Por José Manuel
d’Oliveira Vieira
1829
1829
-A Irmandade dos Passos de S. João de Abrantes
pagou pela Guarda de Honra e tambores na Procissão dos Passos 3.600 réis DO109.
JANEIRO 3: Em nome do habitantes desta
Praça e de toda a Guarnição Militar, António de Azevedo Coutinho regozija-se
por El Rey D. Miguel Primeiro estar livre de perigo e o seu estado de
Saude lhe permitir hir ao Quarto de Sua Augusta Majestade a Imperatriz Raynha,
Beijar-lhe a Real Mão… Pelas melhoras de El Rey, nos dias 31 de dezembro (1828) e 1 de janeiro
do mês corrente, Abrantes engalana-se e são construídos trez Arcos de
elegante gosto na frente da Porta Conventual do Convento de S. Domingos em cuja
Igreja celebramos a nossa Festa, estes Arcos herão guarnecidos de Festoens de
Louro e flores, e sobre o arco central,
se achava Collocada a Real Effigie de Sua Magestade, que nas noites dos
mencionados dias se illuminarão com huma vistosa iluminação, muito fogo do ar,
tocando a Muzica do Regimento Nº 20, o Hino Real, e outras pessas de boa
Muzica, concorrendo neste vestozo espectáculo hum numerozo concurso de todas as
Classes… Logo que terminou a Função de Igreja, todos os Corpos da Guarnição
formarão em Linha, fazendo face a Igreja na Praça do Rocio…seguindo-se huma
Salva de Artilharia, e três de fogo de Alegria… acompanhando-me em todo este
aparatoso acto a Authoridade Civil…. Seguindo-se depois marchar a Tropa pella
frente do Retrato de Sua Megestade…11.
JANEIRO 7: Para a Praça de Abrantes são remetidos todos os prezos que houver para responder a Conselho de Guerra11.
JANEIRO 7: Para a Praça de Abrantes são remetidos todos os prezos que houver para responder a Conselho de Guerra11.
JANEIRO 12:Francisco Luís, soldado que foi do Regimento de
Infantaria 20, que pertenceu à “Legião Portuguesa”* e se encontra doente por
moléstia, mandado para França pelo intruso Exército Francês, esteve na Rússia
onde voltou em 1814, foi desertor e voltou de Espanha em 1821, por indigência
da mulher e filhos requer e ingressa na Companhia de Veteranos de Abrantes11.
*Militar
português ao serviço de Napoleão.
Soldado Infantaria “Legião Portuguesa”
(Desenho - General Ribeiro Arthur)
JANEIRO 10: Por determinação El Rey Nosso Senhor,
Brigadeiro Governador de Abrantes prepara-se e dá ordem para estabelecer nesta
Praça um Depozito de Prizioneiro dos Corpos Rebelados até ao número de 500 que
estão em marcha da Praça de Peniche e Cascais (ver: JANEIRO 12).
JANEIRO 12:
Sobre o Depósito de Prisioneiros de Abrantes, o Governador da Praça refere ao
Marquês de Tancos: Dando o devido coumprimento
a Ordem d’El Rey Nosso Senhor que V. Exª me transmetio em Officio de 10 do
corrente, tenho a dizer a V. Exª que destinei o Edeficio do Convento da
Esperança para Depozito de Prizioneiros, único que nesta Praça pode ser
apropriado para seu seguro alojamento: O
antigo Palacio dos Marquezes de Abrantes que havia no Castello, foi demolido no
tempo da Guerra, e apenas existem pequenas cazas, que servem de prizão
da Praça até o numero de trinta prezos, e o resto he arrecadação, e o Quartel do Destacamento de
Artifices Engenheiros.
O Edeficio do
Convento da Esperança tem sido parte, prizão de Sentenciados, e outra parte
Quartel da Companhia de Veteranos, Destacamento d’Artilharia, Depozito de
Praças avulsas, e pequenos Armazens de arrecadação da Repartição das Obras
Militares, a Igreja Armazem de Muniçoens de Guerra, mudei imediatamente para
diferentes lugares a Tropa e os efeitos da Fazenda, e requezitei a Repartição
das Obras Militares, se fizessem tarimbas, no grande armazém, da que poderá
servir de alojamento a cento e cincoenta praças, abrindo-lhe a comunicação para
o interior do Edeficio; ordenei se fixassem as portas que deitão para a Rua; o
que tudo se está fazendo com actividade, e prontidão:Concluidas estas obras, e
feita huma palissada no Patio da Systerna, julgo que ficarão os prizioneiros em
segurança, e commedidade, ficando todo o Prezidio fixado com huma só
porta;fosse igualmente necessário a reedificação de alguns quartos arruinados,
para arrecadações, e para dar mais segurança ao Edeficio; Espero que quando
cheguem os Prizioneiros, já estejam prontos os alojamentos, para se
aquartelarem…
Deos Guarde a VªExª – Quartel General na Praça de Abrantes 12 de
Janeiro de 1829 – Antonio de Azevedo Coutinho - Brigadeiro Governador11.
Páteo -
Convento da Esperança
JANEIRO 13/15: Por ter sido removido por Ordem de El Rey Nosso
Senhor o Depósito de Prisioneiros de Peniche para Abrantes, sob o comando
do Tenente Coronel do Ultramar, Luís Deodato Pinto de Sousa, Comandante do dito
Depósito, entram nesta Vila 239 praças de diversos Corpos do Exército.
