Por José Manuel
d’Oliveira Vieira
1824
FEVEREIRO 6: Nesta data, por proposta Infante
D. Miguel passa a Governador da Praça de Abrantes o Brigadeiro António de
Azevedo CoutinhoAG 296.
FEVEREIRO 24: Sua Alteza Real manda remeter
para a Praça de Abrantes, onze peças de artilharia que ficam à disposição da
Real Junta da Fazenda das Armas11.
MARÇO 23: Com o menor prejuízo
dos trabalhos de agricultura e para quem se ache a frequentar estudos, Chefe do
Estado Maior General dirige ordens aos Corpos do Exercito para a necessidade de
se fazerem exercícios ás tropas de 1º linha a licenciadas duas vezes por ano. A
época para os exercícios na Praça de Abrantes é o mês de Maio e JunhoAG 19/20/126.
MARÇO 27: Coronel Bento José
Valente do Regimento Infantaria Nº 20 solicita ao brigadeiro Duarte José Fava,
autorização para usar uma dependência do quartel de Abrantes, para se festejar
o aniversário de D. João VI11.
MARÇO: São expedidas ordens à
Junta da Fazenda das Armas para fornecer cartuchame próprio para clavina* e
pistola ao Regimento de Cavalaria Nº 11 que se encontra na Praça de Abrantes11.
Clavina
*Clavina - arma pelo seu pequeno comprimento que se apoia no ombro, destinada exclusivamente à Cavalaria. Arma de antcarga.
MARÇO: A Irmandade do Passos pagou à música
militar de Infantaria Nº 20 que tocou na Procissão dos Passos 4.800 réis e à
guarda de honra do mesmo regimento 4.800 réis. Na Sexta-feira Santa pagou à
mesma guarda de honra 3.300 réis e à música militar 4.000 réisDO101/102.
ABRIL 30: Por chefiar a revolta
militar, com intenção manifesta de coagir D. João VI a abdicar, D. Miguel é
demitido de Comandante-Chefe do Exército e sai do País a bordo da fragata
“Pérola” ruma o FrançaRICB.
Exército Miguelista
Soldado Caçadores Beira Baixa
MAIO 17: Na sequência da revolta
militar da guarnição de Lisboa (30 de Abril), Governador Interino da Praça, Coronel do R.I. Nº 20, Bento José Valente,
informa o Ministro da Guerra e da Marinha, Manuel Inácio Martins Pamplona Corte
Real, Conde de Subserra que a tropa da
Guarnição e habitantes permanecem em tranquilidade e Fidelidade a El Rei Nosso
Senhor Dom João VI11.
JUNHO 5: Coronel Bento José
Valente, do Regimento de Infantaria 20 e governador interino de Abrantes, remete
ao conde de Subserra as Ordens do Dia*
que recebeu o Governo desta Praça do intruzo Chefe do Estado Maior General, o
Tenente General Manuel de Brito
Mouzinho, conforme Sua Magestade, me Ordena na Circular de 31 de Maio proximo
passado11.
*El Rei Nosso Senhor (D. João VI), ordena, que sejão
consideradas nullas todas as ordens, que desde o dia em que rebentou a rebelião
de 30 de Abril próximo passado até ao dia 9 do corrente mez de Maio,durante o
tempo que este Paiz foi governado anarquicamente... a fim de que fiquem
cassadas e trancadas taes Ordens, por não serem legaes...,expedidas pelo intruzo
Chefe do Estado Maior General, Manoel Brito Mozinho (afecto a D. Miguel)...AG296 .
JUNHO 12: Movimentações de
Corpos Militares – Comandante, Coronel do Regimento de Infantaria Nº 23,
Francisco Joaquim Pereira Valente, informa o Conde da Sub-Serra, ter chegado à
Praça de Abrantes o 2º Batalhão do referido Corpo com 351 militares (ver
SETEMBRO 10)11.
JUNHO 15: Brás da Silva
Consolado, Capitão de Ordenanças da Freguesia de Penhascoso, do termo de AbrantesAbt.
JULHO 15: Francisco de Paula Xavier da Serra,
Capitão-mor de Ordenanças agregadoAbt.
AGOSTO (!): Ajudante da Praça, Tenente Graduado em Capitão José Pereira
da Cunha DO103/104+AG306.
