Rio Tejo - Ponte Militar de Abrantes (Manuel Sousa
Ramos)
Por José Manuel
d’Oliveira Vieira
1811
JANEIRO
(durante todo o mês): Observações, condutas de guerra, depoimentos de
prisioneiros e desertores franceses, paisanos e espias que seguem movimentos do
inimigo chegam ao Governador da Praça de Abrantes e este remete informações a
D. Miguel Pereira Forjaz11.
-Víveres e bens necessários para o hospital de
Abrantes continua a ser uma preocupação do Governador de Abrantes11.
JANEIRO 20: Dizem
os Franceses estar Abrantes ocupada por dois Regimentos de linha e três de
Milícias Portuguesas, comandadas por um oficial português. A guarnição tem
falta de víveres e tem havido muitas deserções nas Milícias.
Nota - A
Gazeta extraordinária Rio de Janeiro Nº 13 de 27 Junho 1811 refere: Não he verdade ter havido grande deserção
nas Milícias que guarnecião Abrantes; antes disso, e todas as Milicias em
geral, como era a primeira campanha qua fazião, e em que padecião os incómodos
e privações a que não estavão costumados, soffrerão bastante deserção: não se
infira disso que fugirão para o inimigo: nem hum só seguio tal caminho; vierão
para suas casas, ou de parente, ou dos seus parentes…(Gazeta Ext Nº 13 Rio Janeiro)
JANEIRO 24/25: Responsável pelo Hospital de
Abrantes solicita ao Ajudante General Mozinho, apoio em víveres, utensílios e o aumento da mesada, para fazer face às
novas obras e “despesas, em alteração dos muitos doentes” que recebia….11
JANEIRO 25:
Governador
da Praça de Abrantes, João Lobo Brandão de Almeida recebe do 1º Médico
do grande Hospital Militar de Abrantes uma extensa requisição de material
necessário ao seu funcionamento:
No mesmo ofício em que o Governador da Praça envia
a relação a D. Miguel Pereira Forjaz, o mesmo põe em causa a existência da
Guarnição de Abrantes, se o Marchante
não fornecer carne fresca todos os dias (ver VEVEREIRO 8) 11.
-Na mesma data, Capitão Patton oficia o Marechal Beresford para que este o
autorize deitar abaixo as casas que se acham do lado esquerdo das Ruas da Barca
(ver FEVEREIRO 7).
-Para segurança da Praça e por não ter
confiança nos empregados dos correios e má-fé com todos aqueles que o público
chama de Christãos Novos, o Coronel e
Governador da Praça de Abrantes, João Lobo Brandão de Almeida quer remover dos
seus empregos e afasta-los da Vila de Abrantes11.
JANEIRO 26: Cartas e depoimento de um prisioneiro
Francês que chega ao Governo desta Praça é enviado a D. Miguel Perei Forjaz11.
JANEIRO 31: Beresford
informa D. Miguel Pereira Forjaz dos problemas que ocorreram com o transporte
de 2.000 barricas de farinha, enviadas pela intendência de víveres para o porto
de Abrantes de forma a abastecer diferentes unidades do exército português a
actuar na região. Segundo ele, essa intendência, “não combinou coisa alguma sobre os meios de transporte” havendo
falta de carros, para fazer o transporte deste género, para as unidades que
dele tanto precisavam25.
-Batalhão de Caçadores nº 5 sob o comando do
Tenente-coronel Miguel M'Creagh, incumbido
de vigiar e proteger a passagem na ponte de barcas de Abrantes ocupa a povoação
do Rocio ao Sul de Abrantes, até Dezembro25.
FEVEREIRO
(durante todo o mês): Praça de Abrantes é o ponto central onde chegam
informações sobre movimentos inimigos - depoimentos de desertores franceses,
paisanos, perdas e feridos em combate entre outros assuntos, enviadas de
imediato pelo Governador da Praça de Abrantes a D. Miguel Pereira Forjaz e
Beresford11.
