FEVEREIRO 21: Não só por causa das c
huvas mas
por diariamente hirem e virem para a
Guarda do Paiol da Polvora que é distante do Quartel, Pedro de Mendonça
Moura, Capitão Comandante dos Veteranos de Abrantes solicita a João da Mata
Chapuzett de novos uniformes, camisas, sapatos e solas, para os militares
veteranos aos quais se exige a guarda do mesmo desde 31 Dezembro último11.
Abrantes
- Avenida do Paiol (local antigo “Paiol Geral de Pólvora”)
ABRIL 3: Sessão 54ª das Côrtes refere requerimento do Coronel das Milícias da Vila de
Abrantes, no qual a Camara pede que
reverta para esta Praça o Regimento de Infantaria Nº 20AG251.
JUNHO 25: Inventário das bocas Bocas-de-fogo,
munições de guerra e mais artigos existentes no Castelo de Abrantes que
necessitam de um novo armazém, que o Governador da Praça de Abrantes enviou ao
Brigadeiro Governador das Armas da Beira Baixa, Francisco Paula de Azevedo:
Referentes
Géneros
|
Calibres
|
De Serviço
|
Peças de
Bronze
|
3
|
6
|
4
|
6
|
|
6
|
8
|
|
8
|
6
|
|
Peças de
Ferro
|
12
|
12
|
18
|
22
|
|
Obuses de
Bronze
|
5(!)
3(!)
|
1
|
5
1/2
|
4
|
|
7
1/2
|
4
|
|
Morteiros
|
9
1/2
|
2
|
Reparos de
Campanha
|
3
|
2
|
4
|
2
|
|
6
|
2
|
|
8
|
2
|
|
Carretas de
Marinha
|
6
|
5
|
12
|
6
|
|
18
|
6
|
|
Reparos pª
Obuzes
|
5
1/2
|
6
|
7
1/2
|
1
|
|
Suites pª
Morteiros
|
9
1/2
|
2
|
Nota: Por extenso apenas se publica uma parte do Inventário de uma relação de
11 folhas, do material de guerra existente no Depósito do Castelo da Praça de
Abrantes11.
JULHO 14: Devido à humidade, munições e mais
artigos existentes no armazém do Castelo da Praça de Abrantes encontram-se
incapazes.
Nota: No dia 25 de Setembro de 1821 são expedidas ordens ao Brigadeiro
Inspector das Obras Militares para mandar quanto antes proceder ao concerto do
telhado da Igreja das Freiras do extinto Convento da Esperança da sobredita
Praça para arrecadar as referidas munições. No entanto, só a 4 de Março de 1823
se começam a tomar providências nesse sentido11.
JULHO 21: Secretário de Estado dos Negócios da
Guerra manda conhecer a necessidade de construir novo armazém na Praça de
Abrantes para recolher munições de guerra11.
AGOSTO 4: Determina Sua Majestade, que o Destacamento que fornece a Praça de
Abrantes, o Regimento de Cavallaria Nº 11, seja daqui em diante fornecido pello
Regimento de Cavallaria Nº 7 e rendido
todos os mezes, por outro do mesmo Corpo – Joze Pereira da Cunha, Capitão
Ajudante da Praça (ver DEZEMBRO 17)11.
AGOSTO 4: Por ordem do Tenente General Conde
de Sampaio, o Governador da Praça de Abrantes Joaquim José Maria de Sousa
Tavares, manda regressar à sua Unidade de origem o destacamento do Regimento Nº 11 de Cavalaria
que se encontrava nesta Praça11.
AGOSTO 13:Com a chegada a esta Praça do
Regimento de Infantaria Nº 20 é estabelecido o Hospital Regimental e removido
do Hospital da Misericórdia o Soldado Joze Duarte da 3ª Companhia do Regimento
Nº 11 de Cavalaria que ali se encontrava11.
AGOSTO 18: O Regimento de Infantaria Nº 20
estacionado em Abrantes, comandado pelo Coronel Bento Joze Valente tem trinta e
sete oficiais (37) e trinta e quatro (34) porta bandeiras, sargentos e cadetes11.
SETEMBRO 11:Major do Corpo de Engenheiros
Raimundo José Peres da Silva de Milão desloca-se de Torres Novas à Vila de
Abrantes para ver se há na Praça um armazém para recolher munições de guerra
uma vez que o do Castelo, mandado construir pelo Capitão Engenheiro Patton é
impróprio para o fim que lhe quiseram dar por falta de ventilação11.
