(Todos os meses COISASD'ABRANTES publicará um capitulo da "História Militar de Abrantes)
(Dedicado aos 102.925 seguidores que já visualizaram o "COISASD?ABRANTES até 23-2-2017 - 14h35)
(Dedicado aos 102.925 seguidores que já visualizaram o "COISASD?ABRANTES até 23-2-2017 - 14h35)
Dada a sua
localização e o extraordinário valor militar, tanto táctico como estratégico, Abrantes é por si só uma impressionante linha defensiva bem no centro do
território. Com os outeiros
de S. Pedro, Forca e Caneiro a dominarem toda a linha norte/sul do rio Tejo e o
reduto da Ermida Senhora dos Remédios a dominar toda a planície das Hortas e campos
da Chainça, o Castelo de Abrantes, transformou-se numa moderna praça-forte.
Sem a preocupação de
uma narrativa continua e metódica de um académico, Abrantes Militar 1148/1899 é
o resultado das centenas de verbetes encontrados na cidade de Abrantes(a) e de milhares de documentos militares
onde o nome de Abrantes aparece referenciado.
Abrantes Militar
1148/1899 não recorreu às já publicadas “Cronologias
de Abrantes” ou à “Memória Histórica” – de Manuel António Mourato. No
entanto, a leitura das obras citadas e os artigos referentes a “Abrantes
Militar” já publicados no “jornal de Alferrarede podem completar esta pequena
cronologia militar de Abrantes.
Fenícios, gregos,
túrdulos, celtas, romanas, alanos, visigodos, árabes, todos estes povos aqui
teriam permanecido. Quanto ao
nome que hoje tem, diz-se que os Romanos lhe chamavam Tubucci, Vísigodos
Aurantes e os Árabes Líbia. Segundo a lenda, o nome de Abrantes data, mais ou
menos, da época em que D. Afonso Henriques a tomou de assalto em 8 (!) de
Dezembro de 1148.
Segundo dados recentes (2015) parece confirmar-se a existência de uma torre islâmica em tijolo de adobe junto da muralha proto-hidtórica.
VER: http://ml.ci.uc.pt/mhonarchive/archport/msg20260.html
1148
Segundo dados recentes (2015) parece confirmar-se a existência de uma torre islâmica em tijolo de adobe junto da muralha proto-hidtórica.
VER: http://ml.ci.uc.pt/mhonarchive/archport/msg20260.html
-Era Alcaide Mor do Castelo de Abrantes o mouro Hibrahim-Zaid (no
idioma cristão: Abraham-Zaid).
DEZEMBRO 8 (!): Foi o Castelo de Abrantes
conquistado aos Mouros pelas forças católicas de D. Afonso Henriques.
D. Afonso Henriques
-D. Afonso Henriques deu o senhorio do Castelo de Abrantes a seu filho
natural D. Pedro Afonso, nomeando-o Alcaide Mor de Abrantes.
1172
-Para evitar conflitos com a Ordem de S. Tiago, Rodrigo Alvarez,
2º conde de Sarria (Lugo), renuncia ao hábito de S. Tiago e obtém autorização
para fundar uma nova ordem na mais restrita regra de Cister, cuja primeira casa
terá sido no Castelo de Abrantes1.
1179
JULHO 9/29: O Castelo de Abrantes foi cercado por um
exército de Mouros. Cerco danificou muitas habitações da vila, incluindo a sua
igreja. A defesa de Abrantes culminou com a vitória dos moradores que venceram
um poderoso exército comandado, por Abem Jacob, filho do Miramolim de Marrocos.
1194 (!) 1195 (!)
-D. Martim Lopes, ajudado pelos moradores de Abrantes, interceptou a passagem do Tejo a um exército mourisco,
comandado por D. Pedro Fernandes de Castro, fidalgo renegado ao serviço do
imperador de Marrocos, que vinha assolando as regiões de Tomar e Abrantes, desbaratando esse exército,
ficando prisioneiro o renegado2.
Os
Lusíadas
Canto
VIII
Não
vês um Castelhano, que, agravado
De Afonso nono, Rei, pelo ódio antigo
Dos de Lara, cos Mouros é deitado,
De Portugal fazendo-se inimigo?
Abrantes vila toma, acompanhado
Dos duros Infiéis que traz consigo;
Mas vê que um Português com pouca gente
O desbarata e o prende ousadamente.