FEVEREIRO 5:
Beresford dá indicação a D. Miguel Pereira Forjaz do numero de homens e cavallos, e com o tempo, para que se devem meter
mantimentos nas Praças e Fortalezas…11:
-Beresford
desloca-se do seu Quartel-general da Chamusca à Praça de Abrantes para ver o
estado em que se encontram as fortificações, mas com o principal objecto de ver
as condições dos hospitais e comunica ao Governo que tanto o Coronel João Lobo
Brandão, como os empregados dos referidos hospitais, apesar dos poucos meios e
dinheiro, são dignos dos maiores elogios. O Tenente Coronel do Regimento de
Infantaria Nº13 D. Joaquim da Camara,
que não obstante a sua débil saúde é elogiado por Beresford por se ter
oferecido voluntariamente a servir de Enfermeiro Mor nos hospitais11.
FEVEREIRO 7:
Engenheiro Manuel de Sousa Ramos,
do Real Corpo dos Engenheiros, dá conta
a António Lemos Pereira de Lacerda sobre os vencimentos e despesas da
fortificação de Abrantes11.
-Por se
encontrarem em hum angulo das
Fortificaçoens de Abrantes, na parte exterior do seu recinto, as quaes muito
embaração a sua defensa, pois que se o inimigo ali chegasse a estabelecer
poderia trabalhar a coberto contra a Praça e ser isto a origem de ella se
perder…, Beresford manda arrasar
13 casas da Rua da Barca do Alsapão para
baixo, avaliadas em 900#000 reis. Na mesma
Rua do Alsapão para Cima, constam mais 17 casas que seria bom demoli-las, avaliadas em 1:950#000 reis.
Nota: A
relação das casas avaliadas tem a data de 4 de Fevereiro e a carta de Beresford
a Forjaz de Almeida, ministro e secretário de
Estado dos Negócios da Guerra, tem a data de 7 de Fevereiro 11.
FEVEREIRO 8:
João Lobo Brandão de Almeida, Governador da Praça de Abrantes participa a
Beresford e a D. Miguel Pereira Forjaz que o Almoxarife do Hospital de Abrantes
o informou de que o “Marchante” não pode continuar a dar carne para os doentes
sem se lhe pagar o que se deve11.
Nota:
Marechal Beresford lembra D. Miguel Pereira Forjaz que o consumo de carne muito diminuiria as moléstias da Guarnição,
e se pouparião em consequência as despesas dos hospitais11.
FEVEREIRO 9: Marechal
Beresford, Comandante em Chefe, informa D. Miguel Pereira Forjaz que, para
evitar inconvenientes se deve dirigir sempre a ele em todos os assuntos
militares por ter conhecimento da nomeação de dois Alferes Milicianos para a
cobrança da “décima” e do 1º Tenente do Real Corpo de Engenheiros Raimundo José
da Silva Peres de Milão, ter sido encarregado de examinar e tomar conta das
barcas e utensílios do Depósito de Abrantes11.
FEVEREIRO 12/20: A partir
de Abrantes o Capitão Inglês do 2º Regimento Robert Ray, informa o Coronel
d’Urban do Quartel Mestre General do
Exército – Chamusca os movimentos dos franceses11.
Nota: Em cinco documentos em Inglês sobre operações militares, Rober
Ray refere o que se passa no Sardoal, Mação e Belver.
FEVEREIRO 20/22: Homens do Mar (empregados na ponte de
Abrantes) queixam-se de não receberem há
13 semanas e assim verem gemer as suas pobres famílias11.
-Um outro documento com data de 27 Fevereiro de Manuel Sousa Ramos a
D. Miguel e refere como causa destes incidentes o Mestre da Ponte Luis José das Neves11.
FEVEREIRO
22: Corregedores de Avis e Évora demonstram a Beresford a impossibilidade
que tem em enviar provisões de Santa Marta para a Vila de Abrantes, porque muitos transportes das suas Comarcas
andão empregados no serviço dos Exércitos
e por ordem do governo os mesmos se encontram em pôr a salvo da invasão dos
inimigos as provisões e géneros dos particulares…11.
FEVEREIRO 26: Sem ser
acompanhada por arroz a Praça de Abrantes recebe 584 alqueires de farinha (200
barricas). Beresford refere este incidente a D. Miguel Pereira Forjaz11.
MARÇO 2: Depoimento do paisano João Nunes que esteve cerca de 5
meses como criado do Coronel Francês que comandava o Regimento 66 em Montalvo é
enviado pelo Governador da Praça de Abrantes a D. Miguel Pereira Forjaz. Na
mesma carta é referido se observarem em Montalvo franceses (de calça branca),
em acto de inspecção11.