O Convento das Freiras da Esperança, para
ser utilizado como armazém de munições de guerra e outros materiais, tem de
cumprimento 106 palmos e de largura 50 palmos e o orçamento para a referida
obra (novo telhado) 415#640 reis11.
Convento
da Esperança (foto Jornal Alferrarede)
Convento da Esperança (Negativo CVD)
OUTUBRO 23/DEZEMBRO 8/14: Manuel Batista
Simas, militar que foi de Infantaria Nº 20 e fez parte da “Legião Portuguesa”,
ferido por bala no braço direito na Russia
ao serviço Francez, pede para ingressar na Companhia de Veteranos de
Abrantes. Solicitado a confirmar a situação do Cabo de Esquadra Simas, Coronel
Bento Joze Valente do R.I. Nº 20, responde: que
foi ferido na Russia ao serviço Francez, que tendo baixa por incapaz, se apresentou
no Regimento pela Regeneração”…”Tendo assentadopraça, como diz, em 1805, mesm,
sem descontar o tempo que esteve ao serviço de França, faltalhe muitopara
completar os 20 annos, que se requerem, com incapacidade, para ser veterano”11.
DEZEMBRO 14: Côrtes Geraes, Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa,
considerando que o actual siytema dos hospitais do Exercito, tendo sido formado
para o tempo de Guerra, he mui dispendioso, e não póde ser convenientemente
aplicado ao estado presente de paz, dá como extinto o Hospital Militar de Abrantes e fica adoptado o systema de hospitaes
regimentaes… Paço das Côrtes 14 de Dezembro de 1821AG262.
DEZEMBRO 17: Governador da Praça de Abrantes
acusa a recepção do Ofício de 14 do corrente do Conde de Sampaio António onde
este o informa que passam a fazer serviço nesta Praça, alternando-se
mensalmente, um Destacamento do Regimento de Cavalaria Nº 7 e Nº 1111.
1822
FEVEREIRO 19: Domingos José da Costa, “Cura”
da Freguesia da Bemposta que tem sido um pesadelo para os salteadores que por
ali transitam, fez prender um que dá por nome de Joaquim da Silva Gordo, que
praticando bastante resistência, gravemente ferido foi remetido para o hospitalAG274.
Nota: O Diário do Governo Nº 43 Fevereiro 1822
refere o nome de todos os sacerdotes do Concelho que explicaram o que era e
viria a ser a “Constituição”.
FEVEREIRO 23: Governador da Praça de Abrantes,
(Coronel Souza Tavares), remete para o Batalhão de Caçadores Nº1, 12 recrutados
no Sardoal/Mação/Sertã, seguindo para Campo Maior nos dias indicados e
itenerário11:
Dias
|
|
23 Fevereiro
|
Alvega
|
24 Fevereiro
|
Gavião
|
25 Fevereiro
|
Gáfete
|
26 Fevereiro
|
Portalegre
|
27 Fevereiro
|
Descanso
|
28 Fevereiro
|
Arronches
|
1 Março
|
Campo Maior
|
MARÇO (!): A Irmandade dos Passos pagou pela
música militar na procissão dos Passos e do Enterro do Senhor em Sexta-feira
Santa 8.000 réisDO095.
MARÇO 7/9:Anastácio José Líbano de Araújo,
escrivão da Câmara transcreve e envia ao Ministério da Guerra, o Acórdão Nº 91
sobre dúvidas que os vereadores têm na execução do recrutamento militar em
câmaras limítrofes da comarca de Tomar11.
MARÇO 15/28/29: Devido a acidente durante a
marcha para a Ponte de Sor, Governador da Praça (Souza Tavares), ordena o abate
do Cavalo Nº 4 da 1ª Companhia do Destacamento de Cavalaria Nº 11 de Castelo
Branco que se encontra em serviço nesta Vila11.
ABRIL 2: Sargento Joaquim António de Carvalho
Comandante do Destacamento do Regimento Nº 11 de Cavalaria de Castelo Branco é
elogiado pelo Governador de Abrantes pela forma como conduziu os soldados a
esta Praça* e faz saber ao Comandante do
11, Joaquim da Costa Ribeiro11.
*refere-se à permanência do
Destacamento em Abrantes, em alternância com o R.C. Nº 7.