AGOSTO 6: Por Ordem de Sua Magestade sai de Abrantes
para a Praça de Elvas o Regimento de Infantaria Nº 20 com 262 militares e chega
à mesma Praça com 274 militares*. Coronel Comandante do mesmo Corpo, Rodrigo Netto Pereira da Silva passa o Comando
da Praça ao Coronel Comandante do Destacamento de Linha do Maranhão. De acordo
com as mesmas ordens seguem o itenerário (ver AGOSTO 7)11:
Itinerario para a marcha do Regimento de Infantaria Nº 20, de
Abrantes para Elvas
|
|
Dias de marcha
|
Tranzitos
|
6 de Agosto de
1824
|
Azedos
|
7
.............................
|
Ponte de Sôr
|
8
..............................
|
Benavilla
|
9
..............................
|
Cano
|
10
............................
|
Estremoz
|
11
............................
|
Alto (Descanso)
|
12 ............................
|
Borba
|
13
............................
|
Elvas
|
AHM
*Durante a marcha, reuniram-se ao
Regimento os restantes militares. Os restantes militares para o efectivo total
do Regimento que é de 584 militares
encontram-se destacados em Coimbra e são mandados regressar à Praça de Elvas.
AGOSTO 7: Insatisfeito pela decisão, Juiz de Fora António de Lemos Teixeira de Aguilár
escreve ao Conde de Sub-Serra dizendo que o Regimento de Infantaria Nº 20 se
achava de Quartel nesta Vila e não de passagem para o colocarem na Praça de
Elvas11.
Illmo
Exmo Snr
Em
cumprimnto do Avizo de VaExaao Dor Corregedor
desta Comarca em 15 de Junho do corrente anno, e que este me comoniocou em
Officio de 3 de Julho proximo passado, julgo do meu devêr, levar ao
conhecimento de Va Ga o mappa incluzo da força do
Regimento d’Infantaria Nº 20; que hontem pelas quatro horas da tarde shaio
desta Praça para a de Elvas; em consequencia da Ordem que para isso teve de Sua Magestade.
O mappa
mencionado, não vai conforme o modello, que me remetteo o mesmo Corregedor;
por que os seus dizeres não são analogos ao prezente cazo; visto que aquelle
Regimento não fez passágem por esta Villa: mas sim, shaio della, estando aqui
de Quartel.
Deos Guarde
a Va Gra muitos annos
Abrantes 7
de Agosto de 1824
Illmo
Exmo Snr Conde de Sub Serra
O Juiz de
Fora
Antonio de
Lemos Teixeira de Aguilár
|
AHM
SETEMBRO 10: Por Ordem de El Rey Nosso Senhor, pelas 6 horas da manhã, com 424 militares,
apresentou-se na Praça de Abrantes o 1º Batalhão do Regimento de Infantaria Nº
23, rendendo o Destacamento de Linha do Maranhão que fez a sua marcha para
Castro Marim11.
SETEMBRO 12: Com 351 militares, entra na Praça
de Abrantes o 2º Batalhão do Regimento de Infantaria Nº13. No mapa dos que
marcharam e chegaram à Praça de Abrantes consta: … o Batalhão sempre tem mostrado a melhor adesão a causa da Realeza, e
legitimidade, a sua conduta M, e Civil he excelente, tendo-se conduzido o
melhor possível com os habitantes. Encontraram-se todas as providencias pella
parte das Autheridades dos povos - Francisco Joaquim Pereira Valente – Cor do
R2311.
NOVEMBRO 1: Com a situação política grave e
mais uma tentativa fracassada de revolta em 26 de Outubro deste ano,
António de Azevedo Coutinho, Brigadeiro Governador da Praça de Abrantes ordena
a leitura às tropas que guarnecem esta Praça a Declaração do Exército Nº 149 de
26 de Outubro, enaltecendo o ...desempenho
dos seus deveres, provas da Sua Fedelidade, Amor, e Obediencia ao Melhor dos
Soberanos, o Nosso Augusto Monarcha O Senhor Dom João Sexto…11
1825
-Comandante do Presídio Militar de Abrantes, Tenente Nicolau António de Melo BarretoDO106 .
-Comandante do Presídio Militar de Abrantes, Tenente Nicolau António de Melo BarretoDO106 .
JANEIRO 26: Nesta data, Capitão Engenheiro,
José António de Abreu, remete às entidades competentes, a planta do edifício do
Castelo que deve servir de “Archivo do
Real Corpo d’Engenheirosdo na Praça de Abrantes”.DSE
DSE
FEVEREIRO 5: Com a conclusão da ponte* sobre o “ribeiro das Villas de Tancos e Payo
Pelle”, militares, correios e habitantes da Praça de Abrantes deixaram de ter o
incomodo de atravessar o Tejo em tempo de cheiasAG293.