MARÇO 5: Ás 5 horas da manhã, 70 soldados da Praça de Abrantes, exercitados em Caçadores comandados pelo
Alferes Luiz José Cabral, e Francisco de Paula Salema, e José Maria Salema,
atacarão o Ponto da Amoreira, e com mtª coragem, e de Sorte, desalojarão os
Franceses que ali estavam…11
MARÇO 7: À Praça de Abrantes chegam:
Toda a força mandada
pelo General William Stewart, chegou a esta Praça às 5 da tarde. Unida aos de
Abrantes totaliza 5.500 homens. Às 2 da madrugada tiveram ordem de marcha,
tomando duas estradas a de Medroa e Montalvo. As forças de William Stewart e
Brandão de Almeida fizeram alto na planície de Rio de Moinhos…. Pouco depois de
chegarem a Punhete e terem presenciado toda a devastação feita pelos franceses,
chega o Marechal Beresford, e logo
entrarão a vir os barcos, pertencentes à Ponte pª pacçar toda a Divizão
Comandada pelo General Stewart, q. com efeito paçou seguindo pª Tomar11.
General William Stewart
MARÇO 10: Brandão de Almeida mantem o Tenente António Pereira de
Castro a vigiar os movimentos do Inimigo11.
MARÇO 13: António José da Cunha Salgado, 2º Tenente do Real Corpo
de Engenheiros propõe ao Governador da Praça de Abrantes, João Lobo Brandão, um
novo método telegráfico de comunicações entre a Brigada de Cavalaria do
Brigadeiro Otoway e Abrantes11. (
Brigadeiro Otoway
-Ciera, inventor do
Telégrafo de Palhetas, instalado no Castelo de Abrantes, desconfia que a proposta do Tenente Salgado seja mais uma
daquelas invenções que apenas são boas no papel e não na prática11.
MARÇO 14: Tenente Coronel Gil de Almeida Sousa e Sá a D. Miguel
Pereira Forjaz: Lembro A V. Exª que ao
Regimento de Millicias de Soure que tenho a honra de Comandar faltão, 108
Traçados e 216 boldriés dos mesmos e 16 ditos para baionetas, 800 Bandoleiras
para Espingardas 535 Martelinhos, 535 Sacatrapos, 1035 Guarda Fechos duas
Caixas de Guerra dois boldriés e quatro vaquets para as mesmas Caixas, 2124
Garupas para Mantas ou ao menos 1400 correspondentes a 700 Mantas que V. Exª já
mandou receber11.
MARÇO 20: Engenheiro Manuel de Souza Ramos informa Marechal
Beresford ter recebido ordem de S.A.R.,
para ir estabelecer no Rio Zezere huma Ponte, fazendo depois remover para
Abrantes a que se acha em Tancos… e se desmanchem as pontes que ultimamente se
construíram na margem esquerda do Tejo11.
MARÇO 23: Apesar das dificuldades, a Praça de Abrantes continua a
ser abastecida pela Administração da Corte. Bolachas, carne, arroz, bacalhau,
farinha d’América, milho e cevada, são os géneros que chegam através da linha
de reabastecimentos do Sabugal11.
MARÇO 28: A partir de Abrantes, José Guedes de Magalhães, informa o
seu primo, D. Miguel Forjaz, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da
Guerra de que o armamento irá para a Corte e daí, sairá embarcado para o Porto onde
pelo Douro vai com a maior comodidade11.
-Manuel José Raposo de Carvalho,
encarregado da “Posta Militar”
estabelecida na margem Sul do Tejo (Rocio de Abrantes), informa o Governador da
Praça de Abrantes, José Lobo Brandão de Almeida que a “parelha de
cavalgaduras”, levadas por Aquino Marques do correio de Tomar, fora restituída
incapaz de fazerem o serviço desta “Posta pelo “Postilhão”11.
Exemplo de Postilhão e cavalgadura
Posta - Estação de cavalos, colocada
de distância a distância para serviço dos viajantes: cavalos de posta. Estação
para muda de parelhas de tiro, de diligências e outros veiculos, ou para
serviço dos viandantes: descansar na posta; apearem-se na posta para almoçar.
Postilhão – Condutor no serviço da posta. Homem empregado
no serviço do correio, para transportar a cavalo e com rapidez, correspondência
ou noticias entre várias localidades.