MAIO 29/JUNHO 4: Nestas datas, Souza Tavares,
Governador da Praça de Abrantes, recebe e
envia aos Corpos de origem desertores chegados a esta Vila11.
JUNHO 29: Padre Francisco Garcia,
Capelão, procede à bênção das novas Bandeiras do Regimento de Infantaria Nº 20…
Após a bênção, novas Bandeiras são
colocadas nos lados do altar-mor da Igreja Matriz de S. João Baptista e a Banda
de Musica do Regimento toca o hyno
Constitucional… Fr. Jos´Teixeira da ordem dos Prégadores, e Prior de S.
Domingos patenteou os seus profundos sentimentos Constitucionais.
Terminadas as cerimónias, novas Bandeiras são conduzidas pelos Coronéis para o
lugar da parada onde as entregaram aos dois Porta Bandeiras… Joaquim José de
Moura, Juiz de Fora Auditor fez um breve
discurso em que mostrou a importancia do juramento consequencias do projuro, e
melhoramentos do novo Systema, lendo depois artigos de guerra. Com vivas à Religião,à Constituição, ás Cortes,
a ElRei Constitucional o Sr. D. João VI, e a sua Augusta Familia… Durante a
noite, todas as pessoas da vila puderam assistir a um luzido baile no Quartel do Regimento de Infantaria Nº 20. Na
apresentação das novas bandeiras, no lugar da parada, acompanhados pelo Corpo Militar, e pessoas da Nobreza da Villa,
ahi se achava já postado com uniforme novo o Batalhão do Regimento…AG263
JULHO 1: Na Sessão 403 das Cortes, fez-se
menção honrosa ao Coronel Governador da Praça de Abrantes, Joaquim Jose Maria
Sousa Tavares, pelo motivo da conspiraçãoAG249.
AGOSTO 5: O Ministério da Guerra, por julgar
desencaminhado o recibo do Auditor da Praça de Abrantes, referente aos
vencimentos dos militares desta Vila, referente ao mês de Maio, previne
o Publico para que não tenha lugar negócio ou transacção alguma a respeito do
recibo…AG263
SETEMBRO 4: Governador, companhia de
veteranos, oficiais, sargentos e praças da Vila de Abrantes, dão um dia de
soldo* para a construção da obra do “Monumento Constitucional”, a construir em
LisboaAG263.
*Soldo=Pagamento
atribuído aos militares.
OUTUBRO 12: Achando-se em total
ruina, e incapazes de todo o serviço as Muxillas de Viveres, e Cobertores de
Equipamento que existem a cargo deste Regimento, e tendo estas munições sido já
requisitadas em 7 de Maio, e em 10 de Julho de 1821… julgo portanto ser meu dever levar ao conhecimento de Sua Majestade se
digne mandar fornecer a este Corpo as munições e equipamentos requisitados (591
mochilas e 591 cobertores etc…)
Bento José Valente - Coronel do Regimento de Infantaria Nº 2011
OUTUBRO 29: Rafael José Raposo Sebastião, Tabelião=escrivão publico, proprietário
em esta Notável Villa de Abrantes, e seu
Termo por sua Magestade Constitucional, certifica e descreve a quantidade
de géneros fornecidos pelo comerciante de Abrantes, José Correia de Oliveira ao
Regimento de Infantaria Nº 20 (ver NOVEMBRO 8)11.
NOVEMBRO 3: Governador da Praça de Abrantes, Joaquim José Maria de
Sousa Tavares, entrega ao Capitão Ajudante da Praça, o Solene Juramento da Constituição Politica da Monarquia
Portugueza, que acabão de Decretar as Cortes Constituintes da mesma Nação, ao
1º Sargento Francisco de Figueiredo, do Regimento do Commando de V. Sª afim
deste Sargento deferir o ditto Juramento, aos Soldados do Destacammento, que
aqui se acha debaixo das suas ordens11.
Nota: A primeira Constituição portuguesa (1822
que vigorou 1822/23 e 1836/38), após a revolução liberal (1820), é a primeira
experiência parlamentar do País. Não podiam votar menores de 25 anos, mulheres,
vadios, e criados de servir.
