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HISTÓRIA MILITAR DE ABRANTES (XII)

 
Por José Manuel d'Oliveira Vieira
1821
FEVEREIRO 21: Não só por causa das c
huvas mas por diariamente hirem e virem para a Guarda do Paiol da Polvora que é distante do Quartel, Pedro de Mendonça Moura, Capitão Comandante dos Veteranos de Abrantes solicita a João da Mata Chapuzett de novos uniformes, camisas, sapatos e solas, para os militares veteranos aos quais se exige a guarda do mesmo desde 31 Dezembro último11
Abrantes - Avenida do Paiol (local antigo “Paiol Geral de Pólvora”)
ABRIL 3: Sessão 54ª das Côrtes refere requerimento do Coronel das Milícias da Vila de Abrantes, no qual a Camara pede que reverta para esta Praça o Regimento de Infantaria Nº 20AG251. 
JUNHO 25: Inventário das bocas Bocas-de-fogo, munições de guerra e mais artigos existentes no Castelo de Abrantes que necessitam de um novo armazém, que o Governador da Praça de Abrantes enviou ao Brigadeiro Governador das Armas da Beira Baixa, Francisco Paula de Azevedo:
Referentes Géneros
Calibres
De Serviço
Peças de Bronze
3
6

4
6

6
8

8
6
Peças de Ferro
12
12

18
22
Obuses de Bronze
5(!) 3(!)
1

5 1/2
4

7 1/2
4
Morteiros
9 1/2
2
Reparos de Campanha
3
2

4
2

6
2

8
2
Carretas de Marinha
6
5

12
6

18
6
Reparos pª Obuzes
5 1/2
6

7 1/2
1
Suites pª Morteiros
9 1/2
2
Nota: Por extenso apenas se publica uma parte do Inventário de uma relação de 11 folhas, do material de guerra existente no Depósito do Castelo da Praça de Abrantes11
JULHO 14: Devido à humidade, munições e mais artigos existentes no armazém do Castelo da Praça de Abrantes encontram-se incapazes.
Nota: No dia 25 de Setembro de 1821 são expedidas ordens ao Brigadeiro Inspector das Obras Militares para mandar quanto antes proceder ao concerto do telhado da Igreja das Freiras do extinto Convento da Esperança da sobredita Praça para arrecadar as referidas munições. No entanto, só a 4 de Março de 1823 se começam a tomar providências nesse sentido11
JULHO 21: Secretário de Estado dos Negócios da Guerra manda conhecer a necessidade de construir novo armazém na Praça de Abrantes para recolher munições de guerra11. 
AGOSTO 4: Determina Sua Majestade, que o Destacamento que fornece a Praça de Abrantes, o Regimento de Cavallaria Nº 11, seja daqui em diante fornecido pello Regimento  de Cavallaria Nº 7 e rendido todos os mezes, por outro do mesmo Corpo – Joze Pereira da Cunha, Capitão Ajudante da Praça (ver DEZEMBRO 17)11. 
AGOSTO 4: Por ordem do Tenente General Conde de Sampaio, o Governador da Praça de Abrantes Joaquim José Maria de Sousa Tavares, manda regressar à sua Unidade de origem o  destacamento do Regimento Nº 11 de Cavalaria que se encontrava nesta Praça11. 
AGOSTO 13:Com a chegada a esta Praça do Regimento de Infantaria Nº 20 é estabelecido o Hospital Regimental e removido do Hospital da Misericórdia o Soldado Joze Duarte da 3ª Companhia do Regimento Nº 11 de Cavalaria que ali se encontrava11.
AGOSTO 18: O Regimento de Infantaria Nº 20 estacionado em Abrantes, comandado pelo Coronel Bento Joze Valente tem trinta e sete oficiais (37) e trinta e quatro (34) porta bandeiras, sargentos e cadetes11.
