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HISTÓRIA MILITAR DE ABRANTES (XV)

Por José Manuel d’Oliveira Vieira
1828
-A Irmandade dos Passos de S. João de Abrantes pagou pela música do Regimento e Guarda de Honra na Procissão dos Passos 9.600 réis e pela música e Guarda de Honra na Procissão do enterro do Senhor 7.200 réis DO108.
FEVEREIRO 22: Por Régio AVIZO, militares existentes no Depósito de Prisioneiros de Abrantes são amnistiados11 .
ABRIL (!): Planta do porto d’Abrantes onde se nottão as pozições da ponte militar, e das baterias para a sua defeza:
DIE 57-1-1-1
ABRIL 12: Remetidas pelo Corpo da Guarda Real da Policia, 12 praças apresentadas neste Governo  (Abrantes), por um Sargento do R.I.Nº 16 tiveram péssima conduta durante a marcha e excederam em um dia o seu itinerário. Por esse facto, Brigadeiro António de Azevedo Coutinho ordenou a prisão imediata a todo o contingente e manda proceder a “um Conselho de Averiguação”11
MAIO 5: Nesta data, relação dos amnistiados do Depósito de Prisioneiros de Abrantes é enviado pelo Quartel-general de Castelo Branco ao Conde do Rio Pardo11
MAIO 22: Comandante do Regimento de Infantaria Nº 20, Tenente Coronel João José Doutel quer que o seu Regimento seja pago de “pret” em igualdade de circunstâncias com os Destacamentos de Artilharia e Artífices que se encontram na Praça de Abrantes11. 
MAIO 31: Ordens reais mandam construir dois armazéns na margem direita do Rio Tejo em Abrantes destinados a guardar objectos pertencentes ao Trem das Pontes Militares, podendo a sua construção, alem deste fim, em tempo de Guerra, em que as Pontes estão estabelecidas, servir para Quarteis, ou Depozito de munições, que para se transportarem pª a Beira, ou Alemtejo, escusão subir á Vª d’Abrantes, o que produz mtª despeza, e põe em grande vexame os seus habitantes por ser necessário tomar-se-lhes as cazas ou servirem-se das Igrejas, em consequencia de não haver ali hum Armazem próprio…11 .
JUNHO (!): Ordens Reais determinam que “fundos” a serem arrecadados no futuro devem se enviados pelo Juiz de Fora de Abrantes ao “Thezouro Publico”11. 
JUNHO 9: Nesta Praça, como como em toda a Província da Beira Baixa, para conhecimento geral e pronta execução, Brigadeiro Azevedo Coutinho, manda publicar em Ordem de Dia e em Editais, a Régia Proclamação bem como o Decreto de 2 do corrente mês que chama ao serviço do Exército todos os Indeviduos, que tem tido Baixa desde o fim do anno de 1820… em conformidade com o Decreto que chama ao serviço militares que tiveram baixa de serviço, apresentaram-se trinta e cinco praças que foram mandadas armar e unir ao Regimento d’Infantaria nº 20. Para serviço da guarnição, a Praça de Abrantes tem apenas 140 baionetas do Regimento de Milícias de Idanha e 70 praças do Destacamento de d’Artilharia nº 111(ver JUNHO 26). 
JUNHO 10: ...sahirão  desta Praça, o Tenente Coronel d’Engenheiros Joze Carlos de Figueiredo, e os Officcaes do mesmo Corpo, e Destacamento d’Artifices que estavam empregados nas Pontes, e Estradas Militares deste Destricto... 11. 
JUNHO 20: Em conformidade com as ordens de S. A. Real, o Coronel José António Vidigal entra em Abrantes e recebe do Brigadeiro António de Azevedo Coutinho o Governo da Praça de Abrantes, ficando Governador Interino da mesma11. 
JUNHO 21: Coronel José António Vidigal, Governador Interino da Praça recebe ordens para intimar e apresentar em Lisboa o Capitão Agregado a esta Praça, Verissimo Alvares da Silva que se encontra ausente da sua residência à mais de oito dias. Oficio é entregue a sua mulher na Aldeia de Rio de Moinhos, local onde habita (ver JULHO 19)11. 