Oficiais,
Oficiais Inferiores e Praças são colocadas em Abrantes11.
JANEIRO 15: Do Depósito de Prisioneiros de Peniche entram em
Abrantes 22 militares. No documento com data de 8 de janeiro o Brigadeiro
Governador da Praça de Peniche, António Feliciano Telles de Castro Aparício,
refere que os mesmos não merecem a confiança de que gozão e por isso são
escoltados por uma boa força e seguem o itinerário 11:
Dias de marcha (janeiro)
|
Localidades
|
9
|
Caldas
|
10
|
Rio Maior
|
11
|
Alcanede
|
12
|
Pernes
|
13
|
Golegã
|
14
|
Punhete
|
15
|
Abrantes
|
JANEIRO 17: Sob escolta, comandados por um Alferes e 13 praças
a cavalo, vindos da Praça de Cascais, entram no Depósito de Prisioneiros de
Abrantes 348 militares Rebeldes 11. Provenientes de mais de duas dezenas de unidades
militares, o maior número de rebeldes pertence ao Regimento de Infantaria Nº 10
(111) e Milícias de Tomar (91) *11.
*Da relação com
9 folhas consta o nome e Corpos a que pertencem 11.
JANEIRO 21: Nesta data é dado “annuir
a reprezentação, para se conservar nesta Praça hum Destacamento de Cavalaria, a
fim de ser empregue na polícia externa da mesma...” 11.
JANEIRO 24: Em disciplina e tranquilidade vivem os militares do
Depósito de Prisioneiros de Abrantes11.
FEVEREIRO 7: No Hospital Militar de Abrantes 34 militares: 18 de
Infantaria Nº 2, 9 de Artilharia Nº 1, 5 espanhóis e 2 do presídio militar11.)
FEVEREIRO 14: Para gozarem do beneficio
concedido pello Regio indulto, de 18 de Junho do anno próximo passado,
António de Azevedo Coutinho, solicita ao Ministro do Estado que o informe se
todos os indivíduos que tendo desertado antes ou depois de 17 de maio do ano
passado e que se acham no Depósito são considerados prisioneiros ou
simplesmente apresentados. No mesmo documento o Brigadeiro Governador da Praça
informa que todas as praças do mencionado
Depozito, se tem comportado em desciplina, e muita Soberdinação, não tendo
oucorrido alteração ou novidade11.
FEVEREIRO 26: Requisição do Corregedor* da Comarca de Tomar,
António Alves de Carvalho ao Governador da Praça de Abrantes de uma força militar:
O bom Serviço de Sua Magestade El Rey, o
Senhor Dom Miguel Primeiro, e a tranquilidade, e socego Publico, da Vila da
Ponte de Sôr, exige que eu rogue a S. Exª, o auxilio de hum Destacamento… para
aquella mesma Villa, por algum tempo, a fim , não só , de me fazer prender o
Vigario Vicente Xavier Borba, AntonioRodrigues Pelado, Ignacio Marrêta
estalajadeiro, Manuel da Roza, Francisco da Silva, e António Mendes, todos
d’ali, e pernunciados, em Devassa de Rezistencia, ás Justiças do Mesmo Augusto
Senhor; mas também, de procurar, o socego, e bem estar, de alguns habitantes
que por môr d’aquelles amotinadores, se virão ne perciza necessidade, de
abandonarem seus lares, e famílias…Nas
ordens que V. Exª der/em segredo/ queira recomendar ao Official, que logo, que
estejam vereficadas as prizoens, me dê parte…11 (ver
FEVEREIRO 28).
*Corregedor: Antigo
magistrado cujas atribuições eram semelhantes às do actual juiz de Direito.
FEVEREIRO 28:Por requisição do Corregedor da Comarca (Tomar),
Brigadeiro Governador da Praça de Abrantes, António de Azedo Coutinho, manda
marchar para a Ponte de Sor um destacamento de 24 militares11.
MARÇO 13: Sob escolta, militares Rebeldes dos mais diversos Corpos
do Exército e outros prisioneiros que se encontravam com baixa no Hospital de
Peniche, entram no Depósito de Abrantes11.
MARÇO: Grandes movimentações militares desguarnecem a Praça de
Abrantes. Governador oficia a movimentação de forças para serviço nesta Vila11.
MARÇO 10: Para prestar serviço, uma força de 37 militares do
Regimento de Milicias de Tomar chega à Praça de Abrantes11.
MARÇO 17 - EXPEDIÇÃO AÇORES: ”Mapa da Força” do 1º Batalhão do
Regimento de Infantaria Nº 20 (Abrantes) que marcha na “Expedição” às Ilhas dos
Açores11:
MAPA DA
FORÇA
|
1º BAT.
|
Ten.Coronel
|
1
|
Major
|
1
|
Ajudante
|
1
|
Brigadas
|
1
|
Porta Bandeira
|
1
|
Capellão
|
1
|
Mestre Muzica
|
1
|
Muzicos
|
13
|
Tambor Mor
|
1
|
Pifano
|
1
|
Capitães
|
3
|
Tenentes
|
3
|
Alferes
|
3
|
1ºs Sargentos
|
6
|
2ºs Sargentos
|
6
|
Furrieis
|
3
|
Tambores
|
4
|
Cabos, Ansp e Sold.
|
290
|
TOTAL
|
340
|
Cavalos
|
3
|
MARÇO 20: Chega à Praça de Abrantes o
2º Batalhão do Regimento de Infantaria Nº 20. Milícias de Alcácer, Castelo
Branco e Tomar são “despedidas” e regressam aos seus lares. Por mais alguns
dias, para descanso do 2º Batalhão fica a Milícia da “Louzam”11.