SETEMBRO 11:Major do Corpo de Engenheiros Raimundo José Peres da Silva de Milão desloca-se de Torres Novas à Vila de Abrantes para ver se há na Praça um armazém para recolher munições de guerra uma vez que o do Castelo, mandado construir pelo Capitão Engenheiro Patton é impróprio para o fim que lhe quiseram dar por falta de ventilação11.
O Convento das Freiras da Esperança, para ser utilizado como armazém de munições de guerra e outros materiais, tem de cumprimento 106 palmos e de largura 50 palmos e o orçamento para a referida obra (novo telhado) 415#640 reis11.
Convento da Esperança (foto Jornal Alferrarede)
Convento da Esperança (Negativo CVD)
OUTUBRO 23/DEZEMBRO 8/14: Manuel Batista Simas, militar que foi de Infantaria Nº 20 e fez parte da “Legião Portuguesa”, ferido por bala no braço direito na Russia ao serviço Francez, pede para ingressar na Companhia de Veteranos de Abrantes. Solicitado a confirmar a situação do Cabo de Esquadra Simas, Coronel Bento Joze Valente do R.I. Nº 20, responde: que foi ferido na Russia ao serviço Francez, que tendo baixa por incapaz, se apresentou no Regimento pela Regeneração”…”Tendo assentadopraça, como diz, em 1805, mesm, sem descontar o tempo que esteve ao serviço de França, faltalhe muitopara completar os 20 annos, que se requerem, com incapacidade, para ser veterano”11.
DEZEMBRO 14: Côrtes Geraes, Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, considerando que o actual siytema dos hospitais do Exercito, tendo sido formado para o tempo de Guerra, he mui dispendioso, e não póde ser convenientemente aplicado ao estado presente de paz, dá como extinto o Hospital Militar de Abrantes e fica adoptado o systema de hospitaes regimentaes… Paço das Côrtes 14 de Dezembro de 1821AG262.
DEZEMBRO 17: Governador da Praça de Abrantes acusa a recepção do Ofício de 14 do corrente do Conde de Sampaio António onde este o informa que passam a fazer serviço nesta Praça, alternando-se mensalmente, um Destacamento do Regimento de Cavalaria Nº 7 e Nº 1111.
1822
FEVEREIRO 19: Domingos José da Costa, “Cura” da Freguesia da Bemposta que tem sido um pesadelo para os salteadores que por ali transitam, fez prender um que dá por nome de Joaquim da Silva Gordo, que praticando bastante resistência, gravemente ferido foi remetido para o hospitalAG274.
Nota: O Diário do Governo Nº 43 Fevereiro 1822 refere o nome de todos os sacerdotes do Concelho que explicaram o que era e viria a ser a “Constituição”.
FEVEREIRO 23: Governador da Praça de Abrantes, (Coronel Souza Tavares), remete para o Batalhão de Caçadores Nº1, 12 recrutados no Sardoal/Mação/Sertã, seguindo para Campo Maior nos dias indicados e itenerário11:
Dias

23 Fevereiro
Alvega
24 Fevereiro
Gavião
25 Fevereiro
Gáfete
26 Fevereiro
Portalegre
27 Fevereiro
Descanso
28 Fevereiro
Arronches
  1 Março
Campo Maior
MARÇO (!): A Irmandade dos Passos pagou pela música militar na procissão dos Passos e do Enterro do Senhor em Sexta-feira Santa 8.000 réisDO095.
MARÇO 7/9:Anastácio José Líbano de Araújo, escrivão da Câmara transcreve e envia ao Ministério da Guerra, o Acórdão Nº 91 sobre dúvidas que os vereadores têm na execução do recrutamento militar em câmaras limítrofes da comarca de Tomar11.
MARÇO 15/28/29: Devido a acidente durante a marcha para a Ponte de Sor, Governador da Praça (Souza Tavares), ordena o abate do Cavalo Nº 4 da 1ª Companhia do Destacamento de Cavalaria Nº 11 de Castelo Branco que se encontra em serviço nesta Vila11.