Passos Manuel nas Cortes de 1821, que aprovariam a primeira Constituição Portuguesa
(Pintura de Veloso Salgado)
NOVEMBRO 8:José de Oliveira Correia,
comerciante da Vila de Abrantes, requer o pagamento de géneros fornecidos ao
Regimento de Infantaria Nº 20 na importância de quatro centos, trinta, e hum mil, trezentos, e vinte, e cinco reis.
Justifica falta de pagamento devido o Regimento
em quinze de Setembro do sobredito anno (1820) se debandou, sahindo parte delle para Coimbra, e outra parte para a
Provincia d’Alentejo, correo á Villa da Ponte do Sor, a exigir alli do Comandante (que então era o Major Antonio Pereira de
Moraes) o seu pagamento que se lhe fez parte…11
DEZEMBRO 4: Presidente da Câmara
de Abrantes (sem ou em!? vereação
Constitucional), António Joaquim da Fonseca Pimenta do Avelar, que começou
o exercicio no dia 16 de Outubro, justifica a não pronptificação das 4 Recrutas pedidas para o ultimo Recrutamento, por a
Camara que lhe procedeo nemhumas communicações lhe fêz… (ver FEVEREIRO 4 de 1823)11.
DEZEMBRO 30: Juiz Ordinário da Vila da Barquinha, recusou dar aboletamento ao
Quartel Mestre, e a huma escolta de hum Cabo, e dez Soldados do Regimento de
Infantaria Nº 20; que pernoitaram nma dita Villa, vinda na diligencia de
conduzir os soldos, e pret deste Regimento, de Torres Novas para
Abrantes....Determina Sua Majestade procedimento contra o Juiz da Barquinha...AG272
1823
JANEIRO 26:Fortunato José de Abreu, João Pedro e Joaquim de Oliveira, Mestres
Carpinteiros de Machado e Calafates; Bernardo de Jesus, Francisco Pires, José
Gracio e Manuel de Oliveira, officiaes de Carpinteiro de Machado e Calafates,
todos do Detrito da Villa de Abrantes, que na ultima guerra estiveram
empregados nas duas Pontes do Tejo em o porto da dita Villa, e de Villa Velha
de Rodão e bem assim na Ponte do Rio Zezere; e há no Julgado de Abrantes
duzentas, e cincoenta embarcações de navegação do Tejo para Lisboa, que he
fornecida por ellas (embarcações) de muitos géneros de primeira necessidade,
assim como devem á condução dos que della são exportados para o porto da
sobredita Villa, que vão fornece-la, assim como a Provincia d’Alentejo e
Beira-Baixa em (!...) beneficio do comercio; que tudo pereceria com falta
(!...) sendo tirados do referido Destrito, aonde não há outros Mestres, nem
Officiaes de Calafates … requerem a Sua Majestade de
digne conferir-lhe a graça da modificação do Decreto excluindo-os do recrutamento
militar da Primeira e da Segunda Linha11.
FEVEREIRO 4: Camara de Abrantes entrega ao
Governador da Praça um* dos quatro recrutas solicitados por Portaria de 19 de
Novembro de 1822.
*Assentou praça no Batalhão de Caçadores
Nº 1 e marchou para a Corte com destino ao Brasil11.
FEVEREIRO 14: Sobre a ruina
causada pelas últimas chuvas à fortificação de Abrantes, Manuel de Sousa Ramos
do Real Corpo de Engenheiros escreve:…em virtude das ultimas copiozas chuvas que tem feito estragos nas Obras
de Fortificação permanentes, e muito mais nas Obras de Campanha, sucede que em
Abrantes aonde ellas são de pedra e barro, tem sobrevindo novas e grandes
ruinas, e por consequência não só por este motivo, mas também por que nas
circunstancias de huma próxima guerra he natural que Sua Mage queira q. se restabeleção todas aquellas
Fortificações ao estado em que se achavão na guerra passada… (ver ABRIL 25). No mesmo relatório é
referido a necessidade do Presidio Militar de Abrantes comportar 100
sentenciados11.
(Uniformes
Militares – Colecção de Aguarelas do Coronel Ribeiro – Edição Jornal do
Exército)
MARÇO 4: Em consequência das Ordens de Sua Majestade
e comunicadas pelo Exmº General Encarregado do Governo das Armas desta
Província, dois soldados do Destacamento Nº 11 de Cavalaria de Castelo Branco,
por se acharem em diligência do “tabacos”, ficam nesta Praça11.