Nota: CORREIO DO REINO
– POSTA DE ABRANTES 1808/1817 ver “COISAS D’ABRANTES” em: https://coisasdeabrantes.blogspot.pt/2016/08/abrantes-correio-do-reino.html
MARÇO 31: Neste dia a Feitoria da Praça de Abrantes possui os
seguintes géneros (ver mapa)11:
MARÇO 29: Engenheiro Manuel de Sousa Ramos pede ao Governador da
Praça de Abrantes madeiras e ferragens deixadas pelos Franceses nas margens do
Zêzere sejam conduzidas para Abrantes11.
ABRIL 2: Noticias que chegam a Abrantes sobre informações
militares, pessoal, feridos, mortos e prisioneiros de guerra, retirada do
inimigo para fora do Reino, são de imediato transmitidas por João Lobo Brandão
de Almeida ao ministro e secretário de Estado dos Negócios da Guerra11.
ABRIL 8: Com as barcas
enviadas pelo Almirante Berkley e barcas dos Franceses que eles destruirão fica
estabelecida a Ponte volante do Zezere em
Punhete e Manuel de Sousa Ramos recebe ordem de S.A.R. para construir outra
ponte volante em Vila Velha11.
ABRIL 11: Coronel João Lobo
Brandão de Almeida remete ao Ministro do Exército uma extensa relação (três
folhas), dos objectos que os franceses deixaram e foram retirados do Zêzere
(Vila de Punhete), até ao dia 6 de Abril11.
NOTA: Chumbo, ferro e mais
objectos, não necessário à Praça de Abrantes, a enviar ao Arsenal Real do
Exército passa das 600 arrobas11.
ABRIL 15: Governador da
Praça, João Lobo Brandão envia ao Ajudante de Beresford, Manuel Brito de Mozinho, relação das despesas feitas na Praça de
Abrantes…11
Nota: De referir nesta
relação as quantias pagas com os espiões na observação do inimigo.
ABRIL 24: Manuel de Sousa
Ramos requisita materiais para as pontes militares de Abrantes, Punhete e Vila
Velha11.
MAIO 12: Devido a queixas
dos proprietários dos olivais, Governado da Praça, Brandão de Almeida faz saber
a toda a Guarnição: “Ordem do Dia” - De hoje em diante the Nova Ordem individuo alguma desta guarnição poderá
cortar oliveiras…11 (ver justificação em JUNHO 4)
MAIO 17: D. Miguel Pereira
Forjaz lembra Guilherme Carr Beresford da necessidade de transportar munições
para a Praça de Abrantes11.
MAIO 20: Por terra e por
via fluvial, Depósitos da Praça de Abrantes e Rocio ao Sul do Tejo continuam a
ser abastecidos com regularidade11.
MAIO 22: António Luis
Ferreira Leitão pede ao Ministro da Guerra urgência na requisição de fardamento
para as praças da sua Companhia11.
JUNHO 4: Governador da
Praça, Coronel João Lobo Brandão, justifica a D. Miguel Pereira Forjaz que os
cortes nas oliveiras para aquecer os fornos, pelos militares, foram autorizados
pelo Marechal Beresford quando aqui esteve no dia 29 de Fevereiro passado11.
Nota: Em ofício de 26 de
Janeiro, o Marechal Brigadeiro Benjamim d’Urban, do Quartel Mestre General,
informa Governador da Praça: … deseja o
Lord Marechal Beresford q’ Vª Sª fassa cortar todas as oliveiras indicadas pelo
Engenheiro (!...) chefe, sem menor distinção, particularmente (!...), entre a
Villa, e o Tejo para a Ponte11.
JUNHO 6 a 30: Géneros remetidos da Administração de Alcântara para a
Praça de Abrantes11:
AHM
JUNHO 13: D. Miguel expede
ordens para Beresford municiar o pequeno depósito de recrutas e instrutores
mandados reunir na Praça de Abrantes e mandar fazer o reabastecimento de
víveres para os mesmos11.
JUNHO 15: Telégrafo de
Abrantes está activo. Governo da Praça recebe e envia mensagens sobre espanhóis
e barcas inglesas11.
JUNHO 18: D. Miguel Pereira
Forjaz comunica pelo Telegrafo com o Governo de Abrantes para ser enviado para
a Praça de Elvas os dois carros e a barca Espanhola que se encontram nesta
Praça. D. Miguel comunica a Beresford que o Governador da Praça não tem meios alguns para fazer semelhante
condução11.