JUNHO 23: Sahe desta Praça, o Brigadeiro Antonio de Azevedo Coutinho, em direcção a Lisboa, a apresentar-se ao Quartel Generel de Sua Alteza, na conformidade das Ordens do Mesmo Augusto Senhor.
-Na mesma data e mesmo destino marcha o Capitão agregado do Regimento de Milicias de Castelo Branco, José Sebastião de Almeida Beja11. 
JUNHO 25:Chegam presos a esta Praça e no mesmo dia embarcam sob escolta no Porto de Abrantes para Lisboa, o Brigadeiro Claudino e um irmão11. 
-Governador Interino da Praça, Coronel José António Vidigal, informa o Conde de Barbacena: apesar de pequenos focos de guerrilha, tropa da Guarnição, habitantes locais e povoações vivem em tranquilidade e na mais firme adesão no reconhecimento à “legitimidade do Senhor Dom Miguel” 11. 
-Oficiais Engenheiros recolhem objectos pertencentes às pontes de Barcas do Porto de Abrantes, Punhete e Amieira bem como ferramentas para serem enviadas para a capital...11. 
JUNHO 26: Concluída a entrega das pontes militares, Tenente Coronel José Carlos Figueiredo e o seu Destacamento de Engenheiros, retira-se desta Praça para a Capital.
Para a conservação das Barcas e Pontes Militares a pagar diariamente pelo Arsenal são necessários: Ponte da Amieira - um mestre marítimo 400 reis, um ajudante240 reis. Ponte de Abrantes - um mestre marítimo 400 reis, quatro ajudantes a 240 reis cada 960 reis, um fiel de armazém geral 320 reis. Ponte de Punhete - um mestre calafate 500 reis, dois marítimos a 240 reis cada 480 reis11. 
JUNHO 26: Tendo concorrido grande número de Individuos á aprezentarem-se, dos que tiveram baixa, e na conformidade do Real Decreto de 2 do corrente mez, armamento do que tinha o Depósito do Batalhão de Caçadores Nº 3 nesta Praça e restos de uniformes de Policia do Depósito de Amnistiados que aqui houve, vestem-se os militares com baixa de serviço que se apresentam na Guarnição de Abrantes11. 
JUNHO 28: Por requisição Coronel José António Vidigal, Governador Interino, Arsenal Real manda entregar à Praça de Abrantes dez resmas de papel, e dez meadas de fio de vella para aqui se fazer cartuxame. Na mesma data chega a esta Praça cem mil (100.000) cartuxos embalados do adarme Inglêz* e três mil pares de Çapatos abotinados…11 .
Nota:Cartuxame que estava à disposição do Generel Póvoas e Visconde de S. João da Pesqueira, na Praça de Abrantes,  é remetido ao Juiz de Fora da Covihã. Sapatos aguardam determinação superior.
*Adarme Inglês=Calibre arma Inglesa
JULHO 4/10: Atiradores Realistas de Abrantes fizeram Guarnições da margem esquerda do Rio Zêzere e guarda das Bareas* de Nova da Esteveira, Souto e vaos do dito rio (relação nominal assinada pelo Major Vicente Manuel Ferreira A. De Oliveira, comandante interino da Capitania de Abrantes)11.  
*Bareas: Baixios causadas pelas marés!
JULHO 12: Governo da Praça de Abrantes remete ao Governador de Coimbra 3.000 pares de sapatos11. 
JULHO 1: Remetidos a esta Praça pelo Governador das Armas da Beira Baixa, quatorze (14) oficiais, prisioneiros na Acção de Penafiel, são conduzidos a Lisboa para serem apresentados ao Sr. Visconde de Veiros11. 
JULHO 18: Para auxilio da Guarnição desta Praça chegou o Batalhão de Caçadores Nº 6 com uma força de 189 militares11. 
Nota: No Hospital do Porto ficaram com baixa 61 militares. 
JULHO 19: Capitão do Estado Maior do Exercito, Verissimo Alvares da Silva*, anda escondido pelas proximidades desta Praça. Sua mulher, tem respondido, que não lhe tem falado
*No Oficio enviado ao Conde de Barbacena consta a ordem para que fique considerado desonerado do emprego que tinha à ordem do Governo da Praça de Abrantes.