AHM
ABRIL 2: Sargento Joaquim António de Carvalho Comandante do Destacamento do Regimento Nº 11 de Cavalaria de Castelo Branco é elogiado pelo Governador de Abrantes pela forma como conduziu os soldados a esta Praça*  e faz saber ao Comandante do 11, Joaquim da Costa Ribeiro11.
*refere-se à permanência do Destacamento em Abrantes, em alternância com o R.C. Nº 7.
MAIO 29/JUNHO 4: Nestas datas, Souza Tavares, Governador da Praça de Abrantes, recebe e  envia aos Corpos de origem desertores chegados a esta Vila11.
JUNHO 29: Padre Francisco Garcia, Capelão, procede à bênção das novas Bandeiras do Regimento de Infantaria Nº 20… Após a bênção, novas Bandeiras são colocadas nos lados do altar-mor da Igreja Matriz de S. João Baptista e a Banda de Musica do Regimento toca o hyno Constitucional… Fr. Jos´Teixeira da ordem dos Prégadores, e Prior de S. Domingos patenteou os seus profundos sentimentos Constitucionais. Terminadas as cerimónias, novas Bandeiras são conduzidas pelos Coronéis para o lugar da parada onde as entregaram aos dois Porta Bandeiras… Joaquim José de Moura, Juiz de Fora Auditor fez um breve discurso em que mostrou a importancia do juramento consequencias do projuro, e melhoramentos do novo Systema, lendo depois artigos de guerra. Com vivas à Religião,à Constituição, ás Cortes, a ElRei Constitucional o Sr. D. João VI, e a sua Augusta Familia… Durante a noite, todas as pessoas da vila puderam assistir a um luzido baile no Quartel do Regimento de Infantaria Nº 20. Na apresentação das novas bandeiras, no lugar da parada, acompanhados pelo Corpo Militar, e pessoas da Nobreza da Villa, ahi se achava já postado com uniforme novo o Batalhão do Regimento…AG263
JULHO 1: Na Sessão 403 das Cortes, fez-se menção honrosa ao Coronel Governador da Praça de Abrantes, Joaquim Jose Maria Sousa Tavares, pelo motivo da conspiraçãoAG249.  
AGOSTO 5: O Ministério da Guerra, por julgar desencaminhado o recibo do Auditor da Praça de Abrantes, referente aos vencimentos dos militares desta Vila, referente ao mês de Maio, previne o Publico para que não tenha lugar negócio ou transacção alguma a respeito do recibo…AG263
SETEMBRO 4: Governador, companhia de veteranos, oficiais, sargentos e praças da Vila de Abrantes, dão um dia de soldo* para a construção da obra do “Monumento Constitucional”, a construir em LisboaAG263.
*Soldo=Pagamento atribuído aos militares. 
OUTUBRO 12: Achando-se em total ruina, e incapazes de todo o serviço as Muxillas de Viveres, e Cobertores de Equipamento que existem a cargo deste Regimento, e tendo estas munições sido já requisitadas em 7 de Maio, e em 10 de Julho de 1821julgo portanto ser meu dever levar ao conhecimento de Sua Majestade se digne mandar fornecer a este Corpo as munições e equipamentos requisitados (591 mochilas e 591 cobertores etc…)
Bento José Valente - Coronel do Regimento de Infantaria Nº 2011
OUTUBRO 29: Rafael José Raposo Sebastião, Tabelião=escrivão publico, proprietário em esta Notável Villa de Abrantes, e seu Termo por sua Magestade Constitucional, certifica e descreve a quantidade de géneros fornecidos pelo comerciante de Abrantes, José Correia de Oliveira ao Regimento de Infantaria Nº 20 (ver NOVEMBRO 8)11.
NOVEMBRO 3: Governador da Praça de Abrantes, Joaquim José Maria de Sousa Tavares, entrega ao Capitão Ajudante da Praça, o Solene Juramento da Constituição Politica da Monarquia Portugueza, que acabão de Decretar as Cortes Constituintes da mesma Nação, ao 1º Sargento Francisco de Figueiredo, do Regimento do Commando de V. Sª afim deste Sargento deferir o ditto Juramento, aos Soldados do Destacammento, que aqui se acha debaixo das suas ordens11.
Nota: A primeira Constituição portuguesa (1822 que vigorou 1822/23 e 1836/38), após a revolução liberal (1820), é a primeira experiência parlamentar do País. Não podiam votar menores de 25 anos, mulheres, vadios, e criados de servir.
Passos Manuel nas Cortes de 1821, que aprovariam a primeira Constituição Portuguesa
(Pintura de Veloso Salgado)