MARÇO 23: Destacamento de Artilharia Nº1 é reduzido a número de 36
praças. Para Lisboa, a unirem-se ao seu Corpo, marcharam 52 praças de Inferiores e Soldados11.
MARÇO 24 - EXPEDIÇÃO AÇORES: Cirurgião Mor José Silverio de Faria
Torres requisita depozitos de cirurgia, e
roupas, que são necessários para fornecer o 1º Batalhão do Regimento de
Infantaria Nº 20, expedicionário para a Ilha Terceira11.
MARÇO 28: Em conformidade com as Ordens Reaes, objectos de Artilharia são enviados da Praça de
Abrantes para o Arsenal Real do Exército11:
Governo da Praça de
Abrantes
#
Relação dos Objectos
de Artilharia que dos Armazens desta Praça gorão remetidos ao Arsenal Real do
Exercito, na conformidade das Reaes
Ordens.
#
Peças de ferro de
Cale18 ..…………………….……… 6
Reparos para ditas ………………….……….………
10
Ballas do mesmo cale…………………………..….
7.130
Armão para os dittos
Reparos ..……………..….... 1
Tacos de fas…(!) do
ditto cale……………….….. 1:410
Reparos de raios da
antiga construção
pa obuses
de 7 e ½ polegadas ..………….………...… 1
Armão do mesmo
...………………………………….… 1
Granadas de 7
polegadas e 2 linhas ……….…. 400
Quartel General na
Praça de Abrantes 28 de Março de 1829
Antonio de Azevedo
Coutinho
Coronel Gov.
|
AHM
ABRIL 2: Extinto o Regimento de Cavalaria Nº 11 (Castelo Branco),
todo o material em Depósito é enviado sob escolta para Abrantes pelos soldados
do Regimento de Cavalaria Nº 811.
Nota: Devido à chuva, por se encontrarem intransitáveis as estradas e ter de
passar três rios que não dão “vao”*, o material a transferir é embarcado por
terra até ao Porto de Vila Velha e deste até ao Porto de Abrantes.
*Vao=vau: Lugar no rio
ou no mar, cuja profundidade permite que se atravesse a pé ou em um cavalo.
ABRIL 6: Em representação do Povo da Vila de Abrantes, Isidoro d’Almada e Castro, Brigadeiro
de Artilharia, Procurador da Câmara de Abrantes e Brigadeiro graduado Joaquim
José Maria de Sousa Tavares, fazem um veemente discurso para D. Miguel,
felicitando a sua Majestade por ter reassumido os seus direitos ao trono
português, prestão votos de fidelidade e entregam a El-Rei uma relação dos
oficiais da Câmara, jovens nobres, senhoras e reverendos padres que assistirão
à Festa que a Câmara de Abrantes mandou fazer no dia 1 de fevereiro, em Acção
de Graças pelo restabelecimento da sua Preciosa Saúde, implorando a graça de
lhes permitir usarem a “Medalha da Sua
Real Efigie”11.
Medalha da “Real-Efigie”
Frente Verso
NOTA: El-Rei manda dizer à Câmara,
estar certo da fidelidade dos propostos e que podem usar a “Medalha da Real
Efigie” em o lado direito de seus peitos, pendentes em fita azul ferrête, e
escarlate, o presidente da Câmara, a Câmara, seus representantes, Officiaes
d’Ella, da Fazenda, de Justiça, as tres Senhoras D. Maria Joanna de
Vasconsellos e Almada, D. Maria da Luz Almada Castro Gama Freire e Sousa, D.
Maria Guilermina de Mello Vasconsellos HawKins e o Clero que assistio à Festa
da Função de Graças do 1º de Fevereiro do corrente - total 53 medalhas (in fala que fez Procurador da Câmara da Vila de Abrantes
Isidoro d’Almada e Castro em presença de El-Rei D. Miguel I).
ABRIL 12: Das tropas rebeldes que se evadiram para a Galiza, vindo
de Lisboa entrou no Depósito de Prisioneiros de Abrantes o Soldado Manuel Moure
do Regimento de Artilharia Nº 411.
ABRIL 23: Governador António de Azevedo Coutinho
manda proceder a “Concelho de Averiguações” por dois militares (oficiais)
desta Praça, insultarem os Reverendos padres José Manuel Ferreira da Colegiada
de S. Vicente e Joaquim Filipe de Lopo da Colegiada de Santa Maria do Castelo.
MAIO 3/4: EXPEDIÇÃO
AÇORES - Reservas de
“cartuchame embalado” destinados aos expedicionários do Batalhão do Regimento
de Infantaria Nº 20 destacados no Açores seguem na Nao D. João 6º11.