MARÇO 22: Governador de Abrantes e Câmara
tomam medidas para impedir a passagem de soldados rebeldes no Porto do Tejo desta Praça, como nas
imediações…11
MARÇO 26/28: Para impedir que os cinquenta e
oito rebeldes desertores do Regimento de Cavalaria Nº 2 que estão na Povoação
de Espanha (evadidos de de Vila Viçosa), possam atravessar o Tejo, Governador
da Praça de Abrantes, Joaquim José Maria de Sousa tavares, manda remover todas
as barcas para a margem norte11.
MARÇO 31: Governador da Praça de Abrantes,
Joaquim José Maria Inácio de Sousa Tavares, Felicita
Sua Magestade pela derrota que sofrerão os facciosos, na Província de Trás
os Montes. No mesmo oficio, sobre os habitantes da Vila de Abrantes refere:
Aproveito esta ocacasião para ter o prazer de commonicar a Vossa
Majestade, que nesta Praça reina, a mais perfeita paz, e que todos os hhabitantes da mesma
dezejão, que quanto antyes sejão anniquilados os facciozos, que tentarão contra
a Cauza Sagrada da nossa onstituição (ver JUNHO 1/3 AGOSTO 5).
Deos Guarde a Vossa Magestade nuitos Annos
Quartel d’Abrantes 31 de Março de 1823
Joaquim Joze Maria de Souza Tavares
Coronel Governador da Praça d’Abrantes11
ABRIL 12: Transitou por esta Praça Joaquim
Nery, Capitão do Batalhão de Caçadores de Lisboa Ocidental, Redator do Periódico – Campião Lisbonense,
que por ordem real foi mandado para a Vila do Gavião11.
ABRIL 25:
Manuel de Sousa Ramos, do Real Corpo de Engenheiros justifica a Manuel de
Gonçalves de Miranda, a importância estratégica/militar da Villa de Abrantes e
a necessidade de reparar as fortificações da Praça: …reparação das ruinas que o prezente Inverno produziu nas antigas
muralhas de alvenaria do Castello da Villa de Abrantes. Aeste repeito he do meu
devêr observar que, se no Plano das nossas operações defensivas se tiver
resolvido aproveitar as vantagens naturaes pelo (!crezão, Tejo, Zezere, e Serra
da Estella, neste cazo a Villa de Abrantes, a qual he como a Cidadella desta
importante porção de terreno, deve quanto pôr-se no estado de defeza em que se
achava na guerra passada, e então não só comvêm proceder com urgência á
reparação das muralhas do Castello, mas de todas as outras obras de
fortificação que fechavam aquella Villa… e incluzo Orçamento o numero de oito
Pedreiros diários para se fazer a obra em oitenta e quatro dias… Quartel Nacional e Real Corpo
de Engenheiro 25 Abril 1823 – Manuel de Souza Ramos – Marechal de Campo11
-A Irmandade dos Passos pagou pela
música militar na Procissão dos Passos 7.200 réis e pela guarda de honra 3.900
réisDO096.
MAIO: Nesta Praça o Regimento de Milicias de
Tomar comandado pelo Coronel Francisco Soares CaldeiraDO097.
JUNHO 1: Joze Pereira da Cunha, Capitão Graduado, com exercicio de Ajudante da Praça de Abrantes, por Sua Majestade Fidelissima que Deus Guarde – Certifica que na shaida que fez, o Coronel Governador desta Praça Joaquim Joze Maria de Souza Tavares e Comandante do Regimento de Infantaria Nº 19, quando se foi aprezentar a Sua Alteza o Senhor Infante Dom Miguel, a Santarém deixou ordem para ler às tropas e publicar a Proclamação do mesmo Serenissimo Senhor, datada em Villa Franca a 27 de Março passado, a qual se não tinha publicado, pela opozição, formal, do Governo Civil, e Comandante das Tropas que fazião a guarnição desta Praça, e de alguns indivíduos da mesma, que não quizerão reconhecer a ditta Proclamação. Apos a leitura da Proclamação pelo Alferes do Regimento de Milicias de Castelo Branco, José da Costa Mena (ver certificado original em AGOSTO 5), o Tenente Coronel João Joze Cortez Paim da Praça de Abrantes a mandou afixar nas Cazas da Camara da mesma Praça11.