JUNHO 20: O
aprovisionamento dos Armazéns de Abrantes, recomendado por D. Miguel Pereira
Forjaz é dificultado por falta se achar
barcos chatos pelo grande número que ocupa o Commissariado Britânico…11.
JUNHO 23:Para fazer obras
necessárias nos paióis e fortificação, mandado por Beresford, chega a esta
Praça um Engenheiro Britânico11.
JULHO 5: Apesar de grandes
movimentações militares, os depósitos
de géneros de Abrantes e do Rocio de Abrantes, possuem reservas de pão/ferragens
e géneros de “etapa”11.
Nota: As rações eram
compostas de: ração de pão (pão e biscoito), ração de etápe (carne, sal, legumes, azeite,
bacalhau, batatas, arroz e toucinho), ração de vinho (vinho e aguardente),
ração de forragens (grão e palha) e ração de lenha11. Cf. Regulamento de 1811,
art.º XVI.
JULHO 14: Em
resposta ao Oficio Nº 453 de Guilherme Carr Beresford, Palácio do Governo
(Lisboa) expede ordens ao Arsenal Real do Exército para se remetterem para Abrantes cinco mil (5.000) pares de Çapatos11.
JULHO 15: Domingos José Cardoso, desembargador-comissário e intendente geral dos
Víveres, recebe ordens para se activarem as remessas para … e Abrantes11.
JULHO 17:
D. Miguel Pereira Forjaz faz saber a Beresford ser necessário determinar a
despesa mensal com os trabalhos na Praça de Abrantes. No mesmo ofício é
solicitado que o Capitão Pedro Patton apresente documentos referente a
1.690#000 rs que recebeu em metal para
as Fortificações da Praça de Abrantes desde 20 de Outubro (1810) a 6 de Janeiro
(1811) 11.
JULHO 30: Nesta
data publica-se em “Ordem do dia o Plano de Uniformes dos 12 Batalhões de
Beresford” 11.
Nota: A
figura do soldado com o uniforme de Caçadores de 1811 e o esboço do
equipamento, reproduzidos neste trabalho foram retirados do manuscrito do
Tenente Coronel de Caçadores Nº 6, Manuel Vaz Pinto Guedes, a “História dos
Uniformes do Exército Português – Caçadores 1811 – Organização de Beresford”11.
AGOSTO 10:
Com o Oficio Nº 541, Guilherme Carr Beresford informa D. Miguel Pereira Forja
estar preocupado com a diminuição dos géneros destinados às reservas da Praça
de Abrantes11.
-Na mesma data, por
AVIZO de 19 de Outubro de 1810, Brigadeiro Governador da Praça de Abrantes passa
a receber da Pagadoria de Abrantes a quantia mensal de hum conto de reis e justifica por documentos a
quantia de 1:296#000 entregue ao Comissario de Viveres para a Guarnição
referente à compra de generos, no tempo
em que a dita Praça esteve com o inimigo a vista11.
Nota: De
Abril a Agosto Brandão de Almeida pagou serviços de transportes e condução de
barcos por terra e outros efeitos para a Ponte do Guadiana.
AGOSTO 22: Após
denuncia do Governo Espanhol a D. Miguel Pereira Forjaz, este manda dar baixa
do Real Serviço o Espanhol Manuel Amado que se encontra na 1ª Companhia de
Granadeiros do Regimento Nº 22 que fora preso em Lisboa e mandado para a Praça
de Abrantes11.
Nota: Na
carta enviada de Espanha ao Ministro da Guerra de Portugal, é referido o
Soldado pertencer à força “Voluntária das Guardias Espanholas”.
AGOSTO 23: A
partir de Abrantes o Comissário Geral do Exército, Domingos Manuel Annes
Coutinho, informa o Intendente Geral de Viveres ter saído da Praça de Abrantes duas Brigadas de Cavalgaduras, huma com 912
alqueires de cevada em direitura de Castello Branco, e o Cabo com ordem de
continuar jornada até Poço Velho, onde se acha a Cavallaria 5 e 8, outra com
121 arrobas, e 15 arreteis de Bolacha, e 112 alqueires de cevada…11
AGOSTO 24/31:
Trinta e nove (39) barcos ao serviço do Exército Português, com géneros e
ferragens saídos do Depósito de Escaropim destinados à Praça de Abrantes, são
apreendidos no Porto de Muge, pelo Comissario Britânico F. Pratt. No mesmo
documento é referido: passar Embarcações
com Soldados dentro, porem-no em Terra, e tomá-la, alem de vários insultos
tanto a nós, como aos ditos Soldados…11.