*Começou esta ponte a ser construida
em 21 de Dezembro de 1823 e foi concluida a 5 de Fevereiro de 1825
FEVEREIRO 11: Por ordem do
Conselheiro Duarte José Fava, Comandante em Chefe dos Presídios de Sentenciados
da Corte do Reino, é posto em liberdade do Presidio de Abrantes o Soldado José
Matias, que regressa ao Corpo de origem11.
MARÇO 23: Governador da Praça de
Abrantes recusa-se a cumprir ordem da
Secretaria da Guerra de 14 e Officio do General Visconde de Alhandra de 17 em
que é mandado recolher ao Regimento de Cavalaria Nº 10 o Destacamento que se
acha empregado na Pollicia desta Praça e seu termo11.
JUNHO 15: Por precária fortuna em que se encontra
reduzido, Joaquim Loureiro, 1º Sargento do Batalhão de Caçadores Nº 2 (na Praça
de Abrantes), que serviu El-Rei no 1º Batalhão de Caçadores Voluntários Reais
na expedição ao Brasil em 1815 e em Montevidéu reclama a passagem à reforma11.
JUNHO 26/27/30: Por moléstia e
problemas físicos relacionados com as Campanhas Militares, Hospital Regimental
do Batalhão de Caçadores Nº 2 (em Abrantes), submete a juntas médicas,
militares (alguns com mais de 40 anos de serviço) do Regimento de Infantaria Nº
20 e Veteranos de Abrantes.
Junta médica:
Médico Presidente - José Ferreira Xavier
Médico Hospital Regimental Caçadores Nº 2 - José G. Bobela
Sargento Mor Caçadores Nº 2 – Joaquim Ferreira da Luz
Como
curiosidade refira-se uma das moléstias mais comuns à época: Rheumatismo Venereo, procedido de
comunicação com mulher inveterada11.
AGOSTO 5: Militares do Regimento
de Cavalaria Nº 11 (Castelo Branco), empregados na “Posta” de Abrantes para a
condução do correio, regressam à sua Unidade11.
SETEMBRO 16: Tenente Rei da
Praça de Abrantes, Coronel do Regimento de Infantaria Nº 9, António Pedro de
BritoAG305.
SETEMBRO 16: El Rey Nosso Senhor determina que a
partir desta data o hospital regimental da Praça de Abrantes, execute a nova
tabela de dietas11.
OUTUBRO 8: Por falta de gente
para a devida segurança, Governador António de Azevedo Coutinho faz marchar
desertores que se encontram no Presidio Militar desta Praça11.
NOVEMBRO 6: Sargento encarregado
do transporte de camas e géneros para Regimento de Cavalaria Nº 11 (Castelo
Branco) é retido nas Mouriscas pelo Juiz daquele lugar, por não não ter ordem
do Juiz de Fora da Vila de Abrantes para prosseguir a marcha11.
DEZEMBRO: Por determinação do Ministério dos
Negócios da Guerra, pela experiência que tem mostrado, Hospital Regimental da
Praça de Abrantes passa a ser “depósito de roupas e instrumentos cirúrgicos,
para pronto fornecimento dos hospitais mais próximos...”AG 294
1826
-Planta e perfis das obras de
fortificação de Santo António na Praça de Abrantes, desenhada pelo Tenente
Engenheiro José António Morão – Ano 1826.
DSE
MARÇO 10: João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís
Antônio Domingos Rafael de Bragança (Dom João VI), morreu no dia 10 de março de
1826 no Paço da Bemposta em Lisboa*.
*Serve
para situar o contexto militar vivido à época na Praça de Abrantes.
JULHO 12 a 9 OUTUBRO: Nestas datas, por ordem
de Sua Magestade El Rey Nosso Senhor,
a Companhia de Veteranos de Abrantes, sob o Comando do Capitão João Manuel
Burguete passou a “mostras”*11.
*mostras - Inspeções a material, géneros, vestuário,
vencimentos, praças, quartel etc. etc....
JULHO 24: Por motivo de moléstia são
concedidos trinta dias para
fazer uso dos banhos do rio em Abrantes, ao Capitão Pagador do Batalhão de
Caçadores Nº 2, António Felix Garcia, AG307.
