO CAPITÃO ARTUR ELIAS DA COSTA
Por José Manuel d’Oliveira Vieira
    Em dezembro de 2016 publiquei neste Blog (COISASD’ABRANTES), um pequeno artigo com o título “ABRANTES - NA PISTA DA COMUNIDADE JUDAICA 1383/1493”. No mesmo artigo, lembrava o Capitão de Artilharia Artur Elias da Costa (1894/1956), o seu nascimento, as origens judaicas, a carreira militar (1916/1946), as condecorações bem como alguns dos trabalhos publicados (1928/1932/1935/1936).
    Após lhe ter sido instaurado um “Processo político - 1932” é colocado numa Unidade de Artilharia em Abrantes. Dado à escrita, sua paixão, Elias da Costa, passa a colaborar na imprensa local e contribui para a Monografia do Concelho de Abrantes.
    No “Arquivo Municipal Eduardo Campos”, podemos ver e consultar o manuscrito, “Abrantes e os Abrantinos – 1948”, do Cap. Elias da Costa.
    Nos cinco tomos do manuscrito: “A Geografia – Tomo I”, “A História – Tomo II”, “A População – Tomo III”, “A Linguagem – Tomo IV” e “A Economia – Tomo V”1, podemos ver como eram os anos 40/50 do século passado, o que pensavam as elites políticas abrantinas e a razão da não publicação em livro, “Abrantes e os Abrantinos” do Capitão de Artilharia Artur Elias da Costa.
    Na consulta e notas que retirei do manuscrito transcrevo excertos do “Prefácio - 1948” e o texto integral do seu “Testamento particular – 1951”:
    “Prefácio - 1948” …” São múltiplas e variadas as causas da paralisia dos órgãos propulsores do seu progresso. Uma delas é que a população urbana está dividida em parcialidades inimigas, e cairá inevitavelmente em ruína insanável, se um pensamento mais generoso, inspirado por um ideal de justiça mais elevado não vier conciliar as aspirações de partidos que parecem irredutíveis2.
    Os ingénuos bairristas cá do burgo, que preferem dormir sobre o mole travesseiro da deixa-correr, não gostam que se fale da sua terra com uma objectividade que não é afectada pelas conveniências políticas, nem tão pouco pela necessidade de tomar em consideração as amizades ou inimizades criadas durante o intenso desenrolar de acontecimentos domésticos a que nos estamos referindo”.
    …” Raras vezes na minha vida senti a necessidade de mudar de plano, mas verifiquei logo que o projecto de reunir os aproveitáveis tinha inconvenientes graves. Ser demasiado lento não era o menor deles”.
    “Testamento particular – 1951”3 - No dia 25 de Fevereiro de 1951, pelas 20h30m, estando a meio do jantar, fui procurado pelo Exmº Snr. Dr.Emílio Salgueiro, que me convenceu de que efectivamente a cidade de Abrantes não tinha interesse nenhum no meu manuscrito intitulado “Abrantes e os Abrantinos” de 25 e cinco volumes (fora os do índice e prefácio).
    Pediu-me para retirar o livro que trata de questões políticas, e comprimir todos os outros de modo que ficasse obra de leitura possível. O que eu apresentava não servia para nada, porque não era comercial nem legível. Era um oceano exaustivo de pormenores a cujos rigores o grande publico não quereria aventurar-se. A cidade me ficaria grata se eu fizesse um resumo, dando guerra ás dissertações não menos tediosas do que escusadas, cujas espécies só poderiam interessar a um pequeno número de estudiosos, só poderiam aproveitar com circunspecção à élite cultural do país. “Esto brevis et placebis”, sê breve e agradarás.
    Disse muitas mais razões aceitáveis, eu fiquei convencido, e agradeci; e como estou sempre à espera duma recaída fatal, apressei-me a redigir esta minha última vontade: o manuscrito sobre “Abrantes e os Abrantinos”, que eu escrevi em 1948 para oferecer ao Exmº Snr. Dr. Emílio Salgueiro, em 1950 para brindar a cidade de Abrantes, e de hoje em diante, na minha longa convalescença continuarei a relação, será oferecido ao concelho de Abrantes por intermédio da sua Câmara Municipal.
    É esta a minha última vontade, que desejo seja integralmente cumprida.
    Só me resta dizer que eu procurei servir os Abrantinos o melhor que posso e sei; foi o excesso de zelo que estragou tudo; quis fazer óptimo, saíu inimigo do bom.
Saúde e felicidades a todos.
Abrantes, 25 de Fevereiro de 1951
Artur Elias da Costa
Cap do Q.Rf.
**
No Arquivo Municipal Eduardo Campos, o manuscrito “Abrantes e os Abrantinos” do Capitão Artur Elias da Costa, continua ainda hoje a ser a melhor fonte de pesquisa das vivências abrantinas dos anos 40/50 do século passado. É, pois, desse passado, que recolhi os apontamentos e imagens:
    (I) ABRANTES – PEGO: O LENÇO DE ALGODÃO/RAPARIGAS NOVAS/MULHERES VELHAS4
    A maneira de por o lenço de algodão na cabeça é mais interessante no Pego.
    Nesta freguesia as raparigas novas dobram-no por uma diagonal, ficando assim com três pontas.
    Destas, a do angulo reto fica nas costas; as dos ângulos agudos passam por trás da nuca e por baixo da ponta livre e vêm atar graciosamente no alto da cabeça que fica assim apertado na testa à moira. É de preceito ficarem as orelhas de fora para se verem bem os brincos.
    As mulheres velhas, ao princípio, dão-lhe o mesmo jeito, mas as pontas dos lados cruzam por baixo do queixo e vão atar sobre a nuca, por cima da ponta do angulo reto. Há uma terceira maneira de por o lenço, que lembra fortemente o jeito que as mulheres gregas e romanas davam à calântica (lenço usado pelas gregas e romanas, que se enrolava à cabeça em forma de cinta e cujas pontas caíam sobre os ombros) conste muito simplesmente em deitar o lenço por cima da cabeça à qual se cinge graciosamente, caindo uma ponta para trás e duas sobre os ombros, bastante negligentemente, para não amarrotarem. Eu ainda estou para saber como é que o lenço, assim descuidado para os ombros em vez de lhes cobrir o toutiço (parte posterior da cabeça, nuca, cachaço), se aguenta sem escorregar (no álbum Abrantino pus quatro desenhos onde se dá conta destas particularidades).
*
(II) ABRANTES - PEGO: OS CARVOEIROS E A CERTÃ4
    A certã é a peça essencial do equipamento do carvoeiro pegacho e tanto pode ser adquirida numa feira, como ser feita de encomenda em qualquer latoeiro numa feira. É um utensílio característico que denuncia logo o pegacho no meio dos numerosos camaradas que trabalham na carvoaria por esse Alentejo abaixo.