JULHO 19/21: Por proposta do Coronel José António Vidigal, Governador Interino desta Praça e Aviso Régio, passa a ficar às ordens do mesmo o Tenente da Companhia de Veteranos de Abrantes, António Maria da Motta11
JULHO 22: ...tendo sido reduzido o Serviço da Guarnição desta Praça, a menos força possivel, a fim de poderem ser dispensadas da mesma guarnição as Milicias... foi possivel dispensar todo o Regimento de Milicias da Covilhã...
Para serviço desta Guarnição até chegada de um contingente de Praças de Setúbal a unirem-se ao Batalhão de Caçadores Nº 6, existe uma Companhia do Regimento de Milicias de Idanha que será despedida após a chegada dos mesmos11. 
JULHO 30/31: Chegaram a esta Praça duas conductas de Officaes Inferiores, Cabos, e Soldados d’Infantaria Nº 15, e 23 da Guarnição da Praça de Almeida, no total de 438 praças11. 
AGOSTO 1: Entra no Quartel de Abrantes o 1º Batalhão do Regimento de Infantaria Nº 20 e marcha no dia 3 para Castelo Branco11. 
-Governador de Abrantes requer o conserto de três barcas e um barracão da ponte ao norte do Tejo em Abrantes. Ordem para a referida obra é dada em 29 de Agosto e orçamento fica em 51#160 reis11
AGOSTO 2: Luiz de Sousa Vahia Rebelo de Miranda, Visconde de S. João da Pesqueira, General da Província (Beira Baixa), trata das operações e movimentos militares a partir da Praça de Abrantes11
AGOSTO 6: Comandantes das Armas da Província da Beira Baixa, recebem ordens para despedir, e recolher a suas cazas as Guerrilhas, e Ordenanças, que estivessem reunidas… e recolher a Depózitos Gerais, no centro da Provincia ou em Abrantes… armas e cartuxame que se lhes tinha distribuído… 11.
AGOSTO 16: Tenente Coronel João Jozé Doutel, Comandante do Regimento de Infantaria Nº 20, remete relação ao Governador das Armas da Beira Baixa (Castelo Branco) de todos os 36 oficiais do seu comando existentes na Praça de Abrantes com a situação dos mesmos após 15 de Maio* último11.
*Revolta liberal deu-se em 16 de Maio de 1828, começou a ser preparada em Aveiro e na sequência da mesma viria a ser criado um Depósito de Prisioneiros em Abrantes para albergar centenas de militares vindos de outras Unidades (ver AGOSTO 17/21/29/30).
AGOSTO 16:No Presidio Militar para responder em Conselho de Guerra, o Cirurgião Mor do Regimento de Cavalaria Nº 11, Sebastião de Oliveira Monteiro11
-Devido ao intenso calor que se faz sentir em Abrantes, encontram-se em ruina os reparos* em que se acha montada a Artilharia da Guarnição. Governador Interino propõe ao Conde Barbacena retirada dos mesmos para armazêm 11. 
*Reparo: suporte de madeira com rodas, no qual é montada a peça de artilharia. As rodas podiam ser maciças ou com raios.

Reparo artilharia
(miniatura do autor – réplica canhão Ilha de Moçambique)
AGOSTO 16:Por falta de músicos, Comandante João Doutel, Comandante do R.I.20 pede ao Marques de Tancos para interceder perante Sua Majestade que dois músicos (trompão e clarim), do extinto R.I.15, que se acham no Depósito desta Praça possam continuar o Real Serviço no Regimento11. 
AGOSTO 17: Coronel José António Vidigal, Governador Interino remete relação ao Governador das Armas da Beira Baixa (Castelo Branco), de todos os empregados civis na Praça de Abrantes, com a situação dos mesmos após a “revolta liberal -15 de Maio”, informando que a situação actual,  he de afecto a Sua Magestade Fidelissimo El Rei Sr D. Miguel Primeiro11: 
Empregos
Nomes
Médico do Hospital Militar desta Praça
Jose Gonsalves Boubella
Almoxarife da Praça
Jose Joaquim Freire Pimentel do Avellar*
Escrivão do Almoxarife
Antonio Nunes Fragozo
Encarregado do Fornecimento à tropa nesta Praça
Manuel Simoens de Carvalho
*Em 30 de Maio foi apresentar-se a Lisboa como “Eleito Procurador em Cortes”, regressou a 19 de Julho para o mesmo posto.