-Relação das mulheres casadas com Officiaes Inferiores e praças de Pret
do 1º Batalhão do Regimento de Infantaria Nº 20, residentes em Abrantes, que
por Graça de Sua Majestade lhes concede vencerem rações d’etape durante a
separação de seus maridos na Expedição
às Ilhas dos Açores11.
1ª Companhia de Granadeiros
|
||
Posto
|
Nome dos
Militares
|
Nome das
Mulheres
|
1º Sargtº
|
António de Simas
|
Thereza Candida de Sé
|
Anspeçada
|
António Rodrigues
|
Anna Francisca
|
Soldado
|
Manoel Antonio
|
Joaquina Maria
|
Soldado
|
Jozé Godinho
|
Silveria Rosa
|
1ª
Fuzileiros
|
||
Sarg.Ajud.
|
Estevão Franc. de Souza
|
Anna Joaquina de Souza
|
(!)
|
Manuel da Sª Sanches
|
Antonia Maria do Canto
|
Muzico
|
Marsello Guterres
|
Anna da Estrela Paredes
|
“
|
Jozé Maria
|
Florinda Maria (!)
|
“
|
João Lopes da Silva
|
Izabel do Carmo
|
“
|
Jozé Lopes Perdigão
|
Maria da Conceição Perdigão
|
(!) Mor
|
Jozé Pinto
|
Maria Joanna
|
Pifano
|
Jozé Francisco
|
Eufraria Maria
|
2º Sarg.
|
Bernardo Antunes
|
Anna Roza da Silva
|
Cabo
|
Manoel C. dos Santos
|
Genoveva Roza
|
Soldº
|
Sebastião Marques
|
Anna Rodrigues
|
“
|
Joaquim de Mello
|
Constancia Roza
|
“
|
Antº Marques Aguiar
|
Maria da Conceição
|
3ª
Fuzileiros
|
||
Soldado
|
Francisco Lucas
|
Maria Pereira( Rio Moinhos)
|
“
|
João Alves
|
Roza Maria
|
5ª
Fuzileiros
|
||
Soldado
|
Jozé Dias
|
Mariana Thereza (Mouriscas)
|
“
|
Manoel Antonio
|
Joanna Clara
|
“
|
João Maria Sequeira
|
Maria Monica
|
“
|
Jozé António
|
Francisca Rita
|
7ª
Fuzileiros
|
||
1º Sargtº
|
Jozé Antº Ourique
|
Joanna Maria
|
2º Sargtº
|
Manoel Alves
|
Maria Leonor Valente
|
Cabo
|
Manoel Callado
|
Maria Alves
|
Ansp.
|
Bento Gomes
|
Cazemira Roza
|
Soldº
|
Francisco Marques
|
Caetana dos Santos
|
“
|
Manoel Marinho (!)
|
Joaquina Carolina
|
“
|
João Antonio
|
Maria da Conceição
|
Quartel em
Campo de Ourique 4 de Maio de 1829
João Joze
Doutel – Tenente Coronel do Regimento de Infantaria Nº 20
MAIO 4: EXPEDIÇÃO AÇORES - Capotes, cobertores, armamento e
equipamento necessários às praças do 1º Batalhão do R.I. 20 e mais praças do
Reg. Infª 6, 9 e 10 que se juntaram ao 1º Batalhão do 20, a embarcar, são
requisitados por Doutel11.
MAIO 5: EXPEDIÇÃO AÇORES - Para seguir em Expedição às Ilhas dos
Açores, apresenta-se a bordo da Não D
João 6º Baltazar Couceiro da Costa, Capitão da 5ª Companhia do Batalhão do
Regimento de Infantaria Nº 2011. À
data de seguir ao seu destino, autoriza a Thesouraria
Geral das Tropas a pagar 19#200 reis do seu soldo à sua mulher D. Maria
Jacinta Veiga residente nesta Vila11.
MAIO 8: Acusados de Rebeldes/Desertores, 81 militares, pertencentes
a Artilharia Nº 4, Cavalaria Nº 6, Caçadores Nºs 3/6/11/12, Infantaria Nºs
3/6/9/10/18 e Milícias de Guimarães são embarcados Porto/Lisboa, no navio
“Oceano”, tendo como destino o Depósito de Prisioneiros de Abrantes11.
MAIO 11: Por volta das seis e sete horas da tarde, vindo de Arenjuez (Espanha) de onde saiu a
8 de Abril, chega ao Porto do Tejo (Abrantes) o barco Antonelli. O Comandante
D. Agostinho Marco Artu, apresentou ao Governador da Praça o legal e original
passaporte com as armas reais de Espanha e Portugal, bem como a Gazeta de
Lisboa Nº 109 de 9 de Abril com a narração do inicio da viajem. Ao Conde
Barbacena Francisco, António de Azevedo Coutinho refere ter duvidas que a
embarcação, pela sua construção e falta de vela, navegue em águas de maré11.