JUNHO 1: Joze Pereira da Cunha, Capitão Graduado, com exercicio de Ajudante da Praça de Abrantes, por Sua Majestade Fidelissima que Deus Guarde – Certifica que na shaida que fez, o Coronel Governador desta Praça Joaquim Joze Maria de Souza Tavares e Comandante do Regimento de Infantaria Nº 19, quando se foi aprezentar a Sua Alteza o Senhor Infante Dom Miguel, a Santarém deixou ordem para ler às tropas e publicar a Proclamação do mesmo Serenissimo Senhor, datada em Villa Franca a 27 de Março passado, a qual se não tinha publicado, pela opozição, formal, do Governo Civil, e Comandante das Tropas que fazião a guarnição desta Praça, e de alguns indivíduos da mesma, que não quizerão reconhecer a ditta Proclamação. Apos a leitura da Proclamação pelo Alferes do Regimento de Milicias de Castelo Branco, José da Costa Mena (ver certificado original em AGOSTO 5), o Tenente Coronel João Joze Cortez Paim da Praça de Abrantes a mandou afixar nas Cazas da Camara da mesma Praça11.
JUNHO 3: Governador da Praça de Abrantes,
Joaquim Joze Maria de Souza Tavares regressa a esta Praça vindo de Santarém,
pelas 11 horas e três quartos.
-Pelas 5 horas da tarde, todas as
Guarnições da Praça de Abrantes revalidam o sagrado juramento com vivas ao
Infante D. Miguel e à Rainha.
-Faz-se guarda a todas as passagens
do Tejo desde Alvega à Barquinha e são removidos barcos/barcas para os postos
do norte e são oficiadas todas as autoridades vizinhas com a Proclamação de S.A.R.
-São tomadas medidas para manter a
boa harmonia e tranquilidade entre os habitantes da Vila de Abrantes.
-São aproveitados seis reparos dos
melhores para montarem seis bocas-de-fogo de diferentes calibres. Não havendo
artilheiros, são aproveitados os veteranos11.
JUNHO 12: Nesta Praça o Regimento de Milicias
de Santarém comandado pelo Coronel José Faria PereiraDO098.
JUNHO 21: Descontentes, por todos os
Regimentos de Milícias regressarem a suas casas, e descontentes por não
receberem o “pret”, soldados do
Regimento de Milícias de Tomar destacados na Praça de Abrantes continuam a
desertar. De uma vez só, na noite de 22 para 23 desertaram dezassete (17).
Depois desta deserção em massa, o Governador da Praça de Abrantes, Joaquim José
Maria Inácio de Sousa Tavares, consegue que um negociante da Vila lhe emprestasse algum dinheiro, para pagar
dez dias de pret aos ditos Miliciannos (ver JULHO 18)11.
JULHO 16: Infante D. Miguel Ordena que
Regimento de Infantaria Nº 22 marche para a Praça de Abrantes e nela fique de
guarnição11.
JULHO 18: A Secretaria d’Estado dos Negócios
da Guerra dá ordem imediata de pagamento ao Milicianos de Tomar que se acham em
serviço na Praça de Abrantes11.
AGOSTO 5: Nesta data, José da Costa Menna,
Alferes Comandante da Oitava Companhia do Regimento de Millicias de Castelo
Branco, em Abrantes, atesta a leitura da Proclamação do Infante D. Miguel11:
AHM
Nota: José da Costa Mena, foi Procurador do Concelho em 1802 e Vareador da Câmara de Abrantes em
1835.
AGOSTO 6:Nesta data, o Governo da Praça de
Abrantes emite uma “Rellação dos Officiaes,
Officiaes Inferiores, ou Soldados dos Corpos que se unirão a Sua Majestade, e
Alteza o Senhor Infante Dom Miguel, Comandante em Chefe do Exercito, depois dos
dias 27 e 30 de Maio, até 5 de Junho últimos, e que acompanharam os mesmos
Augustos Senhores no seo regresso á
Capital...” 11
AHM
SETEMBRO 14: Na Praça de Abrantes o Batalhão
de Caçadores Nº 4DO099.
DEZEMBRO: Por solicitação da Câmara, no final
de Dezembro, Caçadores Nº 4 foi para Estremoz e veio para Abrantes Infantaria
Nº 20 que estava em ElvasDO100.
Fontes:
11 AHM
AG249
AG 251
AG 262
AG263
AG 272
AG 274
DO095/096/097/098/099/100
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