AGOSTO 28: Para
a construção da Ponte Militar de Abrantes, Coronel Manuel de Sousa Ramos, faz
um grande requisição á Intendência Geral das Obras Militares11.
SETEMBRO 2: Brigadeiro
João Lobo Brandão fica a saber terem sido expedidas ordens ao Tenente Coronel
Fava para continuarem os concertos necessários na Praça de Abrantes11.
SETEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO:
Nestes três meses construiu-se na
Praia do Sul Caes, formado de pegões de pedra e Cal, madeira porcima, Coberta
de mato e arêa fazendo hum segundo suplemento a Ponta de Barcas na oCazião das
enchentes. Além destas notas, ainda podemos ler na planta da ponte militar
estabelecida em Dezembro de 1808, que se encontra no Arquivo Municipal Eduardo
Campos (ficheiro TIF), o seguinte: Caes formado sobre estacaria no Areal da
Praia do Norte para servir de suplemento á Ponte de Barcas na oCazião das
enchentes do Tejo, obra feita no Verão de 1809 com o qual, ecom a Obra
que se fez da parte do Sul se poupão 32 Barcas com os respectivos Utencilios que
era necessário ainda ter para as
grandes enchentes.
Tanto esta
Ponte como todas as mais que setem estabelecido na Beira Baixa tem sido da
Direção do Coronel do Real Corpo de Engenheiros abaixo assignado – Tendo por
seus Ajudantes: Major José Francisco António Dias, Capitão Euzebio Candido Cordº Pinhº Furtado,
Prº Ten Raimundo Jose da Sª Peres de Milão – Quartel de Abrantes 13 de Maio de
1812 – Manoel de Sousa Ramos – Coronel Engº.
Nota: Por publicar ficam 19
documentos relacionados com a Ponte Militar de Abrantes tais como os que se
referem a barcas ponteneiras, materiais e operários11.
SETEMBRO 20: Intendente
Geral e Fiscal das Obras Militares informa o Escrivão da Receita e Despesa das
Obras Militares da Vila de Abrantes, não
ter serradores em Lisboa e que deve pagar-lhes hum jornal mais avultado, ou
deixalos trabalhar de Empreitada11.
OUTUBRO 1: António Manuel
Borges da Silva, nomeado Auditor de Brigada (Exército) para a Guarnição da
Praça de Abrantes11.
OUTUBRO 10: Na lista para a
supressão dos Arsenais/Trens Estabelecidos interinamente ou por decreto, com
gastos mensais de 240#000, encontra-se o Trem da Praça de Abrantes 11.
OUTUBRO 19/28: Por terra e
barcos chegam géneros à Praça de Abrantes11.
(AHM/DIV/1/14/016/38m0001/2) Sem utilizar as reservas de géneros, o Grande Depózito de Abrantes,
fornece Castelo Branco, Vila Velha, Niza, Portalegre e outras feitorias11.
Nota: No Ribatejo, ao
serviço do Exército Português, encontram-se alistadas 102 embarcações11.
Mapa das embarcações alistadas
no Ribatejo
OUTUBRO 28: Em 24 dias de
trabalho, são construídos em Lisboa 12 barcos que são imediatamente conduzidos
para Abrantes11.
NOVEMBRO 10: No Rossio de
Abrantes ao Sul do Tejo um grande depósito de reserva de géneros11.
NOVEMBRO 11: Ministro da
Guerra informa Conde de Trancozo, ter expedido ordem para enviar oitenta
armamentos para as recrutas que se acham no Depósito de Abrantes e que
pertencem ao Batalhão de Caçadores Nº 211.
NOVEMBRO 16: Junta da
Direcção Geral dos Provimentos recebe ordem de D. Miguel Pereira Forjaz para accellerar o aprovisionamento da Praça de Abrantes11.