Nota: Em Setembro de 2017 a
“História Militar de Abrantes” publicou o anexo A e B sobre a “A NAVEGABILIDADE DO RIO TEJO”, a exploração das
suas margens e as experiências realizadas no seu leito entre Espanha/Abrantes/Lisboa
e Lisboa/Abrantes/Espanha. A viagem de Marco-Artu no Barco Antonelli, a que se
refere António de Azevedo Coutinho não foi publicada. Para uma melhor
compreensão das dúvidas apresentadas à época pelo Governador da Praça de
Abrantes, publica-se na integra a viagem desde Aranjuez até à Vila de Abrantes:
O Barco Antonellí
Antes de dar noticia ao publico
das occorrencias desta viagem cumpre fazer-lhe saber, que a navegação do Barco
Antonelli não tem por objecto fazer nenhuma prova do que se intenta verificar
no Tejo, pois para, isso seria indispensavel preparar as suas margens, e tambem
proporcionar a D. Agostinho Marco Artu, seu constructor, e aos seus
collaboradores, D. José Maria Brost, e D.Nicoláo del Hiero, os meios de
desempenhar os encargos que se lhes confiárão, e que comprehendem as
instrucções, que se lhes derão com este objecto.
Dia 8 de Abril, 1.ª da viagem. Ás duas horas e meio da tarde, e entre as acclamações dos habitantes
de Aranjuez, largou o Barco Antonellí do lugar em que fôra lançado á agua, mais
abaixo de Ponte Verde do dito Real Sitio, e pelas cinco horas da tarde chegou
ao lugar de nominado Vado de los Arenales, onde determinou fundear para passar
a noute, por causa do grande temporal de vento que começou pelas quatro horas
da tarde, e durou até depois de haver anoutecido.
Dia 9 de Idem, 2.° da viagem.
Emprehendeo de novo o Barco Antonellí a sua viagem pelas 6 horas e hum quarto
da manhã, e tendo chegado á Ponte d'Ateca, se vio que não podia passar por
debaixo della etn consequeacia da elevação das aguas do rio. Nesta situação
imaginou o Constructor Marco Artu desarmar o camarote do Barco Antonelli, e
depois de 5 horas que custou esta operação, passou sem difficuldade por debaixo
da mencionada ponte e até pôde o Barco chegar á altura de Velilla,onde fundeou
no dia seguinte.
Dia 10 de Idem, 3.° da viagem. Bem cedo emprehendeo o Antonellí a sua navegação; passou com
facilidade a preza dos moinhos de Higares, ou de Cerralbo, e chegou a Toledo,
ás duas horas da tarde, onde foi recebido com enthusiasmo e vivas acclamações
pelos seus habitantes, e muito especialmente pelo seu digno Corregedor D.
Antonio Navarro. Na viagem deste dia foi o Antonellí acompanhado por grande
numero de habitantes das povoações immediatas, que o hião seguindo ao longo das
margens do rio. -
Dia 11 de idem, 4.° da viagem. Empregou-se este dia na passagem das prezas das immediações de
Toledo, taes como a do Corregedor, de S. Servantes, de Saheliccs, e outra de
bastante difficuldade, tudo á vista dos habitantes daquella Cidade, que virão
com particular interesse o beneficio que El Rei Nosso Senhor se propõe fazer
aos seus povos por meio desta navegação, e que admiravão a resolução o
intrepidez de Marco-Artu, e mais navegantes. O Corregedor de Toledo os auxiliou
eficazmente na passagem das prezas, facilitando-lhes, os meios necessarios para
que esta operação não tivesse o infeliz exito que tivera outra igual em 1793,
em que por impericia occorrêrão desgraçados accidentes.
Dia 12 de idem, 5.° da viagem. O tempo não permittio até ás 11 horas da manhã o emprehender-se a
manobra de passar a ultima das prezas das immediaçoes de Toledo que chamão
perigosas, cuja passagem se verificou com toda a felicidade, e á vista de
numerosos espectadores que sahírão da Cidade para a presencear. O temporal de vento
e chuva, que sobreveio logo depois do meio dia, obrigou o constructor Marco-Artu,
a annuir ás instancias que lhe fez o Corregedor de Toledo para que não continuasse
a viagem até o seguinte dia.
Dias 13 e 14 de idem, e 7.° da viagem. Continuou o temporal, e particularmente de vento, por cuja razão
determinou o constructor a instancias do dito Corregedor de Toledo não
continuar a viagem, e aproveitar estes dias para reparar o barco que carecia de
algum concerto em consequencia da sua passagem pela ponte de Ateca, e salto das
prezas.
Dia 16 de idem, 8.° da viagem. Nesta manhã salvou o barco as prezas immediatas á ponte de S.
Martinho de Toledo, e ao passar a ultima rachou huma taboa do casco do
Antonelli, em consequencia do que foi necessario suspender a navegação para
verificar o reparo necessario que se realizou no mesmo dia.
Dias 16 e 17, e 10.° da viagem. Permaneceo o Antonelli fundeado mais abaixo de Toledo por ter o
Corregedor daquella Cidade manifestado a D. Agostinho Marco-Artu, que seria
conveniente a navegação tanto pelas festividades, como pelo temporal de chuva
que causava grandes desastres no rioAG338.