AGOSTO 2: Capitão João Manuel Burguete* recebe
fardamentos da Secretaria do Estado dos Negócios da Guerra e os distribui à
Companhia de Veteranos de Abrantes:
Fardas (1)
|
19
|
Calças de Pano
|
19
|
Calças de Linho
|
22
|
Jalecos (3)
|
19
|
Barretes
|
19
|
Barretinas (4)
|
19
|
Laços
|
41
|
Penachos (5)
|
19
|
Pescocinhos (2)
|
19
|
Pares de polainas (6)
|
19
|
Pares de meias
|
24
|
Pares de Sapatos
|
27
|
Capotes
|
30
|
-
|
-
|
AHM
(1) Farda: Designada também de casaca de abas.
(2) Pescocinho: O mesmo que gravata.
(3) Jaleco: Casaco curto ou jaqueta.
(4) Barretina: Cobertura de cabeça, de formato
que varia entre o cilíndrico e o troncónico, geralmente adornada com
distintivos de vária natureza, encordoados e com plumas ou pompons colocados no
topo.
(5) Penacho: Conjunto de penas ou outros
materiais que constitui um tufo e que pode tomar várias formas.
(6) Polaina: Peça de vestuário que resguarda a perna e a parte superior do calçado.
(6) Polaina: Peça de vestuário que resguarda a perna e a parte superior do calçado.
*Foi Capitão de Veteranos de Vila
do Conde AG294.
AGOSTO 5/11: Carta assinada pelo Governador da
Praça, António de Azevedo Coutinho e por mais 39 oficiais das guarnições de
Abrantes (Tenente Rei da Praça, Ajudante da Praça, Comandante do Regimento de
Infantaria Nº 20 e mais oficiais, Comandante Veteranos de Abrantes, Comandante
do Presidio Militar e um 1º Tenente do Real Corpo de Engenheiros), juram
fidelidade à Carta Constitucional:
Serenissima Senhora
O Governador d’Abrantes, os Officiaes do Estado Maior da Praça,
Comandantes de Corpos, Officiaes, e mais Praças da Guarnição, Levão aos Pés
de Vossa Alteza Serenissima, as expreçoens sinceras do amor, respeito, e
affeção que consagrão a Esse Padrão de Gloria que vai fazer soár o Nome do
Senhor Dom Pedro IV lá na remota posteridade! Que imensos benefícios nos não
traz essa Carta Constitucional, a onde os poderes se achão também
equilibrados! A onde a Camara Alta Realºa mais o Explendor do Diadema! Huma,
e outra vão destruir os males que pesão sobre a Patria! O tempo altera as
Leys; os progressos da Civilização, as ideias de Seculo! Tudo envidava e
Imperante a fazer entrar a Nação no gozo de seus antigos, e ineliaveis
direitos: Magnanimo, Generoso velando atento na sorte dos seus filhos, Elle
entrega a Regencia a Vossa Alteza Serenissima. Bem certo que no Coração de
Vossa Alteza ardia o fogo sagrado, e amopr da Patria! Penetrador de gratidão
pelos benefícios que o Nosso Magnanimo Rey, com Mão Generosa liberaliza a
Patria, nos depomos aos Pés de Vossa Alteza Serenissima, os sentimentos da
nossa acrézolada fidelidade ao Governo Legitimo do Senhor Dom Pedro IV!
Permita o Céo que a paz, e união existão entre noz mas se a anarchia ousasse
aparecer os inimigos da legitimidade acharião em nós, seus vingadores: Os
nossos gritos de guerra serão, Viva o Magnanimo Rey e Senhor Dom Pedro IV,
Viva a Senhora Dona Maria II, Viva a Carta Constitucional, Dada pelo Senhor
Dom Pedro IV, Viva a Regente que a faz executar! Annimados de tais
sentimentos, temos a honra de ser.
De Vossa Alteza Serenissima
Humildes Subditos
Praça d’Abrantes 5 d’Agosto de 1826
António de Azevedo Coutinho
B. Gov da Praça
|
AHM
Carta
Constitucional 1826
AGOSTO 12/13/14: Dia 12, pelas oito horas da
noite, comandadas pelo Coronel João da Fonseca Coutinho de Castro e Refoes apresentaram-se
na Praça de Abrantes cinco Companhias de Milícias de Castelo Branco, que se
unirão para prestar “Juramento à Carta Constitucional” -Decretada, e dada por
El Rey o Senhor Dom Pedro IV. A solenidade teve lugar no dia 13 pelas 5 horas
da tarde. Dia 14, regressam a Castelo
Branco 3 Companhias e ficam 2 nesta Praça até nova ordem11.