Constituição da Monarquia Portuguesa (1822)
NOVEMBRO 8:José de Oliveira Correia, comerciante da Vila de Abrantes, requer o pagamento de géneros fornecidos ao Regimento de Infantaria Nº 20 na importância de quatro centos, trinta, e hum mil, trezentos, e vinte, e cinco reis. Justifica falta de pagamento devido o Regimento em quinze de Setembro do sobredito anno (1820) se debandou, sahindo parte delle para Coimbra, e outra parte para a Provincia d’Alentejo, correo á Villa da Ponte do Sor, a exigir alli do Comandante (que então era o Major Antonio Pereira de Moraes) o seu pagamento que se lhe fez parte11
DEZEMBRO 4: Presidente da Câmara de Abrantes (sem ou em!? vereação Constitucional), António Joaquim da Fonseca Pimenta do Avelar, que começou o exercicio no dia 16 de Outubro, justifica a não pronptificação das 4 Recrutas pedidas para o ultimo Recrutamento, por a Camara que lhe procedeo nemhumas communicações lhe fêz… (ver FEVEREIRO 4 de 1823)11.
DEZEMBRO 30: Juiz Ordinário da Vila da Barquinha, recusou dar aboletamento ao Quartel Mestre, e a huma escolta de hum Cabo, e dez Soldados do Regimento de Infantaria Nº 20; que pernoitaram nma dita Villa, vinda na diligencia de conduzir os soldos, e pret deste Regimento, de Torres Novas para Abrantes....Determina Sua Majestade procedimento contra o Juiz da Barquinha...AG272
1823
JANEIRO 26:Fortunato José de Abreu, João Pedro e Joaquim de Oliveira, Mestres Carpinteiros de Machado e Calafates; Bernardo de Jesus, Francisco Pires, José Gracio e Manuel de Oliveira, officiaes de Carpinteiro de Machado e Calafates, todos do Detrito da Villa de Abrantes, que na ultima guerra estiveram empregados nas duas Pontes do Tejo em o porto da dita Villa, e de Villa Velha de Rodão e bem assim na Ponte do Rio Zezere; e há no Julgado de Abrantes duzentas, e cincoenta embarcações de navegação do Tejo para Lisboa, que he fornecida por ellas (embarcações) de muitos géneros de primeira necessidade, assim como devem á condução dos que della são exportados para o porto da sobredita Villa, que vão fornece-la, assim como a Provincia d’Alentejo e Beira-Baixa em (!...) beneficio do comercio; que tudo pereceria com falta (!...) sendo tirados do referido Destrito, aonde não há outros Mestres, nem Officiaes de Calafates … requerem a Sua Majestade de digne conferir-lhe a graça da modificação do Decreto excluindo-os do recrutamento militar da Primeira e da Segunda Linha11.
FEVEREIRO 4: Camara de Abrantes entrega ao Governador da Praça um* dos quatro recrutas solicitados por Portaria de 19 de Novembro de 1822.
*Assentou praça no Batalhão de Caçadores Nº 1 e marchou para a Corte com destino ao Brasil11.
FEVEREIRO 14: Sobre a ruina causada pelas últimas chuvas à fortificação de Abrantes, Manuel de Sousa Ramos do Real Corpo de Engenheiros escreve:em virtude das ultimas copiozas chuvas que tem feito estragos nas Obras de Fortificação permanentes, e muito mais nas Obras de Campanha, sucede que em Abrantes aonde ellas são de pedra e barro, tem sobrevindo novas e grandes ruinas, e por consequência não só por este motivo, mas também por que nas circunstancias de huma próxima guerra he natural que Sua Mage  queira q. se restabeleção todas aquellas Fortificações ao estado em que se achavão na guerra passada… (ver ABRIL 25). No mesmo relatório é referido a necessidade do Presidio Militar de Abrantes comportar 100 sentenciados11.