(Extracto do Correio de Madrid
– publicado na Gazeta de Lisboa Nº 109 de 9 de Abril de 1829)
MAIO 21: CONFIDENCIAL – Illmº
Snr – Sirva-se Vsa mandar proceder ás mais exactas , e
particulares averiguações, para saber se tem ocorrido no Deposito algum dito,
ou noticia atterradora, e revolucionaria, tendo toda a vigilancia, e mandando
passar repetidas revistas aos Quarteis das divizões, e prizões, a ver se
encontram papeis, ou correpondencias, e dando as suas ordens confidenciaes a
este fim, para serem castigqados os cumplices, que tenhão perpretado tão
horrendos crimes.
Quartel General de Abrantes 29 de Maio de
1829
António de Azevedo Coutinho – Brigadeiro
Governador11
MAIO 22/24/26: Depósito de Prisioneiros de Abrantes recebe mais 66
militares11:
Depósito de
Prisioneiros
de Abrantes
|
-
|
Artilharia
|
13
|
Cavalaria
|
8
|
Caçadores
|
7
|
Infantaria
|
36
|
Milícias Guimarães
|
2
|
TOTAL
|
66
|
JUNHO 10: No grande Depósito de Prisioneiros do Copnvento da
Esperança são cantados “Hinos Constitucionais”. Dois dos miltares envolvidos
são enviados para a Cadeia do Castelo e fechados em quarto dentro da prisão.
JUNHO 19: Corpo da Guarda Real da Policia do Porto envia para o
Depósito de Prisioneiros de Abrantes 6 militares desertores/rebeldes11.
JUNHO 19: Previamente escolhidos, saíram embarcados desta Praça
para prestarem serviço no Regimento de Cavalaria Nº 7 e 1, quarenta e oito
prisioneiros rebeldes11.
JUNHO 21/23: Governador Interino de Abrantes, Coronel José António
Vidigal recebe ordens Reaes para o
Brigadeiro António de Azevedo Coutinho, Capitão agregado do Regimento de
Milícias de Castelo Branco José Sebastião de Almeida Beja e o Capitão agregado
a esta Praça Verissimo Alvares da Silva* se apresentarem em Lisboa no Quartel
General de S. A. Real.
* O Capitão agregado a
esta Praça Verissimo Alvares da Silva, não
se tem apresentado para lhe intimar as Ordens por estar auzente do lugar da sua
rezidencia…11 na Aldeia
de Rio de Moinhos (Ver JULHO 19).
JUNHO 26: Militares do Depózito de prisioneiros, que diariamente
auxilião o detalhe, e serviço da Guarnição (R.I. Nº 20):
Guardas
|
Praças
|
Reforço a
Guarda
Principal, ou Prezidio
|
12
|
Ao Tejo do Norte
|
6
|
Stª António
|
6
|
Barca
|
3
|
Quinxozos
|
3
|
Ferraria
|
3
|
Chafaris
|
3
|
Somma
|
36
|
NB.O Reforço da Guarda Principal, que actualmente he no Quartel dos
Prizioneiros, he fornecido pelos Melicianos de Thomar.
Os Soldados dos diferentos Corpos fornecem as Guardas das Portas, e a
Companhia de Veteranos dá os alvorados, para os Commandar.
O Serviço, tem sido feito com a maior regularidade, e disciplina, não
tendo ocorrido falta nas Praças do Depozito qu são detalhadas diariamente para
o Serviço da Guarnição.
São empregados diariamente, as Ordens, e Serviços da Guarnição dois ex
Sargentos de Melicias de Thomar11.
JUNHO 27: No Depósito de Prisioneiros de Abrantes encontram-se 620
militares* e 2 civis11.
* No calabouço estão
90. Os presos que fazem serviço diário sob escolta, recebem gratificações de
serviço11.
JUNHO 27: Dos 498 militares do 2º Batalhão do R.I. Nº 20, apenas se
encontram em estado efectivo 38311.
JUNHO 27: Governador da Praça de Abrantes, António de Azevedo
Coutinho, dá Informação circunstanciada,
e verídica, sobre cada hum dos Artigos que Contem, a anonima, que foi prezente
ao Mesmo Augusto Senhor; ficando bem persuadido, que á vista do meu Informe,
Sua Magestade, se convenserá , da falsidade, com que Mão oculta, pertende
manchar o Creditto de Vassallos, e Authoridades, que o seu Timbre he,
Fidelidade, Amor, e Vassalagem, a El Rey Nosso Senhor, o Senhor Dom Miguel 1º11.
Nota: Indivíduos desligados do serviço por falta de afeição ao regime,
sacerdotes insultados no Rocio desta Praça por trazerem ao peito Real Efigie de
Sua Majestade, falar mal do governo e gozarem de toda a liberdade, presos que
vieram do Depósito de Peniche/Cascais a ganharem 260 reis e o triste soldado
pronto para todo o serviço a ganhar 60 reis, prisão em Rio de Moinhos por uma
força do Regimento 20 de Manuel Francisco de Sousa com loja de mercearia em
Abrantes desde 1824. Estes e outros assuntos, encontram-se numa carta anónima
dirigida ao Governador da Praça de Abrantes António de Azevedo Coutinho. (Por
extensa (12 páginas), não reproduzimos o seu conteúdo. Se algum leitor mostrar
interesse pela mesma, o autor do blog facultará o texto integral dessa mesma
carta bem como todo o processo referente ao caso).
JUNHO 29: O extinto Depósito de Stº Ovídio envia para o Depósito de
Prisioneiro de Abrantes 3 praças desertoras/rebeldes11.