-Na mesma data e com o mesmo fim:
Praça d’Abrantes
Rellação nominal de todos os officiais, que pertencião ao Estado Maior da ditta Praça, no dia 15 de Maio de 1828, se existião até ao prezente, e qual a sua Cituação actual.
Exercicio
Postos
Nomes
Observaçoens
Governador da Praça
Brigadeiro
António de Azevedo Coutinho
Existia no Governo da Praça, no dito dia 15 de Maio até 20 de Junho, em que por ordem de Sua Magestade, foi chamado a Lisboa para ser empregado em huma Comissão, onde existe.
Tenente Rey
Coronel Graduado
Antão Garcez Pinto de Madureira
Existia, na Praça, no dito dia 15 de Maio, até 3 de Junho, em que por ordem de Sua Magestade foi remetido debaixo de prizão, pª Lisboa, onde existe. Passou para o Exercito, por Decreto de 22 de Julho do corrente ano.
Major da Praça
Ten. Cor. Graduado
João Jozé ótes Paim
Existia, no seu Exercicio, no dito dia 15 de Maio, e no mesmo tem continuado até ao prezente na diat Praça.
Aspirante da Praça
Capitão Graduado
Jozé Pereira da Cunha
Idem
Ás oedens do Governador da Praça
Capitão Estado Maior do Exercito
Verissimo Alvares da Silva
Existia no dito dia 15 de Maio, no seu7 Exercicio, até 28 do dito Maio, tendo dezaparecidoseguidamente até ao prezente, sem que se saiba da sua cituação actual, e sem que com tudo conste, se reunisse ao Rebeldes.
Ás ordens do Governador da Praça
Capitão do Regimento Milicias Castelo Branco
Jozé Sebastião dÁlmeida Beja
Existia no dito dia 15 de Maio, no seu Exercicio, até 20 de Junho, em que por Ordem de Sua Magestade foi chamado a Lisboa, onde existe actualmente.
Ajud. De ordens do Brigadeiro Governador da Praça
Alferes de Cavalaria
João António de Azevedo Coutinho
Existia no dito dia 15 de Maio, até 20 de Junho, em que deixou o seu exercicio pela sahida do Brigadeiro Governador da Praça e tem existido actualmente nesta Praça.
Quartel na Praça de Abrantes 17 de Agosto de 1828
Jozé Antº Vidigal
Coronel Gov. Intº
AHM
AGOSTO 18: Devido à proximidade do Inverno, Governador Interino da Praça de Abrantes, requer a Francisco António Rapozo, Brigadeiro Fiscal das Obras Militares, a necessidade  de serem reparadas vinte e uma barcas da Ponte Militar de Abrantes. Quatro encontram-se em risco de se perderem e 17 carecem de ser beneficiadas, pois precisam de calafates11. 
AHM
AGOSTO 21:Em execução do que determina a Ordem do Exército Nº 35 de 16 de Julho último, Visconde de S. João da Pesqueira, Governador das Armas da Beira Baixa, recebe e envia ao Marques de Tancos as “relações” com a situação dos militares e civis da Praça de Abrantes que se unirão ou não aos rebeldes (Estado Maior, Empregados Civis, Regimento de Infantaria Nº 20, Corpo de Veteranos, Capitania Mor de Abrantes, Capitania Mor de Mação, Capitania Mor do Sardoal e Capitania Mor de Vila de Rei), referidas a 15 de Maio de 1828 (revolta liberal)AG336.  
AGOSTO 29: Do Conselheiro d’Estado, Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Guerra, Conde do Rio Pardo para o Chefe do Estado Maior General, Conde de Barbacena: Por solicitação do General da Beira Baixa (5 de Agosto),  mostrando necessidade de mandar para Abrantes hum Official Engenheiro de Confiança, com hum destacamento do Batalhão d’Artifices para cuidadrem da conservação das barcas que servirão nas Pontes do Tejo, e Zezere; que não havendo neste Ministério informação alguma contraria á conducta politica dos Officiaes que actualmente estão servindo no Real Corpo de Engenheiros, e podendo acontecer... coisa desfavoravel  a algum dos ditos Officiaes...rogo a VExcia haja indicar-me o Official que julga nas circunstancias de ser nomeado para o serviço proposto pelo General da Beira Beixa*11
*No dia 5 de Setembro, o Ministro da Guerra dá parecer favorável á nomeação de um qualquer oficial que serve o Batalhão de Artifices Engenheiros.