-Na mesma data, Intendência Geral remete para a Praça de Abrantes
material destinado à Ponte Militar e a Obras de Fprtificação11
NOVEMBRO 19:Intendente das
Obras Militares recebe ordem para remeter para a Praça de Abrantes as
ferramentas necessárias destinadas à
construção de cinco (5) redutos no lado Ocidental de Abrantes11.
Nota: Em todos os escritos
até agora publicados sobre Abrantes e as Invasões Francesas, nenhum refere a
existência de um “posto avançado de defesa”, na parte mais vulnerável da então
Vila - Abrantes/Rio de Moinhos - antes do Forte de Santo António.
A ampliação de uma conhecida foto aérea mostra-nos o que foi um posto
avançado de defesa da Praça de Guerra de Abrantes, confirmado por uma Planta que se encontra anexa à "Memória militar respectiva
ao plano de defeza da praça d'Abrantes" – Garcês, Belchior José.
Na mesma “Planta Militar”,
também podemos ver o “Telegrafo de Ciera” e a sua localização na “Torre do
Castelo de Abrantes”.
“Posto avançado Militar” –
Vale de Roubam
(primeiro ponto de defesa de
Abrantes)
NOVEMBRO 26: Intendência
das Obras Militares remete para a Praça de Abrantes: Barcas Ponteneiras, Pontões
e Esteiras destinadas ao Depósito de Convalescentes11.
AHM
Nota: Da extensa a relação
dos materiais enviados para as Obras de Fortificação da Praça de Abrantes,
apenas se publica a figura acima com a descrição dos destinados à Ponte e
Depósito de Convalescentes desta Praça11.
-Na mesma data,
Mapa das “Barcas” que se achão dentro e fora da ponte militar de Abrantes as
que faltam e as necessárias para fazer
face às cheias11:
AHM
DEZEMBRO 2: Requeridas pelo Brigadeiro
João Lobo Brandão de Almeida, Arsenal Real do Exército recebe ordem para se
remeterem à Praça de Abrantes, cem
(100) grilhetas para emparelhar presos11.
AHM
DEZEMBRO 2/6 : Em virtude das queixas do encarregado de Abrantes, e
de outras províncias, Intendente Geral dos Víveres e Transportes, Domingos José Cardoso pede a atenção a D. José Luis de Sousa, Secretário
Militar, para as três causas necessárias ao fornecimento do Exército: DINHEIRO/TRANSPORTES/GENEROS
11.
Nota: Por curiosidade, sobre o assunto, vejamos um parágrafo do que pensa
o Intendente Geral de Viveres: …Há cinco classes de pessoas a q.m a
guerra não tem prejudicado, antes a alguns lhes tem augmentado as suas
fortunas, como são: Traficantes, os grandes proprietários de terras que não
forão invadidas, Corporaçoens Ecleziasticas, que tem grandes rendas,
Beneficiados e Negociantes de forma que a classe mais indigente, e mais útil, he que tem
sofrido os incómodos da Guerra… 11
DEZEMBRO 3: Para as obras Militares da Vila de Abrantes, a
Intendência das Obras Militares remete11:
AHM
DEZEMBRO 5: A partir de
Abrantes, Bejamim D’Urban (oficial britânico), servindo como oficial general do
exército português envia relatório (em Inglês) a D. Miguel Pereira Forjaz e
marechal Beresford, sobre as tropas por si comandadas e sobre o Hospital Militar
de Abrantes11.
DEZEMBRO 14: Ministro da Guerra informa Wiliam Carr Beresford, Conde Trancoso de ter dado ordem ao Inspector da Tesouraria para satisfazer o Hospital Militar de Abrantes na soma que for compatível com o estado da Tesouraria e ao Comissário em Chefe foram expedidas ordens para satisfazer a falta de víveres que se faz sentir no Depósito de Recrutas desta Praça11.
11AHM
25 OS EXÉRCITOS DE MASSENA E WELLINGTON NO
CONCELHO DE SANTARÉM (1810-1811) Reflexos no Quotidiano Social, Político,
Económico e Castrense Fernando Manuel da Silva Rita - MESTRADO EM HISTÓRIA REGIONAL E LOCAL - Percurso em
História e Territórios Identitários – 2010
Sem número do
documento encontra-se: Guia de Fundos:1-14 Campanhas da Guerra Peninsular
_1807-1814 – Inventário de documentos AHM – Exemplo: (DOC) – PT
AHM/DIV/1/14/042/03
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