JULHO 1: Tenente Coronel Luiz Deodato Pinto de Souza, Comandante do
Depósito de Prisioneiro de Abrantes, recebe Ordens
de El Rey Nosso Senhor para dispôr à disposição de Infantaria Nº 20 e
Infantaria Nº 8, todas as praças de Infantaria Nº 6/10/18, a fim de cada um dos
comandantes poder escolher o número de 60 praças para o respectivo Corpo,
recaindo a escolha nos que tiverem as circunstâncias declaradas nas Reaes Ordens. O mesmo se executará para
o Regimento de Artilharia Nº 3 com a escolha de 20 praças11.
JULHO 1: Em consequência dos Voluntários Realistas não poderem
continuar o serviço de polícia, os milicianos serem poucos e o Corregedor da
Comarca da Vila de Tomar não confiar neles, este, pede um destacamento de
Caçadores Nº 8 ou Infantaria Nº 20 para manter a guarda da cadeia de Tomar onde
se encontram os presos por motivos políticos ou que os mesmos sejam enviados
para a Praça de Abrantes11.
JULHO 14: AVIZO da
Secretaria de Estado dos Negócios Eclesiásticos e de Justiça ordena ao
Intendente Geral da Policia que os presos políticos na cadeia de Tomar sejam
transferidos sob escolta militar para a de Abrantes11.
JULHO 15: Por ordem do Conde de S. Lourenço, Intendente Geral das
Policias manda que presos por crimes políticos da Cadêa de Thomar sejam transferidos para a Cadêa da Praça de Abrantes11.
JULHO 19: Escondido, e pelas
proximidades desta Praça, o Capitão Estado Maior do Exército Veríssimo
Alves da Silva, morador em Rio de
Moinhos, não se apresenta ao Governador Interino para este o mandar
apresentar no Quartel-general de Sua Majestade (Lisboa) 11.
JULHO 28: Manuel Joaquim da Fonseca do Avelar, Capitão-mor de
Ordenanças de Abrantes10.
JULHO 29: Comandante em Chefe do Exército remete ordens para o
Depósito de Prisioneiro de Abrantes mandar apresentar aos respectivos
comandantes, todas as praças de “Pret” do Regimento de Milícias de Tomar11.
JULHO 31: Pelo Comandante dos Exércitos é indeferida a pretensão de
dar 20 reis de subsídio diário às praças do 2º Batalhão de Infantaria Nº 20. Em
seu lugar, devem as praças do referido corpo arranjar horta, medida que vai melhorara e ser de muita utilidade às
praças que a arranjão.
AGOSTO 4: Governador de Abrantes, António de Azevedo Coutinho,
recebe ordens do Marquês de Tancos para receber no Depósito desta Praça duzentos, e tantos prisioneiros que se achão
no Depozito da Torre de Outão11
(ver
AGOSTO 24).
AGOSTO 5: Na eminência de trovoadas e fortes chuvas, muito
frequentes na Vila de Abrantes, e face ao risco para os moradores, Governador
Coutinho requer a urgência de se contruirem “conductores nos Payoes” da Praça
de Abrantes11.
AGOSTO 11: EXPEDIÇÃO AÇORES - Lista das tropas “miguelistas” do
1ºBatalhão do Regimento de Infantaria Nº 20*, naturais de Abrantes, mortos,
feridos e prisioneiros na decisiva acção militar na Vila Praia, na Ilha
Terceira de 11 de Agosto de 182911:
Capitão, Joaquim Henriques Lobinho
|
Natural de Abrantes - ferido com gravidade
|
Cabo, Manuel Correia dos Santos
|
Natural de Abrantes – Prisioneiro ou morto
|
Soldado, João Pires da Silva
|
Natural de Abrantes – Prisioneiro ou morto
|
Soldado, Manuel Martins
|
Natural da Lercas – Prisioneiro ou morto
|
Soldado, Luís Alves
|
Natural das Mouriscas – Prisioneiro ou morto
|
*As reservas de
cartuchame embalado para o 1º Batalhão do Regimento de Infantaria Nº 20
seguiram para a Ilha de S. Miguel na “Nau” D. João VI.
-Relação das famílias
dos militares do 1º Batalhão do Regimento de Infantaria Nº 20 com residência em
Abrantes, que ficaram a receber pela pagadoria parte do vencimento durante a
expedição às Ilhas (Açores)11:
Abrantes
|
28 famiílias
|
Abrançalha
|
1 família
|
Rio de Moinhos
|
1 família
|
Nota: O “Jornal de Alferrarede na sua Edição Nº 292
fevereiro de 2010, publicou o artigo “Abrantes Militar – Telegrafo de Ciera”.
Na data da publicação do artigo, o autor desconhecia que o “TELÉGRAFO DE CIERA”,
o mesmo modelo utilizado na Torre do Castelo de Abrantes foi utilizado na
grande Batalha da Vila da Praia em 11 de agosto de 1829. Raramente visto em
figuras, de autor desconhecido – ano 1830, pode-se ver na Vila da Praia o
Telégrafo de CIERA (ver figura - Telégrafo de CIERA -
Batalha Vila da Praia – 11 Agosto 1829).