Soldado do Real Corpo de Artífices Engenheiro – 1820/1823
(Uniformes Militares – Colecção de Aguarelas do Coronel Ribeiro – Edição Jornal do Exército)
MARÇO 4: Em consequência das Ordens de Sua Majestade e comunicadas pelo Exmº General Encarregado do Governo das Armas desta Província, dois soldados do Destacamento Nº 11 de Cavalaria de Castelo Branco, por se acharem em diligência do “tabacos”, ficam nesta Praça11.
MARÇO 22: Governador de Abrantes e Câmara tomam medidas para impedir a passagem de soldados rebeldes no Porto do Tejo desta Praça, como nas imediações…11
MARÇO 26/28: Para impedir que os cinquenta e oito rebeldes desertores do Regimento de Cavalaria Nº 2 que estão na Povoação de Espanha (evadidos de de Vila Viçosa), possam atravessar o Tejo, Governador da Praça de Abrantes, Joaquim José Maria de Sousa tavares, manda remover todas as barcas para a margem norte11.
MARÇO 31: Governador da Praça de Abrantes, Joaquim José Maria Inácio de Sousa Tavares, Felicita Sua Magestade pela derrota que sofrerão os facciosos, na Província de Trás os Montes. No mesmo oficio, sobre os habitantes da Vila de Abrantes refere:
Aproveito esta ocacasião para ter o prazer de commonicar a Vossa Majestade, que nesta Praça reina, a mais perfeita  paz, e que todos os hhabitantes da mesma dezejão, que quanto antyes sejão anniquilados os facciozos, que tentarão contra a Cauza Sagrada da nossa onstituição (ver JUNHO 1/3 AGOSTO 5).
Deos Guarde a Vossa Magestade nuitos Annos
Quartel d’Abrantes 31 de Março de 1823
Joaquim Joze Maria de Souza Tavares
Coronel Governador da Praça d’Abrantes11
ABRIL 12: Transitou por esta Praça Joaquim Nery, Capitão do Batalhão de Caçadores de Lisboa Ocidental, Redator do Periódico – Campião Lisbonense, que por ordem real foi mandado para a Vila do Gavião11.
ABRIL 25: Manuel de Sousa Ramos, do Real Corpo de Engenheiros justifica a Manuel de Gonçalves de Miranda, a importância estratégica/militar da Villa de Abrantes e a necessidade de reparar as fortificações da Praça: …reparação das ruinas que o prezente Inverno produziu nas antigas muralhas de alvenaria do Castello da Villa de Abrantes. Aeste repeito he do meu devêr observar que, se no Plano das nossas operações defensivas se tiver resolvido aproveitar as vantagens naturaes pelo (!crezão, Tejo, Zezere, e Serra da Estella, neste cazo a Villa de Abrantes, a qual he como a Cidadella desta importante porção de terreno, deve quanto pôr-se no estado de defeza em que se achava na guerra passada, e então não só comvêm proceder com urgência á reparação das muralhas do Castello, mas de todas as outras obras de fortificação que fechavam aquella Villa… e incluzo Orçamento o numero de oito Pedreiros diários para se fazer a obra em oitenta e quatro dias… Quartel Nacional e Real Corpo de Engenheiro 25 Abril 1823 – Manuel de Souza Ramos – Marechal de Campo11
-A Irmandade dos Passos pagou pela música militar na Procissão dos Passos 7.200 réis e pela guarda de honra 3.900 réisDO096.
MAIO: Nesta Praça o Regimento de Milicias de Tomar comandado pelo Coronel Francisco Soares CaldeiraDO097.