AGOSTO 15: Nesta data, por decreto, passou a
ocupar o lugar de Tenente Rei da Praça de Abrantes, o Coronel de Cavalaria João
Vieira Tovar AlbuquerqueAG307.
AGOSTO 27: A Senhora Infante Regente em nome
de El Rey expede ordens para Destacamento do Regimento de Infantaria Nº 20 que
se acha em Santarém se una ao seu Regimento em Abrantes11.
OUTUBRO 31: Proclamação enviada pelo
Brigadeiro Encarregado do Governo das Armas da Beira Baixa (Castelo Branco),
António Lobo Teixeira de Barros Barbosa,
para ser lida aos militares e habitantes da Praça de Abrantes:
PROCLAMAÇÃO
HABITANTES da Beira Baixa: eu me felicito de vir assistir entre vós! MILITARES
debaixo das minhas ordens: eu me prezo de passar a Commandar-vos!
Coube-me a honra de tomar o Governo das Armas de huma das tres
Provincias, que se glorião de ser as unicas, cm que huma fidelidade sem mancha
se tem ostentado briosamente a favor da Legitimidade do Senhor PEDRO
IV., e das Liberaes Instituições com que Elle houve por Bem felicitarnos.
A Beira Baixa, o Partido do Porto, e a Estremadura tem-se mostrado o Povo fiel por excellencia: ainda hum grito se
não ouvio, que não fosse em exaltação de
sentimentos gratos ao melhor dos Soberanos. Esta distincção ha-de ser remarcavel nos Fastos da Nação Portugueza;
e eu antevendo a gloria que daqui
vos resulta, antecipadamente vos dou os parabens.
Conheceis o meu caracter, e colligireis que são
sinceras as minhas expressões:
não costumo usar de grandes rodeios para fazer acreditar as minhas intenções. Assim como manifesto francamente o
gosto de que estou possuído, por
tomar o Governo Militar desta Provincia, também vos declaro, que com igual franqueza manifestarei toda a
desapprovação, misturada com o competente
castigo, a quem ousar perturbar a tranquilla posse da quietação que tendes mantido!
Fiel ao Juramento que prestei á CARTA
CONSTÍTUCIONAL, e aos votos que depositei nas mãos da
Serenissima Senhora INFANTA REGENTE, quando as beijei pela duplicada
e honorifica Graça da minha reentregação ao Serviço Militar,
e por esta Commissão de que me encarregou, assevero que nenhuma
consideração me obrigará a faltar aos meus sentimentos, ao meu dever,
e á minha Authoridade.
Beirões d’quem da Serra, não
queirais perder o explendor que vos circunda: intactos na honra Nacional que
vos mostraes dispostos a manter, rodeai-me
e exclamai comigo, com enthusiasmo, e com respeito:
Viva o rei legitimo de Portugal, o Senhor D. PEDRO IV,
Viva sua Augusta Filha, a Senhora D.
MARIA II, JURADA rainha
pela carta constitucional.
Viva a CARTA
CONSTITUCIONAL que
o pai nos Liberalisou, e
com que a filha nos hade Governar
Viva a Idolatrada REGENTE, a Senhora INFANTA D.
IZABEL MARIA.
Quartel General
de Castelo Branco 31 Outubro de 1826.
Antonio Lobo
Teixeira de Barros de Barbosa
Brig. Enc. do Gov. Das Arm. da Beira Baixa
|
AHM
DEZEMBRO 4/5: Brigadeiro António de Azevedo
Coutinho, Governador, põe a Praça em estado de defesa e refere a entrada do 1º Batalhão
de Infantaria Nº 1 e a marcha das Milicias de Castelo Branco para a Praça de
AbrantesAG298.
DEZEMBRO 4: Brigadeiro António Feliciano
Telles de Castro Aparicio, toma o Governo Interino da Praça durante o
impedimento do de Azevedo Coutinho, destinado a outro serviço AG307/AG298.
DEZEMBRO 15: Coronel Engenheiro José Carlos Figueiredo, acompanhado de um
destacamento, composto de um capitão, um tenente e cento e nove praças,
artifices engenheiros chega à Praça de Abrantes para aqui lançar uma ponte
permanente sobre o Tejo, ou para acudir a qualquer ocorrencia de momento...por se reconhecer a má situação na Ponte de Vilas Velha, José Carlos Figueiredo, estabelece um
ponte em Amieira,”na capacidade de
poder, em cada transito de 40 braças, largura ordinária do Tejo naquele porto,
e que gastava de 6 a 8 minutos, passar
de uma a outra margem 200 homens de infantaria, ou 25 de cavalaria com seus
cavalos, ou duas peças de artilharia com seus tiros, e sem desengatarem
tirantes; ou quatro carretas de transportes”....(ver JANEIRO 27 de 1817)AG316.