"AOS / HERÓIS
/ DE 11 DE / AGOSTO / DE / 1829",
Estátua autoria -
Abraham Abohbot
Batalha Vila da Praia – 11 Agosto 1829 e Telégrafo de CIERA
Posição dos navios da esquadra portuguesa na bahia da Vila da Praia - Ilha 3ª
BN http://purl.pt/1689/3/
Nota: Nesta figura podemos ver o nome da nau D. João VI que transportou as reservas de cartuxame ao R.I.Nº 20 (Abrantes) bem como os 1.391 tiros lançados sobre a Ilha Terceira. Na mesma figura a localização do "telégrafo de CIERA" na planicie da Mal-merenda.
AGOSTO 17: Marquês de Tancos comunica ao Governador de Abrantes que
expediu ordem ao Comandante do Depósito de Prisioneiros de que um Oficial do
Regimento de Cavalaria Nº 7 irá escolher de todos os soldados de Infantaria que
se acham no dito Depósito, 19 praças para continuarem no serviço do R.C. Nº 711.
AGOSTO 17/20: Tenente Coronel João Wager Russell da Prisão Militar
do Porto entrega no Depósito de Abrantes o Soldado Rebelde de Infantaria Nº 6,
Domingos Soares Balio11. Do Castelo de S. Jorge,
entrarão no Depósito de Prisioneiros de Abrantes 6 praças (3 de Artilharia, 2
de Caçadores e 1 de Infantaria) 11.
AGOSTO 24: Do Depósito da Torre de Outão, escoltados por uma força
do Regimento de Milícias de Setúbal, chegam ao Depósito de Prisioneiro de
Abrantes 159 praças11.
AGOSTO 25: Por perdão Real, Oficiais Inferiores e Praças da 4ª
Companhia do Regimento de Milícias de Tomar, presos no Depósito de Abrantes por
“devassa de rebelião”, voltam às suas casas11.
AGOSTO 26: Dos 113 prisioneiros rebeldes que se encontram no
Depósito de Prisioneiros de Abrantes, 88 gozão do perdão real, 10 continuam na
mesma presos, 1 aguarda remoção para o Quartel-general, 1 por ser paisano é
expulo do Depósito e 1 declara estar unido aos rebeldes11.
AGOSTO 31: Comandante do Depósito de Prisioneiros estabelecido na
Praça de Abrantes comunica ao Governador da Praça a ordem que recebeu do
Marques de Tancos para libertar da prisão militares que prestarem vassalagem e fidelidade ao Rey D. Miguel11.
Nota: Para o Depósito de Prisioneiros de Abrantes são enviados os
“Liberais” não-alinhados com o movimento militar do Rei D. Miguel. Jurando
lealdade e fidelidade ao poder “Absoluto”, estes são escolhidos para continuar
ao serviço em outras Unidades militares11.
Nota: Por ordem de Sua Majestade
El Rei Nosso Senhor, enquanto presos por desafecto ao sistema político todos os
militares dos Corpos Rebeldes recebem os soldos a que tem direito.
AGOSTO 31: (Confidencial – Quartel General Paço de Queluz) - A propósito de contrabando de trigo estrangeiro comprado
pelo encarregado do Depósito de Campo Maior, do qual consta terem chegado à
Praça de Abrantes nos meses de Abril e Maio, setenta moios de trigo foram
comprados aos contrabandistas11 (ver SETEMBRO 27).
SETEMBRO: Do Regimento de Infantaria Nº 5 (Estremoz), são
transferidos sob escolta, para o Depósito de Prisioneiros de Abrantes 27 Praças11.
SETEMBRO 2: EXPEDIÇÃO
AÇORES - Depois dos combates……, já em Ponta Delgada, João José Doutel,
Tenente Coronel do Regimento de Infantaria Nº 20, refere no “Mapa do Estado da
Força” ter perdido nos combates da Ilha Terceira, por terem ficado prisioneiros de guerra 83 militares11:
SETEMBRO 27:
Numa longa carta de quatro páginas o Governador da Praça de Campo Maior,
justifica ao Comissário em Chefe do Exército, Domingos José Cardoso a
proveniência do Trigo enviado nos meses de abril e maio para a Praça de
Abrantes11.
SETEMBRO 28: Promovido a Capitão da 6ª Companhia de Ordenanças da
Vila de Abrantes, Christovão Annes de OliveiraAG337.
OUTUBRO 16:
Brigadeiro António de Azevedo Coutinho ajuda o Tenente General Inspector Geral
das Milícias, Agostinho Luis da Fonseca a escolher e a propor alguns Paizanos para oficiais do Regimento de
Milícias de Tomar11.
OUTUBRO 19: EXPEDIÇÃO
AÇORES - Francisco Manuel Couceiro, Tenente Coronel do 2º Batalhão do
Regimento de Infantaria Nº 20 remete para o Marquês de Tancos relação dos
oficiais destacados na Ilha dos Açores11.
DEZEMBRO 9: Vicente Martins Caldeira, Capitão da 3ª Companhia de
Ordenanças de Abrantes10.
11AHM
56 Fala que
fez Procurador da Câmara da Vila de Abrantes Isidoro d’Almada e Castro em
presença de El-Rei D. Miguel I.
AG337Gazeta
de Lisboa
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