1Manuscrito “Abrantes e os Abrantinos” – Costa, Artur Elias, maço 00, pág. 1.
2Manuscrito “Abrantes e os Abrantinos” – Costa, Artur Elias, maço 00, pág. 69.
3Manuscrito “Abrantes e os Abrantinos” – Costa, Artur Elias, maço 00, pág. 5.
4Manuscrito “Abrantes e os Abrantinos” – Costa, Artur Elias, maço 03, pág. 50 a 52.

NOTA: PARA QUANDO A PUBLICAÇÃO EM LIVRO DO MANUSCRITO “ABRANTES E OS ABRANTINOS” DO CAPITÃO ARTUR ELIAS DA COSTA, AUTOR DE TRABALHOS SOBRE ANTROPOLOGIA, FILOSOFIA, MATEMÁTICA, TEMAS MILITARES…

ABRANTES - NA PISTA DA COMUNIDADE JUDAICA 1383-1493 (II)

 Cristãos-novos, seus descendentes e Inquisição no Ceará De Abrantes e Lisboa à ribeira do Acaraú

Publicou este blog em 2016 e “Jornal de Alferrarede” em 2012, ABRANTES - NA PISTA DA COMUNIDADE JUDAICA 1383-1493”. À época em que escrevi um pequeno e despretensioso artigo sobre os judeus em Abrantes, estava longe de imaginar que do outro lado do Atlântico, o jornalista Nilton Melo de Almeida, iria escrever a impressionante história da família Sequeira, “Cristão-novo”, a residir na Rua Marquês de Pombal, antiga Rua de Santo Amaro – Abrantes.
No seu livro “Cristãos-novos, seus descendentes e Inquisição no Ceará”, no “Capítulo 6” – “De Abrantes e Lisboa à ribeira do Acaraú”, Nilton de Almeida narra o sofrimento e o trajeto de uma família às mãos dos inquisidores, uma história iniciada há mais três séculos em Abrantes.
Centralizando os acontecimentos iniciados em Abrantes e pelo interesse que tem para a história local, solicitei ao autor autorização para a divulgação da sua obra o qual anuiu a dar o “uso que considerar conveniente “:
Do livro “Cristãos-novos, seus descendentes e Inquisição no Ceará” - Capítulo 6 - De Abrantes e Lisboa à ribeira do Acaraú, transcreve-se a página 195:
[...] havera nove annos e meio E que hû anno pouco mais ou menos antes da prisão delle confitente sendo já solto desta Inquisição Francisco de Sequeira christão novo morador que foi em Abrantes, veo elle confitente a esta cidade hindo a casa do ditto Francisco de Sequeira lhe deo os pezames de elle aver estado preso e o ditto Francisco de Sequeira lhe respondeo que elle confitente lhe tinha muitas obrigaçõens, porque não quisera dizer delle confitente e que dissera de seu tio João francês por ser já morto, e falando nas cousas de Ley de Moizes ambos lhe disse o ditto Francisco de Sequeira que a verdade era que quem de coração era Judeu, tarde tornava a ser christão e se farão por amigos da mesma nação [...]734