De Afonso nono, Rei, pelo ódio antigo
Dos de Lara, cos Mouros é deitado,
De Portugal fazendo-se inimigo?
Abrantes vila toma, acompanhado
Dos duros Infiéis que traz consigo;
Mas vê que um Português com pouca gente
O desbarata e o prende ousadamente.
1215
-D. Afonso II edificou a Igreja de Santa Maria do Castelo, que
passados 2 anos constituiu uma paróquia, sendo a segunda de Abrantes.
1248/1279
-Reinando D. Afonso III a Câmara obrigou-se a reparar à sua custa os
muros do Castelo de Abrantes.
1281
ABRIL 24:
D. Diniz deu o Senhorio de Abrantes à Rainha Santa Isabel, reservando para si a apresentação dos juízes e das
Igrejas.
1287
JUNHO 23: D. Diniz outorgou novamente à Rainha Santa
Isabel a jurisdição de Abrantes com a Alcaidaria Mor e os padroados das
Igrejas.
1300/1303
-D. Diniz com o auxílio da Câmara reformou os muros do Castelo de
Abrantes e edificou a Torre de Menagem que tinha 3 pavimentos. Foi começada em
1300 e acabada em 1303. Com o terramoto de 1531 caíram os dois andares
superiores. Em 1860 o General Barão da Batalha fez o arranjo atual.
1372
NOVEMBRO 12: Foi Alcaide Mor de Abrantes, Martim Afonso
de Melo, que mais tarde prestou valiosos serviços ao Mestre de Avis.
1385
Julho 9: D. João I chega com o seu exército à Vila de
Abrantes3.
AGOSTO 4: Nuno Alvares
Pereira chega a Abrantes e acampa o seu exército nos arredores da Vila.
D. Nuno Álvares Pereira
AGOSTO 7: Nuno Alvares
Pereira parte com o seu exército a caminho de Tomar depois de ouvir duas missas
na Igreja de S. Pedro4.
Nicho assinalando passagem D.
Nuno
AGOSTO 8: El-Rei D. João I
parte para Tomar ao encontro do Condestável depois de ouvir missa na Igreja de
S. João Batista.
1422
-Abrantes tinha 30 besteiros5.
1433
-Era Alcaide Mor do Castelo de Abrantes, D. Diogo Fernandes de
Almeida, Vedor da Fazenda de El-Rei D. Duarte e D. Afonso V. Foi o pai do 1º
Conde de Abrantes, D. Lopo de Almeida. Por seus feitos satisfez sempre o que
devia à sua nobreza, como à Cavalaria. Faleceu em 5 de Janeiro de 1450. Era
filho de Fernão Alvares de Almeida que foi aio do Rei D. Duarte e dos Infantes
D. Pedro e D. Henrique.
1458
-Até ao ano de 1468 Abrantes teve 12 besteiros5.
1621
DEZEMBRO 19: Aboletados na Vila de Abrantes 300 soldados
da Armada Real6.
1640
DEZEMBRO: Tendo como
comandantes o Juiz de Fora Domingos Esteves de Vasconcelos e o vereador Diogo
Camelo Pereira que tomaram parte ativa na
aclamação de D. João IV, duas Companhias, correspondente a tropa regular é paga
pela Câmara da Vila de Abrantes.
DEZEMBRO 12: D. Miguel de Almeida, fidalgo português, 4.o conde de
Abrantes, nascido cerca de 1559 e falecido em 1650. Apesar de estar já avançado
em anos, foi um dos principais conspiradores do golpe que possibilitou a
restauração da independência nacional em 1640. Participou no assalto ao Paço da
Ribeira, encarregando-se de dar o sinal para a revolta, com um tiro de pistola,
e de aclamar D. João IV da janela, perante o povo. Foi depois nomeado vedor da
Fazenda e conselheiro de Estado.
1641
-Duas Companhias de Ordenanças.
Janeiro 10: D. Miguel de Almeida foi promovido a Vedor
das Fazendas, sendo nomeado coronel do seu terço D. Francisco de Noronha.
Junho 17:
Gonçalo Vaz Coutinho foi nomeado Capitão-mor e Alcaide Mor da Vila de Abrantes,
com a declaração de não levar os emolumentos nem prover os ofícios da
Alcaidaria Mor.
Junho 19: O Conselho de Guerra recebeu ordem para no caso
de se confirmar que o Sargento-mor de Abrantes era feitor e criado de Miguel de
Vasconcelos, propor pessoa para aquele ofício.
Julho 16: Foi nomeado um ajudante para assistir em
Abrantes com Gonçalo Vaz Coutinho que ia assumir o cargo de Capitão-mor de
Punhete=Constância, Sardoal e Mação.
1642
JUNHO 3: Foi mandada ao Conselho de Guerra uma consulta
de Desembargo do Paço acerca de uma queixa que a comarca e o povo de Belver
faziam do Capitão-mor da mesma vila.
1643
-Duas Companhias de Ordenanças.
1645
AGOSTO 4: Nomeado D. João de Almeida Conselheiro de
Guerra, atendendo aos seus merecimentos e serviços prestados.
1646
-Quatro Companhias de Ordenanças de Infantaria e uma de Cavalaria.
Abril 14: Foi mandado ao Conselho de Guerra uma consulta
do Desembargo do Paço acerca da pretensão dos mestres da Vila de Abrantes de
passarem a ser alojados soldados nas casas dos nobres, como se alojarem nas do
povo.
1648
ABRIL/MAIO:
Soldados de
cavalo da companhia do capitão Manuel Cornellis, que estiveram alojados na vila
de Abrantes, cometeram um crime grave, matando João (Roiz) Rodrigues, mais conhecido por “o Campos”, que encontraram
caçando na vila de Abrantes7.
2 “Não vês um Castelhano...”: D. Pedro Fernandes de
Castro, considerando-se maltratado pelo rei de Castela, D. Afonso IX, por causa
dos condes de Lara, bandeou-se com os Mouros; e, tomando também Portugal por
objeto da sua inimizade, veio com os Mouros tomar Abrantes, levando muitos cativos cristãos e grande despojo.
Saiu-lhe ao encontro o cavaleiro português Martim Lopes, que os desbaratou e
prendeu D. Pedro Fernandes de Castro. A fonte é Rui de Pina, Cr. de D.
Sancho I, cap. 12 (v. JMR, FL, pp. 107 e 108).
3A vida de Nun’Alvares 1893 - cronologia da
invasão/operações, pág. 459 – Oliveira Martins diz: 11 de Julho chegada de D.
João a Abrantes. De 13 a 30 de Julho concentração de forças em Abrantes e em
dia incerto do mês de Agosto a partida de Nun’Alvares Pereira de Abrantes para
Thomar.
4Abrantes e Aljubarrota - vid. História do Exército
Português, pelo General Ferreira Martins – Edições de 1945, folha 77. Gravura
de Nuno Alvares Pereira na crónica do Condestável folha 82.
Nota: As
relíquias de D. Nuno Álvares Pereira estiveram em Abrantes no dia 16 de Maio de
1961. O evento é recordado numa placa que se encontra no nicho à entrada da
Abrançalha, mandado colocar pela Câmara de Abrantes. O Jornal de Abrantes Nº
3150 de 28 de Maio de 1961 dá destaque pormenorizado do acontecimento.
5História da População Portuguesa de Teresa Ferreira
Rodrigues – Edições CEPESE – 2008 - pág.118.
6Em 1621, reinando em Portugal Filipe III, foi criado um
corpo de infantaria da Marinha designado por Terço da Armada Real da Coroa de
Portugal. Este foi o primeiro Corpo Militar de organização fixa constituída em
Portugal e que logo após a restauração de 1640 passou a ser designado por Terço
da Armada Real do Mar Oceano.
7Das
duas Companhias em operações na fronteira na província da Beira, uma delas enviada como reforço
a partir do Alentejo, encontrava-se em Abrantes. O desvio por Abrantes pode ter
sido ditado pela necessidade de dar
verde aos cavalos. O crime cometido pelos subordinados de Manuel
Cornellis levá-lo-á a um penoso processo que se prolongará até 4 de Março de 1649, servindo apenas para prejudicar
a capacidade operacional de uma companhia de cavalaria do exército do Alentejo,
acabando por nada resolver. Fontes: Arquivo Nacional da Torre do Tombo –
Conselho de Guerra, Consultas, 1649, maço 9, nº 47; Secretaria de Guerra, Livro
16, fl. 152; Arquivo Histórico Militar – Manuscrito de Matheus Roiz, p.
396.
Sem comentários:
Enviar um comentário