Por José Manuel
d’Oliveira Vieira
1789
-Até 1799 é cedido parte do Convento de S. Domingos às legiões do
marquês de Alorna.
1790
SETEMBRO 22: João Marques Ferreira Anes de Oliveira, Sargento-mor
de Ordenanças, que vagou pela promoção de Álvaro Soares de Castro e Ataíde a
Capitão-mor das mesmas 10.
DEZEMBRO 2: Manuel Lopes Raposo, Capitão de Ordenanças de Alvega,
Pego, São Facundo, do termo de Abrantes, que vagou por morte de Manuel da
Fonseca da Mota 10.
DEZEMBRO 23: Jerónimo Gonçalves Lagarto, Capitão de Ordenanças de Mouriscas, que vagou por morte de José Bernardes Delgado 10.
DEZEMBRO 23: Jerónimo Gonçalves Lagarto, Capitão de Ordenanças de Mouriscas, que vagou por morte de José Bernardes Delgado 10.
DEZEMBRO 23: Manuel Pereira Furtado, Capitão de Ordenanças do lugar
de Penhascoso, termo de Abrantes, que vagou por morte de João Lopes da Silva 10.
1795/1796/1797
-António Teixeira Rebelo envia as memórias com as suas observações acerca
da zona junto a Abrantes para colocação de um parque de armas, hospital de
campanha e ponte de barcas a Luís Pinto de Sousa Coutinho, secretário de Estado
dos Negócios da Guerra. Nas onze folhas manuscritas deste arquivo existem ainda
os seguintes documentos relativos a Abrantes: carta escrita ao provedor e mais mensários da Casa da Misericórdia da
vila de Abrantes a fim de admitirem no seu hospital os soldados que suceder
adoecerem deste corpo que aqui se acha, pelo tenente-coronel António Teixeira
Rebelo; cópia da carta que escreveu em resposta o provedor e mais mensários;
memória do tenente-coronel António Teixeira Rebelo sobre o local onde
aquartelou o seu destacamento e esboço das margens do rio Tejo junto a Abrantes
desenhado pelo cadete Luís D’Alincourt 11.
Major António Teixeira Rebelo
-D. Pedro de Almeida Portugal, marquês de Alorna,
certifica que Joaquim António Duarte, provedor da Misericórdia de Abrantes, tem
tratado do Hospital Militar com grande zelo e caridade 11.
1798/1799
-Legião do Marques de Alorna com 3.000 homens de Artilharia,
Cavalaria, Infantaria, 300 cavalos e 50 muares.
-Artilharia e Cavalaria, primeiro nos Conventos de S. Domingos e de
Stº António e depois no Quartel de Alorna (Castelo de Abrantes), feito
propositadamente. Infantaria fica aquartelada no Castelo.
“Quartel Legião de Alorna - Castelo de
Abrantes”
Oficial
de cavalaria da Legião de Tropas Ligeiras
Legião de Lorna
(Gravura retirada do Blog "Lagos Militar" de João Torres Centeno)
Legião de Lorna
(Gravura retirada do Blog "Lagos Militar" de João Torres Centeno)
Legião Portuguesa 1809/1813:
Infantaria.
Legião Portuguesa 1809/1813:
Cavalaria
Nota: A Legião Portuguesa foi dissolvida em Novembro de
1813, em vista do decreto de Bonaparte que mandou desarmar todas as tropas
estrangeiras que estavam ao serviço. Dos restos da Legião, com excepção de dois
esquadrões de cavalaria que se achavam na Saxónia se formou um batalhão de
pioneiros comandados por oficiais franceses. Desse punhado de bravos que
constituiu a Legião Portuguesa, poucos voltaram à pátria (b).
1799
JUNHO 12: José de Oliveira Mendes, Capitão de Ordenanças da
Freguesia de Santa Margarida, que vagou por morte de Manuel José Serrano 10.
1800
Junho: Em Abrantes, um grande depósito geral de munições
de “boca” para a tropa do Ribatejo de que era Comissário Geral, Manuel Pedro de
Almeida.
Outubro: No quartel de Alorna, uma força de Artilharia e
2 Regimentos de Infantaria.
1801
-Mapa
Militar/Vila e arredores de Abrantes: Acampamento das tropas Portuguesas
e Inglesas. Assinala-se Abrantes, com o seu castelo, conventos, igrejas e
ermidas, bem como os caminhos e todas as estradas de saída para Punhete, Tomar,
Vila de Rei, Sardoal, Gavião, Ponte de Sor e Tramagal. Militarmente localiza-se
o dispositivo das tropas de cavalaria, infantaria e artilharia, tanto
portuguesas como inglesas, bem como o reduto de 1762 e ainda duas pontes de
barcas sobre o rio Tejo 12.
FEVEREIRO 27/MAIO 29: O
comandante em chefe do Exército era ainda o Marechal-general Duque de Lafões.
Espanha declara guerra a Portugal.
Governo coloca força principal do exército sobre margem esquerda do Tejo estabelecendo comunicação com margem direita em Abrantes 16.
Espanha declara guerra a Portugal.
Governo coloca força principal do exército sobre margem esquerda do Tejo estabelecendo comunicação com margem direita em Abrantes 16.
Na sequência da invasão do Alentejo por parte de um contingente
franco- espanhol dá-se início ao que ficou jocosamente conhecida como a Guerra
das Laranjas, episódio traumático na História de Portugal, as forças
portuguesas perseguidas de perto pelas tropas espanholas retiram para Gavião e
daqui para Abrantes. Os batalhões
comandados por Bernardino Freire de Andrade sustentaram o ímpeto da cavalaria
espanhola, protegendo a desordenada retirada das forças portuguesas. Francisco
Paula d´Azeredo, Conde de Samodães, nos seus apontamentos biográficos diz: O duque de Lafões (Dom João Carlos de Bragança e Ligne de Sousa Tavares Mascarenhas da Silva,
2.º Duque de Lafões) passou o Tejo e veio
acampar entre Abrantes e o rio,
fazendo a retirada no fim do mês de Maio.
MARÇO 19:
Quatro Esquadrões de Cavalaria.
Março 27: Regimento de Lippe.
Março 19: Regimento da Corte.
MAIO 31: Marechal de campo marquês de Tancos é incumbido de assumir
o comando de todos os estabelecimentos militares existentes em Abrantes 11.
JUNHO 26: Concelho de Guerra mandou proceder por “Aviso” para nesta
Vila (Abrantes), ser julgado o Tenente Coronel Veríssimo António Gama Lobo,
Governador que foi da Praça de Jerumenha, por haver rendido intempestivamente e
sem a mínima defesa sobredita Praça. O julgamento realizou-se no dia 10 de
Agosto.
JULHO 20: Doentes do exército no Hospital de Abrantes, 138 11.
AGOSTO: No depósito geral do Castelo de Abrantes: peças artilharia/munições
de guerra e outros apetrechos 11.
Setembro: Marechal Karl-Alexander von der Goltz (Conde de
Goltz), assumiu em Abrantes comando
em chefe do exército, onde se encontravam acampadas as forças que tinham
retirado da campanha, substituindo o velho Duque de Lafões que foi demitido 8.
SETEMBRO: Casa de “postas”
e número de “bestas” que se mandaram estabelecer na Praça de Abrantes por ordem
do marechal conde de Goltz: casa de Postas de Manuel Gadanho. Dono das bestas,
Bexiga de Peralta de Payoalvo=Paialvo (freguesia portuguesa do concelho
de Tomar. Número de bestas, 4 11.
OUTUBRO - Por Ordem do Ilmo. e Exmo. S.General/Conde
de Goltz/Planta da Villa de Abrantes com huma parte do Tejo/Ponte das Barcas, e
o Reduto feito no Oiteiro do Caneiro/Levantada de baixo das ordens do
Brigadeiro/e chefe dos Engenheiros Luis Candido Pinhei/ro Furtado. Pelos
Oficiais do mesmo Real/Corpo/Joaquim de Oliveira Tene. Coronel/João Xavier de
Andrade Sargento mór/Luis Maximo Pro. Tene -
Outubro de 1801.
Além da planta
de Abrantes, em grande escala, inclui-se também as do Porto de Abrantes e o
Rocio ao Sul do Tejo, o que não acontece nas cartas anteriormente tratadas,
embora da mesma altura.
Em legenda
alfabética descriminam-se os conventos, igrejas, ermidas, quarteis, a Casa da
Câmara e o Celeiro do Marquez.
Por sua vez em
legenda numerada indicam-se os nomes das ruas, largos e travessas.
O relevo e
representado por tracejados 12.
OUTUBRO 5: Correio de
“POSTAS”: Abrantes /Braga tem 13 estações, 52 bestas, 4 por estação.
NOVEMBRO 22:
Tenente-coronel Manuel de Sousa Ramos, do Real Corpo de Engenheiros, alerta
conde de Goltz para a falta de soldados para guardarem as pontes da Vila de
Abrantes e Zêzere. A mesma recomendação é feita em 24 de Janeiro de 1802 11.
1802
AGOSTO 3: Manuel de Oliveira Morgado, Capitão de Ordenanças da
Freguesia de Rio de Moinhos, termo de Abrantes, que vagou por morte de João
Mendes Padilha de Azevedo 10.
1803
OUTUBRO 3: José Henriques de Carvalho, Capitão de Ordenanças das
Freguesias de Alvega, Pego, São Facundo e Bemposta do termo de Abrantes, que
vagou por morte de Manuel Lopes Raposo 10.
1804
-Manuel de Sousa Ramos elabora
um plano de segurança e conservação para a ponte da barca no porto da vila de
Abrantes, com o cálculo da despesa a fazer em cada ano 11.
MARÇO 13: Nesta data são
apresentadas ao visconde da Anadia as despesas efectuadas com as pontes de Vila
Velha e Abrantes 11.
ABRIL 28: Luís Manuel Ferreira Frade, Capitão de Ordenanças da
Freguesia de S. Vicente, que vagou por morte de José António da Silva Lobato 10.
1805
MARÇO 10: Elaboram-se
relatórios sobre o local mais indicado para estabelecer uma ponte de barcas em
Abrantes 11.
SETEMBRO 4: Instruções para
regularizar a construção da ponte militar de barcos junto à Vila de Abrantes 11.
1806
MARÇO 3: António José
Raposo, Capitão de Ordenanças das Freguesias de Souto, Aldeia do Mato e
Martinchel, que vagou por morte de Vicente Rodrigues Soares 10.
MAIO 19: Nesta data
realiza-se a organização e reforma dos
uniformes foi tudo o que o governo preparou para a luta. O exército passou
a usar de calças compridas, e de cabello curto, pois até ahi
ainda se traziam calções e rabichos nas cabeleiras. Nestes
simples preparativos se passaram os anos que precederem a formidável invasão
franceza 16.
VER
ANEXO A: BREVE HISTÓRIA DOS UNIFORMES 1762/1806
Plano Uniformes do Exército – 1806
Soldados da Legião de Alorna – 1806
(Farda Azul Claro Pedrês, Véstia e Calções Amarelos,
Gola e Canhões Pretos com vivos Amarelos)
(Gravura retirada do Blog "Lagos Militar" de João Torres Centeno)
(Gravura retirada do Blog "Lagos Militar" de João Torres Centeno)
(b) Da
Guerra Peninsular – Notas, Episódios e Extratos Curiosos de Francisco Augusto
Martins de Carvalho – 1910.
(c) Projecto
de Implementação - Uniforme de Cerimónia, de passeio e de serviço – Exército
Português
8 Vid.
História do Exército Português do General Ferreira Martins, a fls. 210.
10 Nuno
Gonçalo Pereira Borrego – Ordenanças e Milícias de Portugal.
11 AHM.
12 Catálogo de Cartas Antigas: CA 166 desenho de Tenente
Moreira e CA 170 de Joaquim de Oliveira Tene. Coronel/João Xavier de Andrade
Sargento mor/Luís Máximo.
16 Apontamentos Biográficos 1770/1857 de Francisco Paula
d’Azeredo, Conde de Samodães.
Imagens:
-Major António Teixeira Rebelo (pintura exposta na Biblioteca Nobre do Colégio Militar).
-Placa “Quartel Alorna” - Castelo de Abrantes.