AGOSTO 30: Referente ao dia 15 de Maio último, Visconde de S. João da Pesqueira, Governador das Armas da Beira Baixa (Castelo Branco), relaciona as 22 Capitanias Mores, incluindo a de Abrantes, com o nome dos oficiais que não se unirão aos rebeldes11. 
AGOSTO 30: Coronel José Vidigal, Governador Interino entrega o Comando da Praça de Abrantes ao Brigadeiro António de Azevedo Coutinho11.
SETEMBRO 3: Por falta de afeição ao actual sistema, incapazes de fazer parte de um “Corpo fiel”, insistirem num sistema desorganizado, baixarem ao hospital para não combaterem rebeldes, Tenente Coronel Comandante do Regimento de Infantaria Nº 20, João José Doutel, comunica e envia lista* ao Marquês de Tancos que nove Praças do seu Regimento (Sargento de Brigada - Francisco dos Santos,1ºs Sargentos – António José de Amaral, Tomé Justino, Sargento Quartel Mestre – Manuel Mexia da Rosa, Cadete Porta Bandeira – Simão Trigueiro Martel, Soldados – Joaquim José Lode, António Carlos Barroso, Joaquim Fernandes de Pimenta, António Joaquim Fernandes), não tem condições para continuarem no Corpo, pelo que deve ser dado outro destino11.
*Na lista enviada ao Marquês de Tancos consta o registo dos crimes cometidos e respectivas penas tais como baixa de posto “Sargento p/Soldado”, punido com “chibata” etc. etc. Em consequência do registo dos crimes cometidos os militares foram sendo despedidos do Exército11.   
SETEMBRO 5/6: Governador da Praça de Abrantes remete a Agostinho José da Costa, relação nominal das 130 Praças Rebeldes (1º/2º Sargentos, cabos, soldados, tambores e anspeçadas que vieram do Depósito de Setúbal para continuarem o Real Serviço no Regimento de Infantaria Nº 2011 (Sobre este assunto, ver SETEMBRO 9/11/13/15/17). 
O contingente de 130 militares dos Corpos Rebeldes que veio do Depósito de Setúbal para o Regimento de Infantaria Nº 20 em Abrantes, para gozarem do indulto do monarca Senhor D. Miguel I, durante o descanso de 22 para 23 de Agosto em Santarém tiveram conduta imprópria ao cantarem Cantigas á Constituição do ano de 1820, e á de 1826 - disseram que o Governo de S. Magestade ainda havia de mudar, e ao mesmo tempo dizendo mal do dtº Governo… fizeram elogios ás Tropas Rebeldes, e com particularidade ao Regimento 10 de Infantaria, e algumas terras que se rebelaram… espamcaram um Rapaz filho de Joaquim Antonio da Roza, por cantar cantigas Realistas… hum Sargento do 8 de Infantaria tirou a Bandeira de Caza do Tenente Coronel António Joaquim de Figueiredo (estes acontecimentos foram presenciados, escritos e denunciados em Santarém dia 26 de Agosto pelo Soldado Voluntário Realista Joaquim António Leite) 11. 
Pelas provocações ao Governo constituído, o Governador da Praça, António de Azevedo Coutinho manda instaurar um processo de averiguações e manda a Santarém o Soldado Voluntário Realista Joaquim António Leite e mais testemunhas para estes dizerem ao Doutor Juiz do Crime de Santarém, o nome dos Soldados que perpetrárão aquelles crimes11
Composição Conselho Averiguações
AHM
SETEMBRO 6: Conde do Rio Pardo, expede ordem ao Brigadeiro Intendente das Obras Militares, para mandar concertar as Barcas da Ponte da Praça de Abrantes...11 
SETEMBRO 9/11/13/15/17: Realizam-se processos sumários, é trocada correspondência entre o Governo da Praça de Abrantes e Juiz de Fora do Crime de Santarém11. Do Conselho de Averiguação nomeado pelo Governador da Praça de Abrantes em 5 de Setembro, este confirma os acontecimentos e conclui não serem reconhecidos os que o prepetrarão pois todos negão, e não consta da representação, signaes ou nomes. A investigação aos revoltosos prolonga-se até 26 de Setembro11. 