6. l. Um homem contra “patranhas”
Uma história iniciada há mais de três séculos e meio, em Abrantes, região centro de Portugal, no médio Tejo, tem desdobramentos na ribeira do Acaraú, sertões do Cea­rá. Parte da Beira "muito infeccionada de judaísmo",735 nesta vila portuguesa, vive o tronco de uma família que resiste nas práticas judaico-cristãs-novas, perseguida e em permanente mobilidade geográfica (Mapa 12). É em Abrantes que um Sequeira cristão-novo judaíza quase acintosamente, percebe o risco de ser preso e muda-se para Lisboa, onde começa seus embates com a Inquisição logo no início da segunda metade dos Seiscentos. Uma trilha instigante de homens e mulheres que cruzam o Atlântico, refazem o caminho de volta ao Reino e depois se dispersam. Um tronco retorna para o Brasil, mais precisamente para a ribeira do Acaraú, no Ceará.736 Trata-se, como ve­remos mais adiante, de caso excepcional em que as linhas (ascendente e descendente) de condenados pela Inquisição são identificadas apesar do fato de uma condenada ter… 

734 ANTT/IL, processo de Francisco de Sequeira, n.º 8.426-1, fls. 8v-9.

735 SANTA Ana, Estêvão de. Sermão do Acto de Fee, que se celebrou na cidade de Coimbra, na segunda Dominga da Quaresma. Anno de 1612/composto, e pregado pelo Padre frei Estêuão de S. Anna. 2. ed. Lisboa: António Aluarez, 1618; GARCIA, Maria Antonieta. Denúncias em nome da fé. Perseguição aos judeus no Distrito da Guarda de 1607 a 1625. Lisboa: Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões da U.N.L., 1996, p. 326; MARCOCCI, Giuseppe; PAIVA, José Pedro. História da Inquisição portuguesa... Op. Cit., p. 161. TA­VARES, Maria José Ferro. As judiarias de Portugal. Op. cit., p. 129, ao comentar sobre a fixação dos judeus, nos finais do século XV em localidades próximas do Tejo, diz: "Destacava-se nesta região a judiaria de Abrantes que se localizava no exterior da alcáçova, mas encostada a esta. Iniciava-se na Rua Grande, a via de comércio e de circulação de pessoas e bens, e terminava na Rua dos Coelheiras. É a atual Rua Nova. Nos arredores ficava o Vale dos Judeus, provavelmente, o seu cemitério".

736 Devo a construção deste capítulo sobretudo a Raimundo Portela ou Diogo Baruel, descendente em décimo terceiro grau de Francisco de Sequeira e de Brites da Paz. Suas informações sobre os descendentes de Francisco de Sequeira mostraram-se precisas. O engenheiro Luís Gonzaga Vasconcelos, casado com uma Siqueira, também me apontou caminhos para a escrita desse episódio da Inquisição que liga Portugal ao Brasil e ao Ceará.


O AUTOR

Nilton Melo Almeida é jornalista, doutor em História Moderna, investigador correspondente do CHAM - Centro de Humanidades, vinculado à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e à Universidade dos Açores, e integrante do Grupo de Pesquisa Diáspora Atlântica dos Sefarditas, vinculado ao Departamento de Historiada Universidade Federal de Sergipe. Em 2016, publicou Judeus no Ceará (Séculos XIX e XX). Contacto: niltonmalmeida@uol.com.br

Nota: no dia 26 de abril de 2021, tive a grata surpresa de receber do autor Nilton Melo Almeida o livroCristãos-novos, seus descendentes e Inquisição no Ceará”.








ASSIM ERA O CARNAVAL EM ABRANTES

 Para recordar os trajes usados pelos miúdos e graúdos no Carnaval em Abrantes publica-se as imagens não editadas que fazem parte do espólio de negativos propriedade de José Vieira: