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ABRANTES E O 31 DE JANEIRO DE 1891

“31 DE JANEIRO DE 1891”
NOME DE UMA RUA EM ALFERRAREDE
José Manuel d’Oliveira Vieira
O nome dado à “Rua 31 de Janeiro de 1891”, no Bairro Marquesa do Faial, paredes-meias com a ex-Junta de Freguesia, faz parte da história de Portugal.
O 31 de Janeiro de 1891, mais não foi do que uma revolta de militares (sargentos), cujos antecedentes tiveram origem no despertar da consciência nacional, para o conflito anglo-portugês. Isto é: no principio do reinado de D. Carlos I, o governo inglês apresentou ao governo português um “ultimatum”(1) em 11 de Janeiro de 1890 por causa dos limites territoriais na África oriental quando numa altura em que se referia com alguma insistência a possibilidade de um conflito com a Inglaterra a propósito das pretensões desta sobre os territórios do Nyassa (Moçambique), onde algumas expedições portuguesas de carácter cientifico operavam ao tempo.
A Ordem do Exército de 17 de Janeiro de 1891(2) que acicatou o espírito de rebelião dos sargentos, não sendo causa única da revolta a que se juntaram oficiais, Guarda Fiscal, banqueiros, jornalistas, estudantes e cidadãos, o movimento militar definidamente político, patriótico e de salvação nacional, afirmou-se pelos princípios republicanos. 
Apesar de um plano organizativo, trabalho sensato, largueza de vistas e métodos, tudo se alterou: a imposição dos sargentos para saírem a todo o custo no dia 31, foi delatada.
O desfecho foi: o degredo, deportação e a emigração para Espanha, França e colónias. Só para o Brasil, no paquete “O Elba” embarcaram 300 revolucionários e no “Tagus” mais 400.
Na época, um repórter de um periódico transcreveu o seguinte: “aqui vamos todos; meus filhos, meus netos. Tudo vendemos em que podessemos  apurar algum dinheiro. Fica a casa, com a chave na fechadura. O governo que a venda, se quizer”.
“Às 9 da manhã de 31 de Janeiro de 1891, já não se ouvia um tiro: a revolução estava sufocada; a monarquia podia viver tranquila” (Seara Nova FEV73).
Sem sucesso, a Revolta do Porto, no dia 31 de Janeiro de 1891, teve o mérito de abrir caminho à implantação da Republica no dia 5 de Outubro de 1910, com a constituição de um governo provisório sob a presidência do Dr Teófilo Braga.
Esta é a história que deu o nome a uma rua do Bairro Marquesa do Faial em Alferrarede e que uma comissão de sargentos achou por bem propor à Junta de Freguesia para perpetuar a memória de todos aqueles que deram a vida pela REPÚBLICA.
(1)  Sobre o Ultimatum, ver Tratado de 1981, por José de Almada – 1947, carta geográfica dos domínios portugueses na  África Oriental (1849), mapa esquemático mostrando a fronteira entre as possessões do governo português e de África do Sul (29JUL 1869), mapa da Bacia Convencional do Congo,  Zambézia e países adjacentes (1867) e mapa das possessões portuguesas da África Meridional, do Marquês de Sá da Bandeira de 1867, que, pelas suas dimensões não são aqui publicadas..
(2)     História da Revolta do Porto depoimento de dois cúmplices: João Chagas e ex-Tenente Coelho.

O que restou do "Manifesto Revolucionário" 

Alferrarede - Rua 31 de Janeiro de 1891
Comunicado antes da "Revolução ser delatada"  
Abrantes também viveu o espírito revolucionário
NO DIA 31 DE JANEIRO - 2017 
SARGENTOS COMEMORAM NO "RESTAURANTE LAREIRA - CHAINÇA"
 O DIA 31 DE JANEIRO DE 1891

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