SETEMBRO 26: Declara-se ao Exército em todo o Reino a formação de Corpos do Voluntários Realistas a organizar pelas Câmaras (ver NOVEMBRO 15/DEZEMBRO 13) AG336
OUTUBRO 5/7: Com destino a diferentes Corpos, comandadas pelo Tenente do Regimento de Milícias de Torres Vedras, Joaquim da Vaza Cesar, chegam a Abrantes 109 praças no dia 5 e saem desta Vila a 711. 
OUTUBRO 13: Regressados de Espanha, comandados pelo Sargento-ajudante do R.I. Nº 17, Manuel Vicente Brito Guerreiro, militares de diferentes Corpos chegam a esta Praça11
NOVEMBRO 7:…a fim de manter o socego publico por ocasião da Feira de S. Martinho, Governo da Praça, envia para a Golegã, uma força de cinquenta homens do R.I. Nº 20, que se  apresenta no dia 8 ao Juiz de Fora da Golegã11. 
NOVEMBRO 15: Começa a ser organizado pela Câmara de Abrantes  o recrutamento de Voluntários Realistas (cronologia de Abrantes no século XIX pg 32 - Ver DEZ 13).  
NOVEMBRO 17/19/22/26/29: Na sequência do acidente sofrido por D. Miguel*, o Brigadeiro Governador da Praça, António de Azevedo Coutinho, em seu nome e da fiel guarnição, deseja as melhoras de El Rey Nosso Senhor11. 
* Dirigindo-se no dia 9 de Novembro de 1828 de Queluz para Caxias, D. Miguel sofreu um acidente e partiu a perna pela coxa.
DEZEMBRO 1: Estão desempregados e a residir nesta Praça os oficiais da 1º Linha do Governo das Armas da Beira Baixa - Capitão António Maximino Figueiras/RI20, Alferes José Joaquim Boquetes/RI20, João Cardoso Ribeiro/RI20 e António Soares Ribeiro/RI811. 
DEZEMBRO 1:Por Acórdão da Régia Comissão da Alçada Estabelecida na Cidade do Porto, Manuel Bernardo Hermenigildo e José António Gomiz, Bacharéis formados em Leis, encontram-se a cumprindo degredo na Praça de Abrantes (um ano e dois anos respectivamente)11
DEZEMBRO 13: Comandante em Chefe dos Corpos do Exército é informado pelo Juiz de Fora de Abrantes não ter comparecido número suficiente de homens para formar uma Companhia ou Batalhão de Voluntários Realistas nesta Praça (cronologia de Abrantes no século XIX pg 32) 
NOTA: Para contextualizar a não existência de "Voluntários Realistas" na Praça de Abrantes, se refere o texto que se encontra na Cronologia de Abrantes de Eduardo Campos. 
DEZEMBRO 15: Comandante do R.I.20, João José Doutel informa Marquês de Tancos da boa conduta e lealdade com que os Oficiais Inferiores que pertenceram aos Corpos Rebeldes estão servindo o Regimento11. 
DEZEMBRO 18: Por deserção simples, deserção em tempo de guerra, arrombamento, furto, a aguardar concelho de guerra, homicídio, extravio de armamento, uso de arma proibida, encontram-se na Prisão do Castelo de Abrantes 28 militares11
Nota:Relatórios do Governador e Comandante do “Prezidio Militar de Abrantes” referentes aos anos de 1828 a 1831 nos mestrão um número inusitado de presos que passarão pelos “calabouços” desta Praça.
DEZEMBRO 29: Para continuarem o Real Serviço no Regimento de Infantaria Nº 20, vindos Depósito de Prisioneiros de Peniche, chegam a esta Praça 57 praças do R.I Nº 1011. 

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