DEZEMBRO 18: Governador de Abrantes para o
Marquez de Valença: Constando-me que nos
Povos das emmediaçoens desta Praça commessavão a espalhar-se noticias que
intimidão os seus habitantes e sendo informado que alguns tem mesmo retirado
alguns dos seus effeitos achei a propozito mandar afixar nos lugares mais
publicos desta Praça a Proclamação cuja cópia tenho a honra de remeter a V.
Exª...:
PROCLAMAÇÃO
HABITANTES D’ABRANTES
António
Feliciano Telles de Castro Aparicio, Fidalgo Cavalleiro da Caza de S
Magestade, Cavalleiro da Ordem de Christo Comendador Honorario da Ordem da
Torre e Espada, Brigadeiro dos Reaes Exercitos, e Governador Interino da
Praça d’Abrantes – Aos habitantes desta Praça – Já inteiramente convencido dp
Patriotico espirito destes Habitantes, julgo do meu dever assegurar aos Povos
deste Distrito, que são intempestiveis, e talvez sinistras todas as
persuasões aterradoras, que se tiverem espalhado entre eles. A precaução
dista muito do temer; a primeira he
sempre filha da Prudencia, e o segundo provesso muitas vezes da fraqueza. –
Se essa porção de facciosos, e refractários do legitimo Poder nos pretende
incomodar, imcumbe ás Authoridades estabelecidas manear a Força Armada, fiel ao Rey, e á Nação de modo qu
possa ocorrer-se aquellas pérfidas, e sanguinárias tentativas; a confiança
dos Povos deve seguir a fidelidade e o valor dos seus defensores. – O suto
que algumas vezes infundem nos Povos as dispoziçoens Militares, deve estar
removido muito principalmente deste ponto; reunidos os Corpos de 1ª e 2ª
Linha cobrem há tempos, a nossa frente, e a juncção do Exmº General desta
Provincia, nos poem fora do alcance da louca pertenças dosa rebeldes, ao
passo que os constitue em huma das duas alternativas, ou de decamparem da quele Paiz, cuja fidelidade tencionarão
manchar, e cujo solo pertendião inundar de Sangue, ou serem batidos, e aniquilados
como já o forão no Alemtejo, pelas nossas bravas e valentes Tropas. –
Habitantes d’Abrantes, quasquer que
sejão as operaçoens Militares que observeis, ou que mesmo para o futuro, for
mister acontecerem nas imediaçoens deste Governo, e até mesmonesta Praça só
devem servir para inflamar o valor, e augmentar a confiança pelo feliz
resultado da nossa justa, e legitima Cauza; he de necessidade, e he dever
esperar esse resultado a travez d’incommodos, e sacrifícios momentâneos. – A
Europa, a Peninsula, e Portugal forão assolados, e conquistados há bem poucos
anos, mas os valor dos Portuguezes, e seus Aliados, e a constancia de seu
caracter fizeram triunfar Porugal, a Peninsula, e a Europa do seu comum
oppressor, depois de reduzido tudo a
hum estreito canto das Linhas
de Villa Franca, e Torres Vedras. – Quaesquer que sejam os passos dos
rebeldes, eles serão sempre frustados se os Povos conservarem a quella
fidelidade, e constancia, que sempre destinguirão os Portuguezes; estas duas
virtudes triunfão sempre, e a Força Moral de hum Povo fiel vale mais que
todas as bayonetas dos rebeldes, e traidores. – O Brigadeiro Governador
Interino desta Praça se por huma parte assegura os Habitantes a plena
confiança que nelles tem, também, sem hezitar, está convencido de que as suas
expressões serão acreditadas, e obedecidas. – Quartel m Abrantes 18 de
Dezembro de 1826.
Antonio
Feleciano Telles de Castro Aparicio
Governador
interino d’Abrantes
|
AHM
Fontes:
-ABT: Nuno
Gonçalo Pereira Borrego – Ordenanças e Milícias de Portugal.
-AG19/20/126/293/296/298/305/306/307/316.
-AHM.
-DO101/102/103/104/106.
-RICB.
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