JUNHO 1: Joze Pereira da Cunha, Capitão Graduado, com exercicio de Ajudante da Praça de Abrantes, por Sua Majestade Fidelissima que Deus Guarde – Certifica que na shaida que fez, o Coronel Governador desta Praça Joaquim Joze Maria de Souza Tavares e Comandante do Regimento de Infantaria Nº 19, quando se foi aprezentar a Sua Alteza o Senhor Infante Dom Miguel, a Santarém deixou ordem para ler às tropas e publicar a Proclamação do mesmo Serenissimo Senhor, datada em Villa Franca a 27 de Março passado, a qual se não tinha publicado, pela opozição, formal, do Governo Civil, e Comandante das Tropas que fazião a guarnição desta Praça, e de alguns indivíduos da mesma, que não quizerão reconhecer a ditta Proclamação. Apos a leitura da Proclamação pelo Alferes do Regimento de Milicias de Castelo Branco, José da Costa Mena (ver certificado original em AGOSTO 5), o Tenente Coronel João Joze Cortez Paim da Praça de Abrantes a mandou afixar nas Cazas da Camara da mesma Praça11.
JUNHO 3: Governador da Praça de Abrantes, Joaquim Joze Maria de Souza Tavares regressa a esta Praça vindo de Santarém, pelas 11 horas e três quartos.
-Pelas 5 horas da tarde, todas as Guarnições da Praça de Abrantes revalidam o sagrado juramento com vivas ao Infante D. Miguel e à Rainha.
-Faz-se guarda a todas as passagens do Tejo desde Alvega à Barquinha e são removidos barcos/barcas para os postos do norte e são oficiadas todas as autoridades vizinhas com a Proclamação de S.A.R.
-São tomadas medidas para manter a boa harmonia e tranquilidade entre os habitantes da Vila de Abrantes.
-São aproveitados seis reparos dos melhores para montarem seis bocas-de-fogo de diferentes calibres. Não havendo artilheiros, são aproveitados os veteranos11.
JUNHO 12: Nesta Praça o Regimento de Milicias de Santarém comandado pelo Coronel José Faria PereiraDO098.
JUNHO 21: Descontentes, por todos os Regimentos de Milícias regressarem a suas casas, e descontentes por não receberem o “pret”, soldados do Regimento de Milícias de Tomar destacados na Praça de Abrantes continuam a desertar. De uma vez só, na noite de 22 para 23 desertaram dezassete (17). Depois desta deserção em massa, o Governador da Praça de Abrantes, Joaquim José Maria Inácio de Sousa Tavares, consegue que um negociante da Vila lhe emprestasse algum dinheiro, para pagar dez dias de pret aos ditos Miliciannos (ver JULHO 18)11.
JULHO 16: Infante D. Miguel Ordena que Regimento de Infantaria Nº 22 marche para a Praça de Abrantes e nela fique de guarnição11.
JULHO 18: A Secretaria d’Estado dos Negócios da Guerra dá ordem imediata de pagamento ao Milicianos de Tomar que se acham em serviço na Praça de Abrantes11
AGOSTO 5: Nesta data, José da Costa Menna, Alferes Comandante da Oitava Companhia do Regimento de Millicias de Castelo Branco, em Abrantes, atesta a leitura da Proclamação do Infante D. Miguel11:
AHM
Nota: José da Costa Mena, foi Procurador do Concelho  em 1802 e Vareador da Câmara de Abrantes em 1835.
AGOSTO 6:Nesta data, o Governo da Praça de Abrantes emite uma “Rellação dos Officiaes, Officiaes Inferiores, ou Soldados dos Corpos que se unirão a Sua Majestade, e Alteza o Senhor Infante Dom Miguel, Comandante em Chefe do Exercito, depois dos dias 27 e 30 de Maio, até 5 de Junho últimos, e que acompanharam os mesmos Augustos Senhores  no seo regresso á Capital...” 11
AHM
SETEMBRO 14: Na Praça de Abrantes o Batalhão de Caçadores Nº 4DO099.
DEZEMBRO: Por solicitação da Câmara, no final de Dezembro, Caçadores Nº 4 foi para Estremoz e veio para Abrantes Infantaria Nº 20 que estava em ElvasDO100.
Fontes:
11 AHM
AG249
AG 251
AG 262
AG263
AG 272
AG 274
DO095/096/097/098/099/100

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