-Marquês de Alorna com uniforme de oficial de
cavalaria da Legião de Tropas Ligeiras 1800 – Autor desconhecido.
-Uniformes “Legião Portuguesa 1809/1813”, Infantaria e
Cavalaria..
-Duque de Lafões.
-Plano de Uniformes do Exército 1806 (in Biblioteca Nacional).
***********
ANEXO
A: BREVE HISTÓRIA DOS UNIFORMES 1762/1806
Esta breve “HISTÓRIA DOS UNIFORMES” apenas se deve ao facto de ter
encontrado na “Biblioteca Nacional de Espanha” um livro com os uniformes usados
pelo recém-criado “Regimento dos Voluntários Reais Estrangeiros, em Abrantes (Junho
1763) ” bem como a “relação dos panos precisos para fardar o regimento de 2 em
2 anos e anualmente de 6 em 6 meses”. (VER "ABRANTES MILITAR II - ANO 1763 MÊS JUNHO)
Para tornar permanente o seu estabelecimento, formatura, subsistência e disciplina dos Voluntários Reais Estrangeiros em Abrantes o Rei assina o Alvará que regulamenta o número de elementos e soldos (17/19 Setembro de 1763)
Para tornar permanente o seu estabelecimento, formatura, subsistência e disciplina dos Voluntários Reais Estrangeiros em Abrantes o Rei assina o Alvará que regulamenta o número de elementos e soldos (17/19 Setembro de 1763)
Alvará de 24 de Março de 1764
regulamenta o uso de uniformes do Exército e Marinha. Até então o traje militar
não se distinguia dos civis e os militares vestiam-se de acordo com a sua
posição social. Assim, com o referido “Alvará”, o Conde de Lippe, Marechal
General dos Exércitos de Portugal, “regulamentou
o uso de uniformes para o Exército e Marinha, dando-lhes um aspecto igual, por
Armas (infantaria, cavalaria, etc.) ou seja o mesmo feitio, sendo os regimentos
distinguidos uns dos outros pelas cores das golas, bandas, canhões das nagas,
forros, calções e véstias. O Exército do Reino fardaria todo de azul ferrete
com excepção para os tambores e pífanos. A Marinha de verde”.
“Em 1762 os uniformes continuavam a
seguir o modelo das potências católicas, sobretudo os do exército da Coroa
austríaca, sendo que a cor das fardas tinha passado a ser branca, e as casacas
tinham passado a ter todas abas de cor, que permitiam distinguir mais
facilmente os regimentos.” (…)
Devido à guerra franco-espanhola de
1762 e à necessidade de aumentar os efectivos, não havendo uniformes militares
suficientes, os regimentos passaram a usar fardas de todas as cores, conseguindo-se
a uniformização ao longo do conflito. Até ao fim da guerra dos sete anos o
uniforme perdia o carácter espartano que caracterizava os exércitos católicos e
ganhava galões por tudo quanto era sítio, imitando a influência da Coroa
prussiana. Até 1793, já com alguma influência portuguesa os uniformes
permaneceram sem grandes alterações. Entre 1793 e 1795, devido muito
provavelmente à experiência na campanha do Rossilhão, os uniformes começam a
modernizar o seu aspecto. Com o conde de Assumar, chefe da Legião de Tropas
Ligeiras (1796), a farda seria curta permitindo que se cruzassem as bandas
fechando desta maneira a casaca; a Brigada Real da Marinha bem como a Guarda
Real de Policia respectivamente 1797 e 1802 usarão este tipo de uniforme mais
amplo e confortável.
Até 1806, poucas alterações sofreu o
primeiro plano de uniformes regulamentados pelo “Alvará de 24 de Março de
1764”. Em 19 de Maio de 1806 é aprovado um novo plano de uniformes, não posto
em prática de imediato por motivo das fardas serem substituídas de dois em dois
anos. (a)
Aguarela
sobre papel de José Wasth Rodrigues retratando os uniformes dos militares
portugueses em 1806. Da esquerda para a direita, os três primeiros são generais, e os outros dois
são pertencentes à infantaria.
(a) Projecto de Implementação - Uniforme de Cerimónia, de
passeio e de serviço – Exército Português
Sem comentários:
Enviar um comentário